17- A Anja

79 9 203
                                    

( 4550 palavras)

Sabe, as vezes eu gosto de contemplar o céu, e ver o enorme contraste que ele tem com a Terra. Quando eu olho para a Terra, vejo sujeira permanente, todo o solo é composto pelo o que nós, humanos, determinamos como poeira e imundice. Minerais, rochas, terras, entre vários outros tipos de... solo. Já o céu, me sempre foi visto como limpo, azul ou preto, dia ou noite, é sempre suave, mesmo quando se contamina com as nuvens, depois de um tempo ele clareia de novo, e mesmo quando está repleto de estrelas, nunca parece poluído. Isso me faz pensar: E sobre os seres que vivem neles? Seriam eles todos reflexos de seus ambientes também? Os terrenos e os celestes teriam esses contrastes? Bom esse é um debate interessante de se ter, então por que não subimos lá em cima para saber?

Essa história vai começar no céu, lembra da Mãe? Bom, na verdade, ela não vivia sozinha, existia um outro deus junto com ela, o Pai, e juntos os dois tiveram gêmeas, Ângela e Ana Larissa, elas eram de uma raça própria denominada de Flarmen, o que as caracterizava tanto a ponto de fazer com que as duas se caracterizassem em suas próprias raças? Diferentes dos pais que apenas não envelheciam mas podiam se machucar e morrer, as duas eram imortais, e lindas, ambas eram formosas, belas e encantadoras. Qualquer um que olhasse para as duas, teria algum sentimento despertado pela beleza delas. Não minto quando digo que eram as mais lindas de toda a realidade.

A relação da família era especial, a Mãe era extremamente carinhosa, o Pai era poderoso e imponente, e enquanto Ana via o mundo com positividade e fantasia, Ângela já era um pouco mais pessimista. Eles viviam em um castelo criados por seu pai sobre as nuvens, as virtudes eram mantidas em um salão especial no qual ambos os pais as estudavam sempre que podiam. Por um bom tempo eles foram felizes.

- Ângela você sabe que isso é injusto!- Dizia Ana Larissa irritada enquanto sua irmã voava mostrando a língua como se a estivesse provocando, nessa época as duas eram crianças ainda.- Eu não tenho asas, como devo te pegar?

- Eu não sei Ana, dê seu jeito.

- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE, A ÂNGELA ESTÁ TRAPACEANDO DE NOVO!- A Mãe então entrou no cômodo suspirando, aquela bagunça toda já havia se tornado comum entre as irmãs, como a gêmea mais velha Ângela amava provocar e mexer com Ana, não ajudava também que a personalidade de sua irmã lhe irritava grandemente.

- Ângela, desça aqui agora e brinque direito com sua irmã, ou você vai ficar de castigo.- Ângela continuou sobrevoando sem obedecer.

-Não quero.- Disse ela em um tom teimoso, sua mãe lhe chamara mais um pouco lhe ordenando que parasse de fazer gracinha, mas a pequena flarmen não ouvia, e continuava a voar e voar, estava divertido aquilo, e nenhuma delas poderia lhe pegar mesmo, não poderiam lhe encostar, aquilo só fazia tudo se tornar mais legal, elas iriam esquecer daquilo depois mesmo, era só uma brincadeira.

- Ângela.- O tom da voz do Pai ecoou, intenso e forte, ele não gritou, não desprezou, apenas estava sério. Sério o bastante para fazer o castelo tremer, sério o bastante para fazer Ângela suar e descender ao chão como haviam lhe pedido, ao alcance de todos eles.- Não brinque com sua mãe assim, e não faça sua irmã chorar, não é essa a educação que eu lhe dei. Agora desculpe-se.

- Sim, pai. Desculpa mãe, desculpa Ana, eu exagerei.- Com passos pesados e firmes, Pai se aproximou da filha, e estendeu a sua mão sobre ela, fazendo um breve carinho sobre a cabeça da filha. Ela olhou para ele, que agora portava um sorriso aprovador.

- Essa sim, é a menina que eu criei, que se preocupa com sua família e que reconhece seus erros.- O elogio do Pai lhe deixou vermelha, ele era assustador quando estava com raiva, mas ele era um bom pai. Ana Larissa, um pouco enciumada, correu até o Pai e pulou no colo dele.

As Vinte VirtudesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora