3.9| Real life

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Respirei fundo várias vezes. Os meus nervos estavam á flor da pele com tudo o que vinha a acontecer na minha vida, e ficava mais ansiosa ainda quando tinha de desfilar em frente a multidões.

Por íncrivel que pareça, encontrei um lugar sossegado nos bastidores atrás de umas caixas e deixei-me ficar lá o tempo necessário para ganhar coragem e voltar para a confusão de mulheres, roupas e maquilhagem. Chequei o iphone quinhentas vezes para ver se o Justin me tinha ligado, mas nada.

Merda.

E agora? É assim que acaba?

Não, não pode ser. Assim que arranjar tempo a primeira coisa que vou fazer é aparecer na casa dele. Estou desesperada a esse ponto!

- ONDE ESTÁ A KRYSTAL JENNER. ONDE ESTÁ A ESTRELA DO DESFILE?- ouvi alguém chamar do outro lado. Pelos vistos estava na hora de voltar ao trabalho.


(...)

Pé em frente um do outro, postura correta, ancas delicadas, braços firmes.

Pé em frente um do outro, postura correta, ancas delicadas, braços firmes.

Pé em frente um do outro, postura correta, ancas delicadas, braços firmes.

Repetia mentalmente para mim mesma enquanto caminhava até ao fim do palco. Esta era a terceira roupa e a terceira vez que entrava ali. Mas desta vez eu ia fechar o desfile e isso era uma grande responsabilidade. Tinha de ser perfeito.

Ouvi o disparar das câmeras, senti os flashes na minha cara e os olhares dos críticos nas filas da frente, mas tentei abstrair-me disso. O meu coração quase errou uma batida quando distingui o meu pai na multidão. Dei meia volta e caminhei de novo para os camarins elegantemente ao som da música.

O que ela estava a fazer em Nova York?

(...)

Assim que terminei o meu trabalho com o desfile da BALMAIN, dirigi-me ao local de encontro com o meu pai. Ela tinha mandado mensagem a pedir para se encontrar comigo num café local dali.

Ao chegar lá o café pareceu-me bastante luxuoso e amplo. Um dos funcionários conduziu-me até á mesa mais resguardada de todas onde o meu pai estava sentado a beber um chá.

- Olá Krystal. Como estás? - perguntou quando cautelosamente me sentei em frente a ela.

- Bem... dentro dos possíveis. - dei-lhe um meio sorriso.

Caitlyn devolveu-me o sorriso e bebeu mais um gole da sua bebida.

- Kris contou-me. - suspirou. - Peço desculpa pelo que estás a passar.

- A culpa não é tua. - limpei a garganta.

Ninguém disse mais nada e o silêncio constrangedor apareceu.

Céus... Quando foi a última vez que a vi?

- Faz tanto tempo desde a última vez que nos vimos... - falou finalmente. Pareceu ler-me os pensamentos.

- Pois... - olhei para ela. - Senti saudades.

Caitlyn sorriu e veio até mim para me abraçar.

- Gostava que a nossa relação fosse como antes. - murmurou apertando-me mais.

- Nunca vai ser como antes... - respondi, e voltei a sentar-me na minha cadeira.

- Eu sei... - colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. - Sei que foi difícil para vocês perder o "pai". Principalmente tu. Eras a minha princesinha...

Algumas memória felizes percorreram a minha cabeça. Eu e o meu pai eramos uma incrível dupla. Aprontávamos tudo e mais alguma coisa.

- Sim... Não vou mentir, foi muito para digerir. - suspirei. - Mas quero que saibas que por mais saudades que eu tenha do Bruce, vou sempre amar-te Caitlyn. E continuas a ser a minha inspiração, homem ou mulher, tanto faz.

Olhei para ela e reparei nas lágrimas que desciam dos seus olhos.

- Precisava de ouvir isso Krysty... - sorriu.

- Tenho muito orgulho em ti. - toquei-lhe delicadamente na mão pousada em cima da mesa.

- Também tenho muito orgulho em ti. - apertou a minha mão fortemente. - Mas não te esqueças. Ás vezes é preciso tomar as rédeas da nossa vida, antes que as pessoas façam dela o que quiserem.

ɪɴsᴛᴀɢʀᴀᴍ sᴛᴏʀɪᴇ - ᴊᴇɴɴᴇʀ/ʙɪᴇʙᴇʀ [Concluída]Where stories live. Discover now