Com Amor, Eu Creio.

|BANQUETE|

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O salão principal do Palácio era um lugar amplo e aberto onde aconteciam os grandes eventos da realeza indiana. Sua estrutura remetia à uma tenda gigantesca pois havia várias colunas de mármore branco ao redor do espaço garantindo a circulação do ar e uma vista privilegiada de algumas partes do Palácio e do mar de estrelas que era o céu de Jaipur.

As mesas estavam dispostas de dois lados de maneira que ficou um corredor entre elas, nelas haviam dezenas de velas que traziam iluminação ao local.

Os convidados tomaram seus respectivos lugares. Uma orquestra de cordas tocava uma música calma acompanhada de instrumentos de percussão e havia frutas e bebida à vontade.

Ao redor das mesas não se falava de outra coisa a não ser da princesa mais nova do reino e do suspense em torno de sua aparição. Se perguntavam ainda a respeito do Duque. "Ele vai se casar com a princesa mais nova?" " Mas ela não estava morta?" "Uma nova conspiração poderia estar surgindo diante de nossos olhos?"

Todo o povo entre as autoridades que pertenciam àquela província estavam com muito medo de que surgisse um empasse entre o rei Amir e o Duque francês.

— De todas as coisas por que isso agora?— o Rei Amir estava perplexo.— A princesa Ayra não é perfeita em todos sentidos para ele?

— Sim, majestade.— o Primeiro Ministro indiano concordou em voz baixa.— Em todo o reino não há pretendente que se compare à Princesa Herdeira.

— Então porque ele escolheu a outra?

— Se me permite perguntar, excelência... isso deveria perturbá-lo tanto?

— Janna. Aquela menina imprudente e tola!— O monarca exclamou entredentes.— Meus esforços para conter seu temperamento inconsequente ao menos a moldaram para ser obediente. Mas como ela poderia ser a esposa de um líder tão aclamado?

— Uma vez que o Duque exigiu por sua mão imagino que não há nada que possa ser feito majestade.— O nobre amigo do rei afirmou dando o caso por encerrado.— Se ele não fosse nosso aliado quando nosso povo, tanto velhos como crianças sangravam pelas ruas... como poderíamos ter resistido àqueles dias majestade?

Aquelas palavras abrandaram os ânimos do rei, e com a memória delas ele se acalmou.

— Nosso inimigo ainda está a espreita.— O homem continuou com voz rouca.— Sem dúvida precisamos manter a aliança que temos com Annecy.

— Apenas por isso.— O rei Amir deu um suspiro pesado.— Por essa razão deixo que ele tenha vantagem sobre mim.

Sajeet, o Primeiro Ministro indiano, tinha sempre uma expressão grave e séria estampada em seu rosto e era um homem conhecido por ser de poucas palavras e possuir grande sabedoria.

Seus cabelos e barba já brancos denunciavam seus muitos anos de experiência na corte. Ele se virou em direção à entrada do salão e viu que Janna estava de pé nela.

— Lá está ela.— Ele declarou com a sombra de um sorriso, fazia muito tempo que a tinha visto.— A segunda jóia mais preciosa desse reino acaba de chegar.

Janna olhou em volta e tocou o fino tecido azul claro que envolvia seus ombros. Os convidados pararam oque estavam fazendo e a acompanharam com o olhar enquanto ela passava entre as mesas. Sua aparência e forma de andar não deixavam espaço para dúvidas. Ela era alguém da realeza.

— Um... dois...— ela murmurava tentando manter sua respiração regular.— Três... quatro...— Vai passar bem depressa Janna, se acalme. Ela pensava consigo mesma.

As pessoas por quem ela passava pareciam meros borrões.

Quando já estava no final da mesa ouviu o som de uma cadeira rangendo e viu um homem se levantando.