18°|♤| Sobrevivência.

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Eu era uma vadia barata, quando eu só queria saber o porquê da Barbie ser branca e não negra. As drogas tinha sido meu refúgio e a bebida também, a tortura já não tinha muito efeito sobre meu corpo, porque eu lidava com dor pior na alma. Eu era uma pessoa boa, uma criança boa, não tinha o porquê daquilo...

Eu era boa, mas me ensinaram a ser ruim.

No meu aniversário de dez anos, eu escolhi um rumo definitivo, eu me rendi ao que tanto me mostravam; matei o homem que tinha abusado de mim por dois anos, e tinha me tornado uma criança doente por lâminas. Legítima defesa era o que eu alegava para meus pais, eles tentavam melhorar, tentavam concertar o que tinha de errado comigo.

Priscila tentava, ele não.

Era algo psicopático se fosse levar em conta que era uma criança, mas crianças criadas na máfia são diferentes. Porque sua criação diz muito sobre você, ela pode intensificar sua personalidade ou te fazer alguém totalmente diferente.

Eu nunca poderia responder com precisão, mas eu poderia ser diferente. Alguém boa o bastante. Mas, eu optei por não ser, eu optei por ceder a um caminho sem volta.

A igreja parecia tentar acalentar alguns demônios ou a culpa que possivelmente me assolava — mas eu não sentia nada, a não ser o ódio de não ter torturado o filha da puta antes. Eu não sabia na época, mas eu já tinha sido corrompida, me tornado um efeito colateral. Aquele homem tinha me ensinado muito e me destruído na mesma proporção.

A pena nos olhos dos meus pais me irritavam, porque no fundo eu sentia orgulho de mim e sabia que grande parte daquilo era encenação. Eu era uma criança inteligente, maquiavélica, fria e altamente destrutiva e sagaz. Não tinha como voltar para a sociedade e fingir que eu só queria saber de pôneis e arco íris, porque eu só queria esquecer que mãos desagradáveis tinha passado pelo meu corpo, porque eu só queria me vangloriar pelo o que eu tinha feito. Mas eu tinha me vingado, eu tinha feito jus à tudo que ele me ensinou.

" Não deixe que as pessoas passem por cima de você, as destrua antes que a destruída seja você."

Até os quinze, eu vivia normalmente e trabalhava em uma mercearia no fim da rua. Eu não me contentava em receber 400 dólares, era uma miséria para o meu patamar, a minha ganância não deixava eu me rebaixar a tanto, a ganância não deixava eu ceder a necessidade. Era o certo, mas eu gostava do errado; assaltos, rachas, eu complementava a renda inexistente com isso, com a ilegalidade.

A fama foi aumentando, afinal não é todo dia que uma adolescente vence de marmanjos desgraçados ou consegue roubar mais dinheiro que eles. As coisas começavam a tomar uma proporção maior do que eu imagina, e eu gostava disso.

O poder tinha seu charme, e eu cedia a ele.

Primeira passagem na polícia por porte de drogas; os meses na reabilitação. A segunda por racha; serviços comunitários. A terceira por assalto a uma mercearia; fiança e mais serviço comunitário. Any Gabrielly começava a ficar conhecida por coisas pequenas e eu não queria isso.

Porque eu sempre soube que eu era capaz de mais.

Com dezesseis veio a segunda morte, ou melhor, as outras seis mortes que somaria com a primeira. Três garotas e três garotos que vieram acertar contas pelo nome de um traficante qualquer que eu devia, eu drogada e com uma adaga na bota, me parecia simples e eu fiz. Paciência era uma virtude que eu não tinha, só fui aprender quando estava na máfia totalmente. Ninguém sabia, eu tinha queimado tudo, porque desde pequena eu sabia que detalhes são de suma importância.

Eles te dizem muito, isso pode te fazer crescer ou te arruinar. Por isso eu era atenta a detalhes, porque eu tinha ganhado muito e perdido na mesma proporção devido a eles.

Principal escolha: A ruína  ♤Now United♤Where stories live. Discover now