Minha interresseirinha

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Sabe quando parece que fechamos os nossos olhos por um minuto para dormir e derrepente alguém abre as cortinas bem na sua cara? Era exatamente assim que eu estava.

Estava xingando até a quinta geração de Rodrygo que entrou no quarto arreganhando a porta e foi até a cortina abrindo bem na frente dos meus olhos.

_ Você tem dez minutos para se arrumar, acordei atrasado. Vai que estou preparando o café da manhã para não morrermos de fome no meio do caminho. - Falou saindo do quarto e me sentei tentando raciocinar como se fazia para se levantar.

Até que lembrei das minhas pernas e as usei para sair da cama e ir até o chuveiro.

Já perdi as contas de quantas roupas eu usei que não eram minhas, então já havia acostumada.

Vesti a primeira que eu vi naquele guarda roupa e arrumei a cama antes de descer as escadas e ir até a cozinha onde Rodrygo estava segurando um pão nas mãos.

_ Isa, faz um favor para mim? - Pediu e assenti esperando para ver do que se tratava. _ Pega aquelas duas garrafas porque estou levando os pães e vamos comendo no carro mesmo. - Falou e assenti pegando as garrafas e saindo atrás dele que estava com pressa.

_ Você vai treinar sempre cedo assim? - Perguntei entrando no carro e ele assentiu me entregando os pães, enquanto eu colocava as garrafas no painel.

_ Sim, todo mundo vai, mas hoje eu vou mais cedo porque você está atrasada e se eu conheço o seu chefe ele não gosta de atrasos. - Falou ligando o carro e assenti colocando o cinto.

_ Bom saber..

_ Pode comer o pão, eu fiz dois para você e um para mim. - Rodrygo falou e achei estranho, por que ele faria dois para mim e um para ele?

_ Por que dois para mim? - Perguntei querendo sanar minhas dúvidas e ele riu, pronto lá vem.

_ Porque o Jude disse que era para fazer. - Gente será que ele acha que eu tenho cinco anos? Porque ele se importa com quantos pães eu como?

_ Eu não vou falar mais nada. - Falei me virando para frente e comendo o pão. Jude não estava tão errado assim.. eu até gosto de comer dois pães.

_ Ele é legal, Isa. Você só tem que deixar ele ser seu amigo, prometo que vai ficar mais fácil. - Rodrygo disse virando uma esquina.

_ Eu tenho um bloqueio, não consigo deixar as pessoas se aproximar, é complicado.

_ Por que? Todo mundo precisa de amigos.

_ Posso ser sincera? - Perguntei e ele assentiu rindo já que eu estava devorando o pão.

_ Pode.

_ Eu sempre fui briguenta, desde cedo. Tudo começou quando estudava na creche, como eu era maior das meninas eu praticamente as defendia dos meninos que arrumavam briga aleatória com elas, e por isso eu queria fazer amizade com todo mundo porque eu me sentia solitária. Mas uma vez, a professora fez uma sessão cinema e.. eu fui me sentar com as meninas e elas tiraram a cadeira e disse que não era para mim me sentar lá com elas, eu tonta insisti, e a professora viu e não fez nada, aliás fez sim.. me colocou sentada na mesa dos meninos bagunceiros. A Partir daquele dia eu nunca mais fui a mesma, eu ficava com receio de me aproximar e as pessoas me afastar, talvez seja por isso que eu me afasto das pessoas hoje em dia, é medo de alguém fazer comigo o mesmo que já fizeram quando eu era criança.

_ Essas garotas não sabem o que perderam, a garota mais legal queria ser amiga delas e elas fizeram isso. Foi livramento, Isa. Mas não se preocupe, estamos aqui para sermos seus amigos e pode ter certeza que não vamos fazer com você o que elas fizeram.

Country on fire - Jude BellinghamWhere stories live. Discover now