Névoa

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Já estava correndo muito, meu peito estufava e comprimia descompassado.

Vários e vários corredores passavam ao meu redor, e muitas portas. ─De repente, vi alguém sentado no banco em um dos corredores ao lado do que eu estava. ─Parei e observei melhor.
Sandy.

Aproximei do banco que ela estava e sentei ao seu lado. Sandy estava abraçada em suas próprias pernas e olhava o além. O que me assustou de certa forma.

─Amiga...? Ta tudo b...

─As coisas mudam tão de repente...ne? ─Interrompeu-me olhando para o nada ainda. ─Eu sempre quis ser uma irmã boa, mais presente... eu pelo menos pensei assim...

─Sandy... do que você...

─E mesmo assim, tudo é tão complexo. Tão falhado... ─ Olhou finalmente para mim. ─Os laços que todos tem se rompem dia. Talvez forme novos, talvez nunca mais existam... ─Uma lágrima se formou em seus olhos.

Sinceramente, eu estava perdida em suas palavras. Como assim laços rompidos? Não entendo. Ou não quero entender o que ela está querendo dizer. ─imediatamente abraço-a, e me mantenho estática tentando amenizar todas as angústias de seu coração. Por mais que eu estivesse no mesmo estado, precisava garantir que minha melhor amiga estaria melhor do que eu sentimentalmente.

─Nick... preciso te entregar uma coisa... ─Disse desvencilhando dos meus braços levemente e pegando um livro que estava do seu lado no banco.

─Esse livro... ─Peguei-o e reconheci-o. Era o mesmo que Herick levava consigo no dia do acidente. Instantaneamente meus olhos marejaram.

─Era para meu pai, assim que ele viu, entrou em estado de choque e aqui estou eu, esperando ao lado de seu quarto. ─Olhou para frente novamente. ─E minha mãe... bem, ela admitiu que na época já suspeitava sobre isso. Você sabe... o que meu pai fez. E se achou na liberdade de traí-lo igualmente.

─Sandy... eu sinto muito. ─Não sabia quem estava em uma situação pior, eu ou ela.

─Por favor Nick... ─Olhou-me nos olhos. ─Encontre meu irmão por mim... ─Começou a chorar profundamente e me abraçou.

Isso era tudo que eu mais queria, e imadiatamente despedi-me de Sandy e andei rapidamente em direção a escadaria que levava a saída.

Desci todas as escadas até que esbarrei em alguém quase no fim delas. ─O livro caiu alguns degraus abaixo. ─Olhei então para a pessoa.

─Nicolle, o que faz fora do seu quarto? ─Meu pai olhou-me indignado por estar andando pelo hospital ao invés de repousar.

─Pai, o senhor não entende, eu preciso vê-lo... por favor... ─Já estava pronta para uma discussão, e para as proibições do meu pai.

Surpreendentemente, ele abaixou-se e pegou o livro que derrubei. E olhou para a capa.

─Ele é mesmo tão importante para você? ─Respondeu encarando o livro.

─Mais do que o senhor imagina...

Ele virou as costas e continuou descendo as escadas, retirando as chaves do bolso.

─Você não vem? ─Olhou-me e sorriu.

Meu coração disparou de felicidade, e desci correndo as escadas para acompanha-lo. ─Passamos pela entrada do hospital e fomos direto para a vaga do seu carro. Entramos e ele acelerou. Estávamos à procura de Herick... seja lá onde ele estivesse.

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As rodovias estavam vazias, o tempo fechado, e eu encostada com a cara no vidro do carro. Vários pensamentos me invadiam constantemente. Eu tinha medo, por mais que eu me fizesse de forte. O medo me consumia.

O carro parou e olhei pela janela para ver onde estávamos. Avistei um hospital maior que o outro. ─Rapidamente abri a porta e sai do carro junto com meu pai.

Andamos até a recepção. A cada passo, eu sentia um aperto maior e o medo ja era parte de mim. ─A recepcionista conversava com meu pai enquanto eu olhava em volta. Era tudo branco e organizado, com leves decorações amadeiradas e algumas flores colorindo o local.

Ouvi um agradecimento e olhei a recepciocista dando-lhe um leve aperto de mão, e despediram-se. ─Meu pai me chamou para o quarto que ela havia passado. ─Andávamos pelos corredores, e eu conseguia ouvir os sons dos nossos passos.

─Nós não podemos entrar no quarto ainda, apenas vê-lo pela janela. ─Transmitiu o aviso que informava no papel que foi dado.

─Tudo bem... ─Concordei ainda andando, até que paramos. Parecia ser esse o quarto. 401. Logo a frente havia uma janela longa de vidro.

Tudo parecia mover-se em câmera lenta a partir do momento que andei lentamente para chegar na janela. Não ouvia mais meus passos, não sentia meu coração, por mais que eu andasse, parecia que não ia chegar nunca. ─Fechei os olhos, e andei firme até conseguir sentir o vidro da janela nas mãos. ─E então abri os olhos vagamente.

Parecia que todos os sentidos que haviam no meu corpo voltaram a funcionar de uma vez só. Eu estava atônita com o que via.

Um som leve começou a tocar no meu ouvido. Talvez fosse alguma reação mental do choque em que eu me encontrava. Tudo que pude fazer foi deixar que as lágrimas caissem...

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Oii gente *-*
Demorei um pouco nesse, mas em compensação, o próximo capítulo já está feito. :)
Após as revisões, irei postá-lo.
E obrigado para aqueles que não desistiram da fic
T.T' sorry

Aquele cara nerdWhere stories live. Discover now