Liturgia

XLIII

— Bom, não sei. O que vier em mente. – Camila se aproximou por trás de Lauren rodeando sua cintura e apoiando o queixo sobre o ombro da mesma. — Ou podemos fazer outra coisa... – a freira deu um sorrisinho fraco, e beijou a curvatura do pescoço de Lauren, lhe causando um arrepio gostoso.

— Tipo? – Lauren se virou, passando as mãos pelos braços da freira. Agora tinha um sorriso esperto, com a tensão amena.

— Hmmm... não sei, mas podemos descobrir ali naquele sofá. – Camila a puxou um pouco mais contra si, e beijou seus lábios puxando o inferior de leve.

— Céus... o que eu criei? – Lauren disse em tom divertido, e Camila riu fraco, não evitando corar.

— Esse é o seu efeito sobre mim.

— Uau. Eu já imaginava que era irresistível, mas agora... – murmurou, segurando o rosto da freira, antes de selar seus lábios.

— Agora você tem certeza.

Camila riu, aproximando seu rosto de Lauren beijando-a novamente. A latina caminhou com Lauren até o sofá, onde fez com que a mesma deitasse e se colocou por cima, retirando o hábito assim como o de Lauren, para logo tomar os lábios da mesma, e se perder nos braços morena, trocando várias carícias que tanto amava lhe dar e receber.

Após um tempo de investidas fracassadas, já que Lauren não quis ir além dos beijos, Camila levantou-se e caminhou para próximo de suas tintas, arrumando duas telas para que as duas pudessem pintar algo.

Camila adorava de verdade passar um bom tempo desenhando e pintando seus desenhos, por mais que tivesse poucas tintas e material para isso, este era seu passatempo preferido, além de trocar beijos com Lauren, é claro.

Lauren se aproximou apanhando um pincel, para então começarem a pintar. No começo os desenhos de Camila nunca tinham uma forma exata, mas aos poucos ia ganhando formatos e traços bonitos.

Diferente do que Lauren havia feito, o máximo que conseguiu pensar em fazer foi duas montanhas, com um rio, e um céu com nuvens branquinhas.

Camila achou a coisa mais fofa, e se aproximou para beijar o rosto da garota ao seu lado, dando uma pequena mordida em seguida. Lauren abriu sua boca levando a mão aonde Camila havia mordido e sem pensar, levou o pincel com tinta branca em direção da freira pintando seu rosto. Camila riu tentando escapar, e de forma esperta pegou seu pincel que carregava a cor vermelha na ponta, e passou na bochecha de Lauren que tentou se esquivar mas falhando miseravelmente.

— Ah você quer guerra? – Lauren disse arqueando suas sobrancelhas e foi até a mesinha molhando seus dedos em várias cores.

— Não! Lauren, foi sem querer... eu juro que... – Camila começou a dizer mas logo começou a correr no quarto minúsculo fugindo das garras coloridas de Lauren.

Sem sucesso, a garota a encurralou e passou a mão em seu rosto, seguido dos braços, aproveitando para passar até mesmo em seu cabelo. Camila tentava fugir ou pará-la em meio às risadas, mas logo quem estava com a mão cheia de tinta era ela, para então passar nos braços de Lauren assim como em seu rosto, e seu cabelo.

Os gritos da duas começaram a ficar alto, assim como as risadas. Era inútil tentar fugir ou parar, ambas lutavam para deixar a outra ainda mais suja.

— Agora você corre, né? – Lauren diz ao parar próximo das tintas novamente.

— Lo, sua cara está horrível! – Camila diz soltando uma gargalhada, tentando não triscar em nada do quarto para não sujar.

— Você já viu a sua? – ela se virou. — E prepare-se, porque eu vou fazer uma linda aquarela no seu cabelinho.

Lauren riu de forma maligna, e Camila começou a recuar pedindo para que a mesma não fizesse aquilo, o que era difícil já que estava rindo muito. A freira estava próximo da porta e sua ideia mais sensata no momento era dar o fora dali. Não poderia deixar que Lauren pintasse seu cabelo além do que já estava.