Capítulo 7 - Pietro Vargas

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Eu não acreditei na bobagem que Magda tinha acabado de fazer, nunca se deve reagir a um assalto principalmente no meio de uma trilha. Quando vi, ela já tinha feito e estava correndo, um dos bandidos, exatamente o barbudo que estava armado reparou a evasiva dela e correu na mesma direção que ela. Não sabia o que fazer, mas ouvir os dois disparos feitos por ele e pensar que aquilo poderia ferir Meg, me fez correr na direção dele e empurrá-lo para desequilibrar na subida da trilha de terra.

Eu estava louco, mas assim que ele caiu, avancei dentro da mata, gritando pelo nome de Magda, o bandido ainda efetuou alguns disparos e gritou pelos companheiros. Tinha que encontrá-la, pela primeira vez tinha medo de perder aquela mulher. E se ela estivesse ferida, não me perdoaria nunca.

- Meg – gritei, correndo em linha reta na direção que acreditava que ela tivesse seguido.

Ouvia passos se afastando rapidamente e passei a seguir naquela direção, corri sentindo que as vozes dos homens ainda estavam próximas, e foi encostada numa pedra que a encontrei, antes que ela gritasse, tapei a boca de Meg e segurei sua mão, seguindo em uma direção diferente, sempre em linha reta para não nos perdermos.

Paramos próximo a algumas árvores, fui obrigado a pedir para que ela se sentasse para descansar, estávamos ofegantes e cansados demais. Naquela distância tinha certeza que eles não estavam mais atrás de nós. Agora era só respirar um pouco e voltar em linha reta pelo mesmo caminho.

- Você ficou louca? – perguntei, tentando recuperar o fôlego.

- Ah, vai se ferrar Pietro. Você queria que eu ficasse lá para ser roubada? – ela perguntou ficando de pé, com a mão na cintura.

- Uma hora dessas poderíamos ser apenas dois corpos estirados no meio da Floresta da Tijuca. Qual parte de que não se deve reagir a um assalto você não entende?

- A parte em que um filho de uma rapariga leva tudo que comprei com o suor de meu trabalho. Tá queridinho – ela sorriu ainda ofegante.

- Acho que já podemos voltar, não temos nada de tão importante para que essas caras fiquem nos perseguindo. Vamos seguir nessa direção em linha reta, essa foi a forma que encontrei para não nos perdermos aqui – apontei na direção que tínhamos vindo há alguns minutos.

- Até que você não é burro, me surpreendi com tanta inteligência – ela gargalhou, mas bastou ouvir um som no mato que voltou a ter a cara de pânico, mas para nossa sorte era apenas algum animal que nem ligamos e seguimos na direção que tinha indicado.

Nossos passos eram lentos e calmos, tínhamos que ter a certeza de que aqueles bandidos não estavam nos esperando ou tentando nos encurralar. Já tínhamos andado muito, eu percebia que deveríamos estar fora da linha reta, não tínhamos andado tanto para chegar ali, mas para sair estava virando uma eternidade. Torcia para Magda não perceber, ou estaria em maus lençóis.

- Ei, vamos parando Pietro. Já é a segunda vez que passamos por essa árvore – ela apontou para uma árvore de troncos e galhos longos e fortes.

- Não mesmo, estamos numa floresta e tem muita árvore parecida, vamos adiantar para voltar e sair desse parque antes do anoitecer.

- Então, vou fazer uma marca só para ter certeza – ela tirou uma toalhinha rosa e amarrou em algumas plantas próximas à árvore.

- Pronto. Agora vamos continuar que já estamos perto do local de saída.

Seguimos pelo caminho, e ficamos andando por um bom tempo, até que avistei de longe a grande árvore, tinha que ser outra, era uma parecida, tentava acreditar, mas assim que me aproximei, vi a toalhinha que ela tinha amarrado nas plantas. Olhe para Magda que tinha uma cara de assustada, completamente apavorada.

Rendidos de Amor 1Where stories live. Discover now