As Vinte Virtudes

28- O homem que Permanece no Topo.

(7832 palavras)

- Existem aberrações entre os generais? Como assim?- Lalá não respondeu de imediato, primeiro ela vagou por entre o cômodo, encarando as virtudes libertas, então ela começou:

- Você sabe como Lily criou vocês? Como ela é capaz de fazer isso?

- Não. Eu nem me lembro dela direito.

- Pois bem, uma das habilidades de Lily é a manipulação de alma, ela consegue tomar uma alma e distorcer ela, contudo há regras. Como que a alma seja voluntaria por bem ou por mal, se o dono da alma considerar Lily sua esperança será o mesmo que a doar para ela.

- Eu sabia que nós havíamos nos entregado a ela antes de morrermos, só não sabia que era por conta disso que ela pode nos criar. Mas o que isso tem haver com o que você disse mais cedo? Você parecia implicar que temos chance de vencer...

- Bem, outra regra é que Lily não pode fazer tudo o que imaginar com as almas, ainda são coisas poderosas demais, ela só pode alterá-las até onde elas se permitirem alterar. Por isso que os poderes são um reflexo de algo que a pessoa sentiu, desejou ou viu, o limite do que Lily pode fazer com cada alma, é dado por cada alma. Mas isso também quer dizer, que quanto maior for a carga da alma, maior será o poder que carrega. Excluindo eu e Ângela, Lily criou 18 generais, com a maioria carregando muita coisa, mas dentre eles, 6 tinham uma alma naturalmente teimosa, e isso influenciou no poder em que tiveram ao ponto da própria Lily se surpreender. Você consegue adivinhar quem eles são?

- Não... Espera...- Fernanda parou para pensar um pouco em todos os que conhecera, analisando quais pareciam ser os mais poderosos com base na experiência que teve com eles.- Uomen, Gaya e Narf fazem parte deles?

- Exato. Assim como Ordep, Orf e você.

- E-Eu? Você está dizendo que eu sou forte?

- Fernanda, jamais parou para pensar em seus poderes? Você é a mais forte dos generais criados por Lily.- A dos óculos apenas encarou Lalá sem palavras, ela não se achava fraca agora, mas ser a mais forte? Ela não conseguia se ver assim afinal.... ela sempre foi fraca. Sua vida inteira foi pisoteada pelos outros, nunca tinha poder para mudar nada... a ideia dela ser forte simplesmente não lhe descia.

- E esses humanos não serão capazes de derrotar nós 6?

- Se eles forem, eu ficaria estupefata. Eles precisariam ter que possuírem um poder que se comparasse ao de Lily de alguma forma.- Ouvindo essas palavras, Fernanda relaxou por um momento, mas então se lembrou que ainda haviam outros 6 sobrando nos generais. Isso quer dizer que Misshapp, Tiffany, Chin, Octo e Lorde V'huluver corriam perigo. E quanto a Lalá, ela não foi criada por Lily, ela esta no mesmo nível deles? Ainda não era hora para relaxar, os outros podiam estar em perigo.- Fernanda, antes de fazer o que quer que esteja pensando em fazer, porque não chora um pouco?

- Chorar?- Lalá apontou para a esfera violeta em uma das mesas, a esfera que Nightmare houvera destruído, mas que agora estava ali como uma lápide. Ela se aproximou em silêncio do objeto e, com todo o carinho que sabia dar, o abraçou chorando.

Enquanto isso.

Lysa, John, Stuart e James se mantinham paralisados e ajoelhados, não importava quanta força tentavam fazer, a força não vinha. Seus músculos eram como de bambu, tremendo ao confrontar o vento que vinha do respirar do homem que se assentava no trono.

- O que está havendo? Meu corpo... não quer se mexer.- Dizia Stuart tentando se endireitar, e falhando de forma miserável, ainda não havia se recuperado dos efeitos do veneno de antes então estava mais fraco que os outros. Os fantasmas poderiam lhe ajudar, se também não estivessem petrificados.