(022). never forever

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O DIRETOR DA ESCOLA parecia entretido. - Você acha que isso é um dos velhos livros de história. Dando as mãos, lutando pelo amor, e tudo será do jeito que o Bem quer... Mas nada do que você diga pode diminuir meu amor por Sophie.

- A menos que seja ódio, e não amor, o que os mantêm unidos - retrucou Maeve, com uma expressão séria. - E o ódio nunca consegue vencer.

- Nunca consegue vencer? - Rafal arqueou uma sobrancelha. - Seu mago imperturbável foge como uma criança no instante em que vê nosso exército. Seu cavaleiro leal provou ser ainda menos útil... E você ainda finge que tem uma chance?

Maeve sorriu presunçosamente. - Eu sei que temos.

- Esse é o problema com o Bem, não é? - Rafal a encarava, sentindo a fúria aumentar. - Ele te faz acreditar na esperança e na fé, quando elas são apenas fantasmas. O Mal lhe diz para acreditar na verdade, a verdade que está te olhando na cara, por mais medo que você tenha.

Maeve só conseguia ouvir o som de sua respiração, pois os olhos de Rafal pareciam bolas de fogo queimando os seus.

- Mas, por outro lado, você tem a esperança e a fé do seu lado, essas armas que nunca falham - ele provocou, de forma incisiva. - Quando tudo que nós temos são machados, exércitos e a juventude.

Erguendo o cajado com um cristal verde na ponta que brilhava intensamente, Rafal apontou para o céu, direcionando a nuvem de fadas mais ao alto, adentrando as árvores e acendendo a Floresta acima.

Milhares de stymphs ossudos rosnaram para baixo, empoleirados nos galhos, com suas órbitas oculares sem olhos, grasnando silvos agudos ao verem seu Mestre e a nova rainha. 

Os heróis protegeram os ouvidos dos gritos terríveis, mas Rafal só ficou cantarolando, como se ouvisse uma bela canção.

- Eles podem gritar o quanto quiser -  Maeve disse, tentando suportar o som. - Stymphs não atacam o Bem. Você só os treinou para atacar o Mal.

- Eles são, de fato, treinados para atacar somente o Mal - Rafal explicou, olhando de esguelha para a bruxa. - Mas a Floresta não é mais aquela Floresta que você conheceu. O Bem costumava ser o lado que ganhava os finais felizes, beijo de amor verdadeiro, com os Sempre lutando por ele. Mas, agora, o Mal tem todas essas coisas. O Mal se tornou o novo Bem - ele ergueu os braços para os stymphs, com um sorriso malevolente. - O que, para eles significa que o Bem é o novo Mal.

O jovem Diretor da Escola mostrou os dentes. - MATEM-NOS!

O Exército Sinistro rugiu com sede de sangue e partiu para cima dos heróis. Rafal ergueu a mão e fez com que eles parassem. Ele ainda estava olhando os stymphs, que não tinham se mexido em seus postos.

- U-uuuu! Aqui! - uma voz gritou. Rafal olhou para cima, devagar, e viu Merlin no alto de um olmo, montado num stymph. - Sabe, receio que o Mal não seja o novo Bem, meu caro menino. Não se os seus Sempres e os seus Nuncas estão do lado do Bem.

No alto de cada árvore da Floresta, sombras que seguravam arcos e flechas foram saindo de trás dos galhos dos troncos. Com um manejo de mão, Merlin acendeu todas as pontas das flechas com fogo, iluminando os rostos dos arqueiros. 

Maeve e Tedros sorriram ao ver os rostos de seus colegas de turma: Chaddick, Mona, Arachne, Vex, Reena, Millicent, Ravan e Kiko, junto de quase duzentos outros Sempres e Nuncas, com as flechas acesas apontando para o Exército Sinistro.

Sophie estava branca como a neve. Rafal estava igualmente perplexo.

- Impossível... - ele resfolegou.

- Eles estavam na e-escola, com os professores - gaguejou Sophie. - Lady Lesso os trancou lá dentro...

- Da mesma forma como ela trancou sua classe em todas as aulas durante a última semana, preparando seus alunos para lutar pelo Bem - disse Merlin, alegremente.

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