Joana- Revolta

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Na vinda pra casa, comprei uma pulseirinha de um hippie, para mim, eram como jóias e era a única coisa que eu podia comprar, cheguei em casa e o medo foi diferente desta vez, não era por mim. Ouvi a menininha chorando, não pensei nas consequências, entrei correndo, derrubando uma cadeira, tropessando nas coisas em direção aquele choro,  ele estava no quarto, abri a porta num rompante, ele estava tentando abusar dela, ao me olhar, o ódio foi maior que o medo e corri e pulei nas costas dele, batendo em sua cabeça.

-Nojento, como você pode fazer isso?!-Grudei em seus cabelos e seu pescoço.

-Me solta sua louca! -disse ele com uma das mãos tentando me puxar e a outra ainda apertando o peito da menina que chorava pela mãe.

-Larga ela!-gritei.

Ele se levantou.

-Corre menina!-gritei.

Ele me bateu contra a parede, minhas costas doeram e eu cai, a menininha gritava e chorava sem sair do lugar, ele pegou o cinto e me bateu fazendo a pele das pernas e minha velha calça jeans rasgar no local, minha pele ardia eu não tinha forças nem pra gritar, a moça entrou no quarto desesperada com os gritos da filha, ela pegou a menininha no colo enquanto eu apanhava.

-O que está acontecendo aqui?-gritou.

Ele se virou pra ela, parando a agressão, reuni forças não sei de onde e entes dele começar a mentir.

-Ele estava abusando dela!!- gritei.

-É mentira!!!-ralhou ele.

-Você o quê?

-Ela é louca, você não pode acreditar nela ...

Eu não me calei, eu já estava perdida, mas não poderia deixar que ele estragasse o futuro daquela menininha.

-Pergunte a menina, ele fez isso comigo a minha vida toda...

Ele me bateu de novo, e a moça puxou ele.

-Pare já com isso !

Nesse momento ele bateu no rosto dela, a moça ficou de boca aberta com seu ato e ele parou quando se deu conta do que tinha feito.

-De...desculpe... eu não queria ter feito isso ...

-Não encoste mais em mim, seu ...

Enquanto eles discutiam eu aproveitei para fugir, minhas pernas ardiam onde o cinto pegou, corri cheia de dor, mas fui ao único lugar que eu me sentia um pouquinho bem, cheguei a praça e me atirei atrás de uma árvore, eu queria morrer, abracei os meus joelhos e chorei muito, todas as lembranças que tive com minha mãe me passaram a cabeça, desculpa mãe mas não dá mais ... desisto de tudo ...

De repente o medo percorreu minha espinha, alguém estava sentado do meu lado e eu nem havia sequer ouvido a pessoa chegar perto de mim, quando ouvi sua voz aveludada, o medo se dissipou.

-Por que quer desistir?

Eu o reconheci imediatamente, era o Adam, engoli o choro na mesma hora.

-Por que se importa?

-Não me importo, apenas estou curioso.

-Rá, era só o que me faltava . . .

Levantei o rosto e o encarei com fúria, ele me olhou fixamente nos olhos, que são lindos, mas não me permiti encaralos por muito tempo.

-É só porque estou tentando entender o porquê de tentar tirar a própria vida.

Então a vergonha me tomou conta. Como ele sábia dessas coisas, de mim.

-O que à de tão ruim assim para você tentar tirar a própria vida, tem tanta coisa linda para se ver, tantas experiências surreais para se sentir, qual graça de perder tudo isso?

-Eu ... -Suspirei.- ... não tenho vontade de estar neste lugar, com as pessoas, com aquele ser desprezível...

-Eu poderia ajudar a acabar com você, e você ainda sentiria prazer antes de partir... mas não quero isso para você.

Fiquei sem entender, eu estava com o rosto calçado em meu braço ainda na mesma posição e ele falava olhando para a frente, fiquei em silêncio pois não sabia o que dizer, então ele virou o rosto e me encarou com um sorriso, os olhos dele eram de um verde profundo ele passou a mão gelada em minha bochecha fazendo um carinho e meu corpo super aqueceu, fiquei corada imediatamente.

-Humm... gosto dessa cor em você.

Ele falou como se saborease um perfume no ar, eu estava hipnotizada em seu olhar esquecendo de tudo, ele me estendeu a mão e perguntou.

-Quer que eu lhe mostre a vida ou quer que eu acabe com sua vida?

meu anjo mauWhere stories live. Discover now