Capítulo 12 - Ano Onze

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Mês Um. 

Para ter mais privacidade durante a sua pesquisa para o seu livro, River usou o manipulador de vórtice de Jack Harkness e foi para um restaurante localizado no Fim do Universo, em um sistema chamado Frogstar. Não era o famoso Milliways, localizado no planeta Frogstar B, e sim um modesto restaurante chamado Impossível. Ele ficava nas ruínas do planeta Frogstar A e, diferente de seu ilustre concorrente, não estava  anexado em uma vasta bolha do tempo e muito menos estava sendo projetado até o exato momento do Fim de tudo. Ele tinha sua própria tecnologia temporal a qual conseguia manter o seu exterior congelado no tempo e o seu interior, não.  Impossível tinha o visual de um Diner, um tipo de pequeno restaurante muito comum no Nordeste e Centro-Oeste dos Estados Unidos. Mas a semelhança acabava aí (e no uniforme de uma das donas), já que a clientela era bem diferente. Agentes do Tempo, além de outros viajantes temporais, iam para lá descansar, comer ou averiguar algo com algum informante entre uma viagem e outra.  Foi uma dica de Jack a ela durante a sua lua de mel juntos.

A fonte de pesquisa de River, por enquanto, era o Diário de Quinhentos Anos e algumas anotações próprias em suas viagens na linha do tempo do Doutor. Mas ela ainda estava intrigada com o que tinha lido no Diário de Novecentos Anos. Valeyard, uma versão futura do Doutor, um amalgama de todo o lado sombrio dele que surgiu, segundo um relato, em sua décima terceira encarnação. River fechou o Diário, abriu a bolsa e tirou outro, o  Diário de Novecentos Anos. Colocou ele em cima do anterior e pegou sua carteira com todas as fotos do Doutor e contou uma por uma.

- Será que o Doutor Donna conta? Caso não, a décima terceira encarnação é... - Pensou ela até ser interrompida por um Ood em pé ao seu lado. Em sua mão direita, ele segurava a sua esfera de tradução que era ligada a ele por um tubo até a sua boca. Na sua mão esquerda, ele carregava o cardápio do restaurante. 

- Com licença! Qual pronome deseja que use? - Indagou o Ood, respeitosamente. 

- Perdão?

Ele, gentilmente, apontou com dedo para ela. Ela olhou para si mesma, sorriu e voltou seu olhar para ele.

- No feminino mesmo. Pode me chamar de senhora, obrigada! - Ela olhou fixamente para a mesa e sussurrou: - Apesar de eu ser professora, doutora...

- Perdão?

- Ah, nada! Só pensando alto!

- A senhora deseja algo? - Perguntou ele, educadamente.

- É... Deixa eu dar uma olhada nesse menu. - River pegou o cardápio, começou a folheá-lo e, então, se decidiu. - Aqui. Quero uma xícara de café. Café brasileiro, por favor.

- Ótima escolha, senhora! Dizem que os humanos usam essa bebida como estimulante.

- Sim... - Ela olhou para a pilha de anotações e diários do Doutor. - Acho que eu vou precisar mesmo de estímulo! - Disse após dar um longo suspiro.

- Devo avisar a senhora que essa bebida pode causar dependência em espécies não-humanas ou não humanoides.

River olhou para si mesma e depois olhou para o Ood.

- Sem problemas! Eu sou humana. - Ela sorriu e ficou pensativa por um momento. - Mais ou menos.... Acho.

- Tudo bem, senhora! Trago seu café em um instante.

O Ood se retirou e River retornou a sua atenção para o Diário de Novecentos Anos. Enquanto se perdia em pensamentos, folheando o diário, ela escutou uma distante voz feminina dizendo:

- Muito obrigada, Brian! Deixe que eu mesma sirvo essa cliente.

River fingiu está absorta em sua leitura quando a dona daquela voz deixava duas xícaras de café na mesa e sentava a sua frente.

Doctor Who: Ultimum Vale Pt. 2 - A Longa Noite de NatalWhere stories live. Discover now