12 ⚤ ELA é o sol dele.

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— O quê? — Ele arqueia as sobrancelhas e começa a rir.

— Isso mesmo que você ouviu, e não adianta negar. Eu tinha minhas suspeitas quanto a você ser um burguês safado por causa do seu computador, mas depois que vi o seu quarto, todas elas caíram por terra.

— É? E por que acha isso? — Pergunta, ainda divertido.

— Ah, qual é! Olhe pra este lugar! Ele parece mais uma hospedagem de hotel cinco estrelas do que um dormitório de uma faculdade. O meu não chega nem perto disso, e eu sei essas mordomias não são privilégio do dormitório masculino porque já fui no quarto do Jin e Namjoon hyung e o deles também não é assim; com paredes pintadas de preto, cama King Size, TV de cinquenta polegadas, e essas luzes, móveis e decoração de gente rica... Me poupe. Até ar condicionado você tem! E ainda não divide o quarto com ninguém! Você só não é mais burguês porque já atingiu o limite máximo da burguesia.

Quando eu cheguei aqui, fiquei tão impressionado com o computador do Jungkook que nem reparei nesses detalhes a princípio, mas quando ele me deixou sozinho para ir comprar comida, eu comecei a prestar mais atenção em sua decoração. Eu esperava encontrar um quarto típico juvenil: todo bagunçado, pôsteres na parede – porque sei que ele curte bandas de rock – cama desarrumada, cheiro de meia suja e pacotes de restos de comida jogados pelos cantos aos montes, mas não, tudo o que me deparei foi com uma organização extrema. Nem um tenizinho fora do lugar, nem uma mísera roupa em cima da cama, nada. Só o cheiro do perfume dele em cada canto do espaço já impregnado, abajures, prateleiras que parecem ter sido organizadas por alguém com TOC, colcha com cobre leito e travesseiros milimetricamente dispostos contra a cabeceira. E que bom pra ele que ele não é bagunceiro, porque eu sou.

Só que ao invés de me responder, Jungkook devolve outra pergunta, arqueando uma sobrancelha e contraindo a outra: — Por que chama os homens mais velhos próximos a você de hyung?

Meus olhos quase saltam pra fora.

— O quê?

— É a segunda vez que faz isso.

— Faço? — Meus ombros caem, meu cenho se franze, e tudo o que eu quero fazer é fugir. Burro, burro, burro. Como posso ser tão burro?

Eu não aprendo nunca!

— Sim, você faz. Você me chamou de hyung quando acordou, mas eu não disse nada porque imaginei que talvez você não estivesse lúcida por causa do sono. Mas você falou de novo, e tenho certeza que agora está totalmente consciente do que está dizendo.

— Falei, é? — Certeza que estou quase chorando.

— Falou quando se referiu a Jin e Namjoon, e antes também a mim.

— Mesmo, mesmo?

— Jimin... — Me repreende e cruza os braços, ainda sustentando a postura e olhar rijo.

Eu fecho os olhos e praguejo baixinho, não dá pra falar que eu me confundi porque cometi o mesmo erro duas vezes. Merda, merda, e mais merda.

Me afasto e vou até a beirada de sua cama para me sentar e enfio o rosto entre as mãos. Após um tempo, sinto quando o colchão se afunda ao meu lado e uma mão quente esbarra na minha pele ao que Jungkook pega uma das mechas do meu cabelo e coloca atrás da minha orelha.

— É um assunto delicado para você? — Ele pergunta. — Se for, não precisa me responder.

Eu suspiro pesado e minha voz sai abafada pela mão quando choramingo: — É só que... Eu já devia ter parado de falar assim, mas não consigo.

— Assim como?

— Eu não consigo falar oppa, não consigo, simplesmente não sai... Eu te juro que já tentei corrigir, mas sempre escapa e eu continuo falando errado. Que ódio! Por que eu nunca aprendo? — Fico tão frustrado comigo mesmo que nem me dou conta de que estou desabafando a verdade com Jungkook.

Acidentalmente Ela ⚤ JikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora