Aquele cara nerd

Marcas que permanecem

Herick olhou de volta para o céu, que neste momento estava em um tom avermelhado. Ele deu um sorriso de lado e esticou o braço para frente, em direção ao céu. 

─Sabe... as vezes somos forçados a entender que nem tudo pode ser impedido que aconteça, e há quem diga que tudo pode ser alcançado, basta você querer, na melhor das hipóteses. ─Ele me olhou, na expectativa que eu entendesse. Na real, eu não entendi, mas ele não precisava saber disso.

─Entendo... que triste heim, você não conseguir alcançar o... a... a lua? ─Tentei fingir que estava entendendo tudo, mas foi em vão. 

O moleque fala uns negócios que nem santo entende, por favor né!

─Ah sim, a lua ─Ele debochou do que eu disse e deu uma risada baixa. Idiota. Olhei-o com ar esnobe, eu não sou obrigada a dar atenção a baboseiras que ele diz. Sem contar que ele nem respondeu minha pergunta!

─Tá! Eu não preciso que você me responda. ─Falei me levantando daquele monte de mato que estávamos sentados. Já que ele não queria falar, então dane-se. 

Já estava em pé, e quando estava pronta para sair dali e entrar na casa, sua mão segurou meu pulso. Ele estava sentado ainda, mas olhava para o gramado, e não para mim. 

─O cara que é denominado meu "pai" trocou minha mãe por outra mulher, quando ainda estava grávida de mim. Então moramos aqui um tempo nesta casa até que ela decidiu que iria comigo para Londres para ficar longe dele. Ela casou-se com um outro homem lá. Alguns anos foram passando, e ela ficou em um estado depressivo profundo, mesmo estando casada ela não suportava viver sem aquele homem que me pôs no mundo. Ela foi enfraquecendo, e não resistiu mais aos medicamentos... ─A medida que ele ia falando, sentia sua mão apertando de leve meu pulso. ─...Eu não pude impedir, ela era meu céu, minha lua. Apenas pude vê-la morrendo aos poucos e não podia fazer nada para impedir... 

Não sabia como reagir. Como iria adivinhar que esse cara podia ter passado por ago assim? Eu realmente nunca consolei ninguém, nem a mim mesma conseguia. Mas por incrível que pareça, ele olhou para mim e sorriu. Apenas sorriu... 

Ele soltou minha mão devagar. ─Pode entrar na casa, daqui a pouco entro e te levo em casa. ─Ele pediu, e ficou fitando o céu, como se esperasse que algo muito bom saisse de lá. 

Concordei e fui andando para a casinha de madeira. Acho que ele precisa de alguns minutos sozinho. 

Estou sentindo um embrulho no estômago por vê-lo mal daquele jeito. Nunca fico com remorso de ninguém, mas ele conseguia ser tão forte que de certo modo, me transmitia segurança.

Entro na casa e sigo direto para o corredor onde tem a porta do quarto. Entro e acendo as luzes, pois já estava razoavelmente escuro. Deito na cama e fico esperando ele ter seu momento de tristeza em paz. vou ficando relaxada e mais distante ...

......

O sol invade a janela entre as cortinas e aos poucos vou despertando. Ah, que noite. ─Abro os olhos lentamente e... e... 

EEEEHHHH???!!!

Vejo o alien deitado dormindo de frente pra mim na mesma cama que eu!  ─Me afasto um pouco da cama, ainda assustada por ter dormido nessa casa, e com um cara que eu nem tinha tanto papo assim! 

Tento não me mexer na cama para não acordá-lo, e noto o quanto ele é branco. Algumas mechas de seu cabelo está caído por cima do rosto. Ele tinha um aspecto de anjo enquanto estava dormindo, tão serene... e seu corpo nu.... 

...Corpo nu? ─Olho para ele de novo, e vejo que está sem camisa, apenas com um shorts.

oh.my.God! O que é isso? O cara era uma espécie de "gostoso", daqueles tipões perfeitos do time de futebol da escola!! 

Me levanto devagar da cama para não acordá-lo. Não podia aguentar essa tortura tanto tempo. E que tortura! 

Fui andando de fininho até uma porta de vidro que tinha no quarto, que parece ser uma varanda. Abro-a e saio. A paisagem é ainda mais bonita, com o sol refletindo nas flores, e toda aquela paz. Eu não costumava ligar para nada disso, mas agora que reparei no quanto tudo é tçao simples e bonito. 

─Não sabia que gostava de lugares assim, "garota moderna da cidade" ─Olhei para trás, e vi o alien encostado na porta. Com uma cara amassada de quem havia acabado de acordar, e seu óculos estava torto em seu rosto, sem contar seu cabelo que estava repartido desigualmente para todos os lados. E suas roupas então? Não conti o riso.

─Para alguém que vive tentando ser o nerd, você ta bem desleixado. ─Falei enquanto ria. Ele fez uma cara de poucos amigos e me mostrou a língua. Logo depois virou-se de costas fazendo pouco caso.

─Ora seu... ─Parti em sua direção e pulei em suas costas. ─HÁ! Quero ver conseguir me tirar agora! ─Prendi as pernas em sua cintura e os braços no pescoço, impedindo-o de sair.

─Ah quer ver mesmo? ─Ele falou com uma expressão de quem iria aprontar. E foi exatamente o que ele fez.

Ele foi em direção a cama comigo de costas virada para a cama. Então ele deitou por cima de mim me amassando! 

─Ei, seu troglodita! Eu vou morrer aqui! ─falava já sem ar por ele estar me amassando. O desgraçado continuava rindo da minha cara e então rolou para o lado da cama, ficando deitado de costas da cama olhando o teto. E rindo, claro! 

─Você é um idiota! ─Reclamo, recuperando o fôlego

─Talvez eu seja. ─Ele diz sorrindo para o teto. ─Mas conheço quem seja mais. ─Olhou para mim, indicando que essa pessoa era "eu" .

Peguei o travesseiro da cama e joguei nele, que riu e fez cócegas em mim. 

─Desde quando você é tão sem noção? Parecia tão sério antes.. ─Perguntei intrigada. 

─Ora, você me imaginou como um carrancudo sem amigos? ─Olhou para o teto novamente. 

─ham... sim? ─Ironizei

Ele riu e continuou mirando o teto. Então olhei para ele, e percebi os detalhes no seu corpo já que ele estava mais próximo. Notei que tinham uma série de cicatrizes e umas marcas roxas por sua barriga e braços. Ele notou que eu estava reparando nos cortes cicatrizados, e então sentou-se na cama e vestiu a blusa. Não dizendo mais nada depois disso. 

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Ihuuu arranjei tempo para escrever na semana! yes! 

Então gente, é para comemorar ou não? \õ/ 

kkkk' 

Até o próximo capítulo gente :3