Bruxas existem?

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Adam dirigiu até um Motel que tinha nas proximidades, entrou com o carro na garagem assim ninguém me veria, descemos e ele me levou até o banheiro, me olhei no espelho e vi que não eram apenas ninhas mãos ensanguentadas, meu rosto também estava sujo, minha roupa, eu não sentia medo do que eu estava vendo, mas eu queria estar pelo menos com nojo de mim mesma, a sensação de matar aquele homem foi tão boa, me senti bem com o que eu fiz.

-Vem!-disse Adam pegando-me das mãos e olhando em meus olhos.

Ele me levou até o chuveiro, rasgou minha roupa lentamente e a embolou jogando-a em um canto, entrei debaixo da água quente, que nada afetou meu corpo, acho que a temperatura nada dizia a meu corpo, mas eu sabia que estava quente, Adam tirou a roupa entrando comigo, ficamos em silêncio enquanto ele lavava meu cabelo e depois passou uma esponja com sabonete líquido em minhas mãos e foi subindo delicadamente o cheiro do sangue saindo do meu corpo e entrando pelo ralo, eu sentia o cheiro de tudo, quando não havia mais cheiro de sangue ele beijou meu pescoço, cada beijo dele era intenso, eu podia sentir o amor dele na pele, eu o amava muito, a pondo de trocar minha vida pela dele, Adam beijou o meio das minhas costas acariciando minha tattoo de asas.

-Minha tattoo como ficou?

-Segue linda meu anjo!

Suas mãos percorreram minha cintura e me virei abraçando-o, esfreguei meu nariz no dele e o beijei, ele me levantou com uma de suas mãos para seu colo, desligou o chuveiro e me levou para a cama, onde fizemos amor a noite toda.

. . .

-Bom dia meu anjo!-disse ele quando o sol clareou no céu.

-Bom dia minha vida!

Algumas horas depois, nos vestimos. Adam colocou a roupa em uma sacola e colocou no carro, ajudei-o a limpar alguns vestígios de sangue no banheiro e no carro e seguimos viagem.

-Para onde vamos?-perguntou ele.-Acho que não precisamos mais nos esconder ou fugir, então pode escolher o caminho!

-Quero voltar lá!

-Aonde?-perguntou confuso.

-Quero fazer uma visita pro meu padrasto!

-Tem certeza disso?

-Absoluta, não temos pressa, apenas vamos naquela direção!

-Você quem manda!

-Quero aprender a dirigir!

-Passa pra cá então!

-Que? não assim, pode ser outra hora num lugar mais seguro onde eu não corra o risco de matar ninguém acidentalmente!

-Isso não vai acontecer!-ele riu.-Tudo fica mais fácil a partir de agora, é só prestar atenção em mim por uns minutinhos e pronto!

Realmente o observando vi tudo e decorei facilmente.

-Está pronta?

-Sim!

-Vem!

Passei pro colo dele e ele deu uma cheirada em meu pescoço antes de passar pro banco do carona.

-Não tenho mais o mesmo cheiro, não é mesmo?!

-Ficou ainda melhor, mas agora não terei problemas quando eu estiver com fome!-Ele sorriu pra mim.

Eu o vejo mais sorridente, mais leve, acho que eu o faço feliz. Segui dirigindo como se já soubesse aquilo a anos, o carro não oscilou em nenhum momento, era gostoso, quase uma hora depois dirigindo Adam não tirava os olhos de mim.

-Está gostando do que vê?-perguntei sorrindo.

-Muito!-Ele passou a mão na minha coxa atiçando todos os meus sentidos.-Estou orgulhoso!

-Obrigada!-Peguei a mão dele com uma das mãos e a levei a minha boca onde depositei um beijo e uma leve mordidinha, olhei-o com malicia.

-Estacione o carro por favor!-disse ele.

Mais a frente haviam umas árvores enormes e estacionei ali em baixo, já maliciosa subi em seu colo beijando-o loucamente.

...

Tomamos nosso rumo, trocávamos a direção, nos amávamos, nos alimentávamos de pessoas más como assassinos, ladrões e estupradores, numa madrugada pegamos um grupo de Ku Klux Klan que estavam torturando um jovem negro, Adam o hipnotizou:

"você não esteve aqui, nem sabe nada do que aconteceu aqui, vai voltar pra casa, amanhã demanha vai acordar bem, achando que sonhou isso aqui, e vai estudar e se formar naquilo que você mais quer, vai mostrar para a sociedade que mesmo eles inferiorizando sua cor você conseguiu crescer e chegar lá!"

As roupas brancas terminaram vermelhas, quebramos seus pescoços, Adam não me deixou morder nenhum pois começariam a investigar, usamos um canivete que um deles tinha para cortar suas jugulares, os sete foram sugados, deixamos um pouco de sangue em cada um, por isso manchou as roupas, precisavamos pensar, para não ter ninguém investigando um suposto vampiro, precisavamos nos manter anônimos.

Pegamos um avião para o Brasil, em breve chegariamos ao destino do meu desejo.

Estavamos em São Paulo, tínhamos saído para "jantar" nos divertiamos nos prédios pulando de um para o outro, eu praticamente repetia todos os movimentos de Adam.

-Tem um nome pra isso?

-Sim, se chama Le Parkour!

-Adam!

O chamei e mudei minha trajetória, senti cheiro de medo, o rastro era fraco, era uma briga que estava para começar, eu ia me jogar lá de cima e Adam:

-Espere tem algo estranho acontecendo!

Paramos na beira do prédio, no beco escuro, eram um rapaz de dreads loiro e uma moça com dreads azuis, e uma parte do cabelo preto, o rapaz falou alguma coisa pra ela, então ela se posicionou na frente dele e enfrentou os quatro homens, nenhum deles conseguiu atingi-la, ela desviava deles e os jogava no chão.

-Olhe os olhos dela!-sussurrou Adam pra mim.

Então um dos homens caídos a xingou e mandou os outros dois que olhavam boquiabertos para ataca-la, foi incrivelmente mágico ver aquela moça virando um tigre enorme enquanto eles corriam para ataca-la, ao ver o tigre enorme a sua frente os homens recuaram.

-O que ela é?-perguntei.

-Não sei, nunca tinha visto nada igual, já vi bruxas, mas isso é diferente!

-Bruxas existem?

-Vampiros existem!?-ele respondeu dando de ombros.

O cheiro do medo deles era forte, tão forte que pelos meus instintos quase me fez pular e ajudar o tigre, os rugidos ecoavam pelo beco até que o primeiro homem que tinha atacado ela, colocou uma arma na cabeça do amigo dela e ela voltou a forma humana, mas seus olhos sempre na cor do fogo.

-Vamos ajuda-la!-falei quase pulando.

-Não, não a conhecemos, e se ela quiser nos matar depois?

-Tem razão!

Em segundos a arma do homem ficou vermelha e ele deixou a arma cair reclamado de dor, o outro tentou fugir e ela levantou a mão o trazendo de volta, fez o mesmo em direção ao que estava no chão segurando a mão queimada e disse:

-Nunca mais, tentem fazer com ninguém o que iriam fazer aqui hoje, pois o que vocês viram aqui hoje não é nada comparado ao que eu posso fazer, sei quem são vocês, onde moram, e saberei se fizerem de novo, ai sim não haverá piedade, entenderam?

-S-s-sim!- disse um deles.

-Mudem de vida e avisem seus amiguinhos também, agora sumam daqui!

Ela os largou e eles sairam correndo aos tropeços, ela riu meio estérica, depois ajudou o amigo dela, meus extintos seguiram o cheiro do medo dos homens, eles estavam reunidos amedrontados em outro beco, o que segurava a mão parecia ser o chefe pois mandou o outro mata-los.

-Adam se eu levasse um tiro o que aconteceria?

-Em você nada, já a bala cairia rodopiando no chão com o impacto!

Me joguei na frente do homem que estava com a arma.

-Quem é você, o que você quer?

-Calma eu só quero jantar!

meu anjo mauOnde as histórias ganham vida. Descobre agora