Aquele cara nerd

Pôr do sol

Automaticamente, fui fechando os olhos devagar... O que eu estava fazendo? Estava me entregando assim de mãos beijadas para esse cara totalmente fora dos meus padrões? Mas pelo que tudo pareceu, não podia evitar, meus olhos já estavam fechados esperando pela possível possibilidade de um beijo! 

Fiz um leve bico com a boca, de olhos fechados. E então... ─O que está fazendo? ─Abri os olhos e ele estava me olhando com uma cara de "ué", e sua mão estava na maçaneta da minha porta do carro. 

─Mas o que.... ─Olhei de novo para sua cara, que então começou a rir desesperadamente de mim! ─Como pode me iludir assim, seu idiota?! ─Gritei enquanto dava socos em seus braço, e o alien não parava de rir. 

─Não achava mesmo que eu fosse te beijar né? ─Ele ainda ria de mim, e eu já estava corada com toda a situação. Não é como se eu realmente fosse beijar esse cretino retardado! 

─Do que está falando? Até parece que eu iria querer beijar alguém como... ─Fui interrompida quando ele abriu sua porta e saiu do carro, me deixando totalmente falando com as paredes! 

Sabe aquela sensação de que você precisa urgentemente matar alguém? Então, estou nesse estado agora.

Abri a porta e sai logo depois dele. Já que fui deixada totalmente para trás aqui! Ele estava a alguns metros na frente, e então corri para acompanhá-lo. Estávamos em um lugar que só tinha mato, e mais mato, e uma trilha que estávamos andando. Estava tudo indo bem, até que pisei em um baita formigueiro, e adivinha? Sim, estava de saia e começaram a subir na minha perna! ─Que droga! ─Gritei chamando sua atenção, que voltou para trás.

─Estou começando a me arrepender seriamente de ter trago-a aqui. ─Segurou minha mão e saiu me puxando. 

─Você quem está arrependido? Eu quem digo isso. Odeio lugares assim, minhas pernas estão pinicando! ─Reclamei já sem paciência alguma para aquilo. O que ele queria afinal? Me torturar, só pode. 

─Será que só sabe reclamar, garota? ─Paramos em frente a uma casinha de madeira bem organizada. Com algumas flores na frente e uma escadinha para subir a elevação até a porta. ─chegamos. ─Ele abriu a porta e entramos.

A casinha era bem espaçosa por dentro, a porta que entramos dava em uma sala com móveis antigos, porém organizados e limpos. Tinha desde sofás de madeira com estofado vermelho, até aqueles antigos relógios cuco em tamanho grande. Uma ladeira não acesa compunha o canto da sala, e ao lado, tinha uma foto de uma mulher segurando um bebê. ─Segui ele até um corredor mais a frente da sala, nas paredes tinham quadros de flores, e ao fim do corredor pude ver uma mesa de cozinha, com uma toalha florida e uma vaso de flores enfeitando-a. ─ele parou no meio do corredor em frente a uma porta, do lado esquerdo tinha outra porta, sugeri ser o banheiro. 

Entramos na porta da direita, e vi que tinha uma cama de casal bem organizada, um armário branco, e uma mesinha com um abajur ao lado da cama. Do outro lado dela, tinha um berço azul. Tudo muito limpo, organizado. Até mesmo os quadros nas paredes com fotos do mesmo bebê que estava na sala. 

─Por que estamos aqui? ─Olhei para ele pegando uma mochila que estava dentro do armário. 

─Eu gosto de vir aqui para estudar. É mais tranquilo e me trás boas memórias... ─Ele estava um pouco cabisbaixo. Mas logo olhou para mim e sorriu. Aqueles sorrisos que prendem sua atenção.  ─Talvez você goste de vir estudar aqui comigo, caso não goste, podemos voltar para minha casa.

─Não! Eu amei aqui, de verdade! ─Falei já lembrando de sua casa desorganizada, escura e que parecia um cenário de filme de terror. ─Mas de quem é essa casa? ─Segui ele, que estava indo em direção à porta do quarto para abri-la. 

─Era da minha mãe... ─Parou em frente à porta, e olhou-me sério. Fiquei sem reação na hora. Se era da mãe dele, então... 

─Sinto muito... ─Baixei a cabeça já arrependida de ter perguntado. 

─Tudo bem. ─Ele abriu a porta e fez sinal para mim seguí-lo, e foi o que fiz. 

saímos e chegamos a cozinha ao fim do corredor. Lá era uma cozinha bem tradicional, com uma geladeira, bancadas, armários, fogão, enfeites e a mesa decorada. Passamos pela mesa e então Herick abriu uma porta que dava aos fundos da casa. Saímos e lá tinha um jardim com flores, uma árvore com um balanço de crianças e um gramado bem verde. 

Ele sentou no gramado e olhou para mim esperando que eu sentasse. 

─Não está esperando mesmo que eu me sente no chão, né? ─Olhei indignada. Já não bastava eu estar em um lugar daqueles. Eu não me dava muito bem com natureza e coisas do tipo. 

─Então fica aí em pé. ─Ele me ignorou e pegou a mochila e abriu-a, pegando alguns livros e colocando ao seu lado no gramado. 

─Eu te odeio ! ─Me revoltei sentando ao seu lado no gramado. Senti a grama gelada em contato com minha perna e me arrepiei, fazendo-o rir da minha cara de nojo. ─Você é um idiota! Não podíamos estudar como pessoas normais, em um lugar normal? ─Perguntei ignorando sua risada. 

─Podíamos, mas o normal não me atrai. ─Ele pegou o livro, colocou seus óculos e começou a me explicar o conteúdo. Incrivelmente, esse cara conseguia tornar até física quântica em algo fácil. Não é a toa que é um nerd. Um nerd diferente dos caras esquisitos da sala, se é que ele se torna um deles quando veste aquele disfarce ridículo. Fazendo-me lembrar de perguntar.

─Por que você se disfarça na escola? ─Olhei para ele. 

─Talvez porque eu não queira atenção de ninguem lá. ─Respondeu apenas olhando o livro e continuando explicando a matéria. Deixei a pergunta de lado e continuei prestando atenção. Por incrivel que pareça, consegui entender tudo! 

Não sei quanto tempo passamos estudando, mas olhei pro céu e vi o sol se pondo. Nunca tinha visto antes, porque na cidade os prédios impediam, e eu nunca me interessei em ver antes. Fiquei admirando o cenário. Estávamos em um lugar que só tinham arvores e mato. Ficou uma paisagem até que... bonita. 

─Gostou? ─O alien perguntou olhando para o pôr do sol também. Pude ver o sol refletindo em seus óculos. Ele abriu um leve sorriso ainda observando a paisagem. 

─Posso Te fazer uma pergunta? ─Olhei para ele, que acentiu, e olhou para mim. ─O que aconteceu com sua...mãe? 

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Oii pessoinhas! Estou conseguindo postar nos finais de semana, porque sabe como é fim de ano né? Muitos trabalhos para entregar e deixar tudo certo. 

Está quase chegando as férias, e aguardem, serão vários capítulos para vocês ;D 

Beijiinhos :*