Capítulo 29 - Pietro Vargas

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Com a mão no rosto, continuei naquele banco, sem me importar com os olhares que eram lançados para mim, logo comecei a ver ouvir o som das pessoas caminhando e das crianças brincando. E foi uma dessas crianças que se aproximou e puxou meu blazer.

- Ei, moço - ela chamou.

Eu não queria olhar para ninguém, assumo que estava chorando, as palavras ditas por Magda me marcaram, agora entendia porque diziam que quando se está disposto a amar, deve-se estar disposto a ser machucado. E pela primeira vez que baixei a guarda para esse tal amor, ele destroçou minha vida e todos os meus planos.

- Ei moço - ela continuou puxando meu blazer.

- Fala - resmunguei ainda com a mão no rosto.

- Você tá triste? - a voz angelical me perguntava.

Puxei do bolso do blazer uma lupa e coloquei na face, ninguém precisava ver que Pietro Vargas estava para baixo, no fundo do poço, e chorando por uma mulher.

- Estou garotinha - tentei sorrir para a menina de cabelos cacheados.

- Fica triste não - ela me entregou um pirulito.

- Obrigado - esbocei um sorriso, enquanto caminhava para meu carro.

O gesto daquela menina me impressionou, segui para casa, não voltaria para empresa, arrasado daquele jeito, ninguém merecia me ver daquela maneira, mas agora eu tinha um grande enigma para desvendar, quem era aquela garota ruiva e porque ela tinha me embebedado e simplesmente fingiu dormir comigo para acabar com minha vida. Quem a mandaria ali, como ela sabia que Magda estaria ali naquele dia? Eram algumas das perguntas que permeavam minha cabeça.

Cheguei em casa e tomei um banho para refrescar a cabeça, de cueca me sentei na sala e com o notebook comecei a procurar por aquela mulher, tinha que encontrá-la em algum lugar, reviraria a cidade se fosse preciso, mas não deixaria que ela sumisse do mapa, junto com a minha oportunidade de ser feliz.

Passei o final da tarde e o inicio da noite, revirando todas as redes sociais, em busca daquela ruiva, mas daí uma pergunta pairou em minha cabeça, será que ela tinha realmente usado seu nome verdadeiro. Se ela estava ali para me destruir, jamais usaria seu nome, e convenhamos que Jú, era um apelido que poderia servir para vários nomes: Juliana, Juliane, Julia e tantos outros. Minha busca desenfreada não deu em nada naquela noite, mas não desistiria tão facilmente.

Deitei para dormir, mas não consegui pregar os olhos a noite toda, acabei voltando para a minha procura, mas nenhuma que encontrava, era aquela ruiva. Mesmo assim, descobriria. Uma lâmpada se acendeu em minha cabeça, e se Robson soubesse da verdade, ele tentaria de alguma forma me destruir, mas não casaria com Magda, essas partes não encaixavam, o que ele realmente desejava, agora era uma missão descobrir a verdade sobre esse casamento. Adormeci quando o dia clareava, por cima do notebook.

Fui acordado com o toque do meu celular, procurei pelo quarto e finalmente o achei dentro do banheiro, o número não era conhecido, atendi achando que seria alguma emergência.

- Bom dia Pietro - a voz masculina falou do outro lado da linha.

- Bom dia, quem é? - perguntei, por não reconhecer aquela voz.

- Então, estou ligando para ajeitarmos o lance do casamento, tem como me encontrar no centro para vermos o lance da roupa, mesmo com tudo que aconteceu ainda gostaria que você fosse o nosso padrinho.

Não acreditei no que estava ouvindo, o cara toma um corno daqueles, repetidas vezes e ainda me liga para falar sobre o casamento com um vitorioso mantendo o convite do casamento? É o verdadeiro corno conformado, mas a pirraça de me ligar não ficaria assim.

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