Brown

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Hey guys.

Quem é vivo sempre aparece.

O outro capítulo já está na metade e posto ainda esta semana.

Beijos e perdoem-me. Obrigada pelos que continuam aqui.


*

POV Lauren

"Eu sentia o suor escorrer pelas minhas costas. Não deveria olhar para trás.

Meu pulmão ardia e meus olhos tinham dificuldade de capturar tudo que se passava ao meu redor. Minhas pernas pareciam que iriam ceder a qualquer momento.

Meu abdômen doía mas eu continuava seguindo em frente, correndo o mais rápido que podia. Eu tentava ao máximo manter o equilíbrio e não cair devido as várias raízes que tinham naquela floresta.

Não sabia onde precisava chegar, de quem estava fugindo. Só sabia que precisava correr.

Foi só um segundo. Foi tudo o que precisei.

Olhei para trás rapidamente e, assim que o fiz, caí em um abismo. Gritei com todas as minhas forças. Ouvi o baque e a pressão sobre minhas costas e costelas.

Tudo escureceu.

Quando abri os olhos, lá estavam eles. O par de olhos castanhos que sempre apareciam em sonhos. Eram delicados, mas intensos, e eu me sentia atraída de forma que não ousava, e nem queria, desviar meu olhar. Eles sempre queriam passar uma mensagem que eu nunca conseguia decifrar.

- Quem é você? - Perguntei tentando ver o resto do rosto do dono dos olhos castanhos.

Não recebi uma resposta mas não conseguia desviar os meus olhos do par convidativo à minha frente. Por que me passavam a sensação tão forte de familiaridade?

Estiquei a mão, buscando o rosto daquele ser e sentindo todos os meus músculos se contraírem.

Quem é dono desses olhos castanhos?"

Acordei, levantando de supetão. Meus pulmões expiravam e inspiravam com toda a força que tinham e eu tentava em vão acalmar as batidas do meu coração desgovernado.

Era sempre assim.

Bom, pelo menos desde que eu me lembro tem sido assim. Cheguei em casa fazem dois dias. Me disseram que recebi a cura e fiquei por um tempo na clínica para analisar quaisquer efeitos de que meu corpo rejeitou a injeção, mas por enquanto está tudo um sucesso.

Sonhar com os olhos castanhos era uma constância. Um padrão onde eu fugia, os encontrava e quando estava perto de saber a quem pertenciam, eu acordava desesperada demais para entender as entrelinhas.

Levantei com calma, tentando evitar a tontura, eu sentia minha cabeça pesada mas vazia ao mesmo tempo, como se meus pensamentos corressem atrás de informações que nunca conseguiam encontrar, causando a máxima exaustão.

Fui até o banheiro, abri a torneira e lavei o rosto com calma, esperando que a água me ajudassem a clarear meus pensamentos.

- Laur...

Virei bruscamente para trás, buscando de onde vinha o som. A voz era feminina apesar de eu não saber a quem pertencia. Voltei para o quarto, sem ninguém. Eu estava enlouquecendo.

A psicóloga avaliativa da clínica de recuperação pós cura me disse que eu poderia ouvir vozes ou ter sonhos desconexos referentes à minha vida pré Delirium mas reforçou que eu deveria me esforçar para afastar pensamentos e alucinações.

InolvidableWhere stories live. Discover now