Com Amor, Eu Creio.

|VOLTA NO LAGO|

[...]

Lohan entrou no salão acompanhado da doutora Carlota e ambos observaram com interesse a interação entre o casal. O Duque e a princesa olhavam um para o outro e estavam muito próximos.

Ao perceber a chegada dos dois Janna se levantou rapidamente.

— Eu acho melhor eu ir me aprontar para o jantar.— ela anunciou em meio a uma pequena mesura e saiu andando.

Louis ergueu a cabeça de maneira despretensiosa e fitou os que acabavam de chegar com um olhar entediado.

— Esse castelo está começando a ficar pequeno demais para o meu gosto.— murmurou olhando a princesa se afastar.

Carlota os reverenciou e direcionou um sorriso gentil à Princesa antes que ela seguisse rumo à escadaria.

— Eu venho com as melhores intenções possíveis e é assim que você me recebe?— A doutora fingiu estar ofendida.

Louis lhe ofereceu seu melhor sorriso cínico. Naquele momento Lohan se aproximou do amo e lhe informou alguns detalhes sobre a viagem do embaixador.

— Sei que quer me dizer alguma coisa.— Quando ele terminou de falar Louis despediu o secretário com um aceno de mão.

Carlota trocou um olhar rápido com Lohan e ele saiu do salão. Ela juntou as mãos atrás do corpo e deu alguns passos na direção do Duque.

— Como tem se sentido esses dias?— Ela perguntou com o olhar atento sobre ele.

Louis deu uma risada incrédula.

— Qual é o sentido dessa pergunta? Eu nunca estou bem.

— Parecia muito bem à alguns minutos ao lado daquela bela mulher.— Carlota provocou.— E, você tocando piano de novo? Eu quase não acreditei quando vi.— Ela abriu bem os olhos em uma careta.

Louis ergueu os ombros e sorriu.

— Não pretendo tomar o seu precioso tempo.— Ela declarou ao ver que ele tinha tirado seu relógio de bolso do casaco e olhava para ele.— Só queria te dizer que finalmente aconteceu. Encontramos uma pessoa que sofre da mesma condição que a sua.

Louis voltou a olhar para ela.

— Ele é Esloveno e tem vinte e três anos.— a médica continuou.— Aparentemente a doença apresentou grandes melhoras com o uso de uma droga experimental.

Louis ficou pensativo por alguns segundos mas logo suas sobrancelhas se ergueram.

— Ah. Compreendo.— Ele deu um sorriso forçado.— Você achou que por algumas coisas terem mudado nesse castelo a minha opinião também mudaria.

— Oquê?— Ela o olhou incrédula.

— Eu soube que está em busca de um prêmio.— Louis ficou de pé e se aproximou dela.— Acha que se eu participar desse teste e viver mais alguns meses poderá me usar em sua pesquisa?

Ela só foi capaz de soltar uma risada baixa em resposta então Louis continuou:

— Deixe-me lembrá-la de que só está aqui por causa do apreço que tenho pelo seu pai.

Carlota se virou dando as costas para ele. Não queria que ele visse seus olhos ficando marejados.

— Realmente...— um canto da boca dela se ergueu.— É isso que você pensa?

— A minha opinião continua a mesma. Não quero nenhum tratamento.

— Será como o senhor deseja.— A médica fez uma reverência cheia de ironia e saiu andando mas parou no meio do caminho e disse sem se virar:— Achei que estivesse errada sobre você. Que talvez só precisasse da ajuda de alguém de fora para voltar aos trilhos mas estava errada. Você não permite que ninguém te alcançe Louis. Mas cedo ou tarde vai perceber que precisa confiar nas pessoas de vez em quando.