Capítulo 11

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A música me atinge antes mesmo que eu desça da carruagem. Klaus me oferece o braço e eu o aceito mais por educação do que por vontade própria. Ainda estou desconfortável com o que ele disse a respeito de Kieran e dos Bjorgman, o suficiente para cogitar dar meia volta e retornar à minha casa. Mas então avisto Vega dançando alegremente com um rapaz de cabelos escuros e ela acena para mim, aproximando-se.

– Anna! Você veio! – ela lança os braços ao meu redor, gargalhando.

– Não perderia por nada – digo quando ela se afasta para me olhar. – Este é o senhor Klaus, do Sul. Ele está me acompanhando esta noite. Senhor Klaus, esta é minha amiga, Vega.

Os olhos azuis de Vega saltam de mim para Klaus e suas bochechas ficam vermelhas quando ele a cumprimenta com um beijo nas costas da mão. Outra música começa a tocar e Vega bate palmas.

– Oh, minha música favorita! – exclama ela. – Vou dançar com o senhor Condor e depois nos falamos, tudo bem?

Sorrio.

– Claro, vá em frente.

Ela agarra a saia e perambula pela praça à procura de seu parceiro de dança. Klaus suspira ao meu lado e eu olho para ele. A expressão em seu rosto é maravilhada e ele parece bem mais bonito à luz das lanternas da praça. Quando me pega encarando-o, não consigo evitar ficar constrangida.

– Gostaria de dançar, senhorita Anna? – Klaus pergunta baixinho, inclinando-se o suficiente para que eu sinta sua respiração em meu pescoço.

Uma boa moça nunca recusa o convite educado de um cavalheiro para uma dança, diria madame Daisy, se estivesse aqui.

– Eu adoraria – sorrio.

Klaus me conduz ao centro da praça, onde outros casais deslizam ao ritmo dos violinos, trompetes e tubas. Nós nos posicionamos um bem perto do outro e começamos a dançar suavemente. Após conhecer Kieran, tive certeza de que nossa primeira valsa seria hoje, na noite de música e que tomaríamos conta do lugar, dançando apaixonadamente até os primeiros raios do sol surgirem no horizonte. Infelizmente, ele teve assuntos mais importantes a tratar do que estar aqui comigo e, mesmo que eu compreenda perfeitamente seus motivos, ainda me sinto chateada.

– No que está pensando? – pergunta Klaus, o rosto a pouca distância do meu.

Solto um suspiro ansioso. Ele provavelmente sente meu coração batendo descontroladamente. Preciso me acalmar, preciso me acalmar...

– Estou... estou pensando em como estou me divertindo – digo, sorrindo amarelo.

Klaus me gira no ritmo da música e volta a me envolver em seus braços.

– Isso me deixa feliz – diz ele. – A senhorita é uma dama adorável.

Dou risada um pouco alto demais.

– Acha engraçado meu elogio? – Klaus pergunta, sorrindo.

– O senhor é a primeira pessoa e me chamar de dama.

Ele arqueia as sobrancelhas.

– Jura?

Assinto.

– Papai, madame Daisy e minhas amigas não acham que sou madura o suficiente para ser chamada de dama – reviro os olhos. - Principalmente madame Daisy. Ela diz que me comporto como uma garota comum, que não respeito as regras da etiqueta e que fico tagarelando sobre coisas fúteis, o que eu acho completamente injusto. Por falar nisso, por que as jovens não podem tomar as próprias decisões sobre o que acham certo e errado? Por que sempre têm que seguir regras enquanto os rapazes fazem o que querem sem consequências e sem...

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