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Sozinha em seu quarto Ayra lia em voz alta um poema:
" Como te amo? Deixa eu contar os modos.
Te amo do fundo e da largura e altura
A que a alma chega quando os fins procura
Do ser, da Graça ideal, sumindo a todos.
Eu te amo ao nível das necessidades
Serenas, seja ao sol ou luz de vela.
Livre te amo como quem luta pela
Justiça; pura te amo sem vaidades.
Te amo com a paixão que punha em uso
Na dor; com a confiança de menina.
De um amor te amo às vezes já confuso,
Pois, quando perde, a mais se determina.
Te amo rindo e chorando. E até me induzo
A na morte te amar, se Deus designa."*Ao terminar a leitura Ayra pensou na irmã e novamente repassou em sua mente a conversa que tivera com Lohan. Repreendeu a sí mesma algumas vezes lutando contra a vontade que tinha que revelar tudo oque sabia.
Isso não é assunto seu, Ayra.
Mas alguém tinha que ajudar aqueles dois amantes! E foi com o pensamento de dar apenas um empurrãzinho na direção certa que ela deixou o livro na mesa mais próxima e saiu.
No momento em que Ayra entrou no quarto da irmã as portas se abriram com um forte estrondo. Rapidamente Janna saiu da sacada e caminhou para dentro do quarto a olhando com preocupação.
— Ayra! Está tudo bem?— perguntou com o olhar atento sobre a irmã.
Ayra respondeu com um pequeno sorriso e suas mãos deslizaram pelas rodas da cadeira até que ficasse diante da irmã.
— Você leu a carta?— Perguntou.
— Podemos não falar sobre isso?— Janna focou seus olhos pequenos e inchados no rosto dela..
Ela foi até a cama e se sentou na beira dela encostando seu rosto abatido na coluna do Dossel.
— Você precisa ler, e precisa fazer isso agora Janna!— O tom de Ayra era imperativo.
— Porquê isso agora Ayra? Por acaso você está tentando me ver ainda mais ferida do que já estou?— A voz de Janna era baixa e melancólica como se ela fosse se quebrar a qualquer momento.
— Onde está a carta?
— Eu a rasguei.
— Sei disso. Mas onde está?
Janna soltou uma risada incrédula e se irritou.
— Não vê que eu estou tentando esquecer tudo isso? Porquê parece determinada a zombar de mim? Eu não entendo!
Ayra avistou algo sobre a mesa de cabeceira ao lado da cama e fez menção de ir até lá mas Janna foi mais rápida e pegou os dois pedaços do envelope primeiro.
— Você quer fazer isso, admita.— Ayra a desafiou.— Se não quisesse essa carta não estaria mais aqui.
Janna engoliu em seco sentindo suas mãos ficarem úmidas. Ela aproximou o envelope e olhou para dentro dele.
— Adiar isso só vai te trazer mais sofrimento. Confia em mim.
Impelida por um lampejo de coragem Janna rasgou o envelope com urgência. Quando leu as primeiras linhas ela caiu sentada no chão e começou a chorar. Trêmula ela juntou as duas partes rasgadas ao meio e voltou a ler.
Por favor me perdoe.
Nem todos os pedidos de desculpas parecem ser suficientes agora.
Eu só queria poder te dizer que independente de tudo, eu sinceramente, amo muito você.
ESTÁ A LER
Com Amor, Eu Creio.
Spiritual|ROMANCE CRISTÃO| CONCLUÍDO* Jaipur é um reino cercado de guerras e inimigos implacáveis. Em meio à esse cenário Janna uma princesa indiana tem que enfrentar um desafio ainda maior: casar-se com um desconhecido à beira da morte.