Congelada

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1 capítulo

Eu nunca pensei ver este mundo outra vez. Quando aceitei congelarem o meu corpo, não havia garantias que iria sobreviver. Mas sobrevivi para ver a terra duzentos anos depois.

Lindsay-    O doutor Marshall?- pergunto um pouco abalada ainda

Enfermeira- Morreu, senhora Black.

Passaram duzentos anos e só em idade tenho 18. Talvez me tenha esquecido que nem todas as pessoas passaram duzentos anos naquela arca congeladora , adormecidos.

O senhor mais ao menos da idade da enfermeira analisa-me, suponho que seja o médico. Máquinas passam por cima de mim com uma luz forte, no meu tempo não havia isto!

Médico- Os seus batimentos estão regulares para a sua idade.

Que idade duzentos e dezoito anos?

Sinceramente nunca pensei que a Lindsay Black, uma rapariga simples como eu fosse durar tanto tempo.

Médico- A sua temperatura ainda está baixa mas é normal. - Ele olha para uma coisa que não reconheço - Pode ficar no centro.

Centro? Pensava que tinha sido congelada num laboratório, muito mudou desde que fui congelada.

***

Eu não podia ficar aqui nestas quatro paredes com objectos que não sei o nome e com câmaras em cada canto.

Não percebo, eu sabia que havia 1% de percentagem de sobreviver. Felizmente sobrevivi e tenho dinheiro para viver a minha vida depois disto acabar. E a partir do momento em que assinei aquele contrato onde aceitei congelarem-me, eu estou rica.

Finalmente poderei morrer em paz como uma pessoa normal.

Eu olho para a porta, abro, espreito e nada. Dou um passo e ando. Por alguma razão sabia que isto era errado.

Eu já estou no fim do corredor quando ouço uma voz pesada atrás de mim.

Guarda- Senhora Black. Espere.- o homem começa a correr

Porquê que estaria ele a correr? E com cara de quem esta pronto a matar?

Não, algo está mal. Eu nem acabei de ser descongelada a um dia e já me querem fazer mal.

Eu começo a correr mas simplesmente tropeço nos meus pés enquanto o faço. É como se me tivesse esquecido como fazer as coisas.

Sem tempo para fugir, paro e o homem com a arma em seu peito vêm ter comigo. Eu pego na sua arma dou-lhe na cabeça deixando desorientado, depois uso-a outra vez e dou-lhe com força na cabeça.

Lindsay- Já não se fazem homens como antigamente - murmuro

Eu sou puxada por uma mão no meu braço. Olho para pessoa que me puxou, é um rapaz, mais ou menos na idade dos vinte.

Eu piso-lhe o pé.

Lindsay- Quem és tu?

Xx- Cala-te!- Manda

Eu ia começar a reclamar quando o vejo a tirar uma pistola.

Lindsay- Para quê que é isso?- pergunto

XX- Vais ver em 1,2,3...

O exército de homens aparece e começa a disparar. Não temos hipótese mesmo que saiba lutar minimamente, o que sei, vinte homens contra dois é quase impossível.

Ele dá-me uma faca e começa a disparar. Dois já foram. Ao menos se pudesse chegar perto o suficiente sem levar um tiro.

Lindsay- Deixa este para mim.

O homem aproximasse de nós enquanto atira na parede. Em um segundo sai-o da parede e atiro a faca que vai parar ao peito do homem.

Lindsay- Consegues cobrir-me?

Xx- Vou tentar. - diz acertando em mais dois

Nós saímos da parede enquanto ele atira nos que sobram. Eu consigo pegar na faca do peito do homem que ainda respirava e começo a passar pelos homens e a cortar as suas gargantas.

Quando dou por nós, estamos no meio de um banho de sangue. Eu sei que não tenho tempo de ter consciência que acabei de matar.

XX- Anda. Daqui a pouco estão aqui mais!- diz

Eu pego na arma, caso haja mais. Eu não sei se devia confiar nele mas sempre é melhor que ficar aqui.

Corremos até ao elevador que está aberto com uma enfermeira. Ela carregava com força no botão fechar e vejo a sua cara cheia de medo. Não existe maneira alguma que a vou deixar fechar, eu corro e mal ponho o meu pé no elevador. Ele abre-se e dou com força na cabeça da enfermeira que desmaia.

Eu olho para o rapaz, ele era alto, de olhos azuis e cabelo loiro.

Tínhamos que chegar ao -1. O silêncio e aquela música irritante, não combinavam. O rapaz pega na faca que me deu e enfiou onde estava a dar a música.

Xx- Muito melhor.- murmura

Eu não o conheço a dez minutos e já acho que ele é psicopata.

Xx- Sim?

Só reparo que estou a olhar para ele com boca aberta agora.

Ele encosta-nos a cada lado do elevador. A porta abre e dois homens entram.

Guardas- Eles não estão aqui!

Eu pego na minha arma e dou na cabeça de um, enquanto o rapaz loiro dá um tiro no outro. Porquê que ele têm mesmo que matar todos?

Lindsay- Tens que matar sempre?

Ele não responde e olha-me de lado. Eu sigo-o, não sei bem porquê, ele abre a porta de um carro parado mesmo a frente dos elevadores.

Xx- Entra!- grita

Eu não sei se devia entrar. Eu fui congelada mas o meu cérebro já descongelou e sei que há hipótese de me estar a meter na "toca" do inimigo.

Eu entro e olho para a frente. Um homem de quarenta anos e barba branca.

Homem- Então como foi estar congelada? - e pôs prego a fundo.

Espero que gostem...

CongeladaWhere stories live. Discover now