Capítulo 12

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Sofia
Sabe quando você está acordando de um sono profundo e você não sabe o que é sonho é o que é realidade? Era exatamente nesse estado que eu me encontrava. Eu conseguia escutar o barulho de uma pessoa batendo em uma porta e sentia um peso sobre a minha barriga, mas eu não conseguia identificar se eu estava sonhando ou se aquilo estava acontecendo de verdade. Quando uma voz feminina se juntou as batidas, chamando meu nome, me forcei a abrir os olhos, percebendo que aquele barulho era real.

Meu olhar vagou até minha barriga e eu descobri que o peso que eu sentia era um braço masculino forte. Levei apenas alguns segundos para me lembrar de quem era o dono dele e de tudo que havia acontecido nas últimas horas: o tombo, a ida pro hospital, a volta para casa casa, o jantar, o beijo... Ah, meu Deus, o beijo! Chris e eu tínhamos nos beijado e aquilo definitivamente tinha sido real. E eu havia sido a pessoa que tinha tomado a iniciativa. Respirei fundo, tentando não pirar, afinal, tinha sido um beijo completamente consentido e eu tinha gostado muito, não tinha motivos para pirar. Depois do beijo, tínhamos começado a assistir um filme e acho que acabamos dormindo em algum momento durante o mesmo, já que aplicativo de filmes ainda estava aberto na TV e Chris estava abraçando meu corpo com o braço.

- Bom dia, flor do dia. - Uma voz rouca sussurrou bem perto ao meu ouvido e eu virei meu rosto, sorrindo ao encontrar Chris me olhando. Ele estava com os olhos sonolentos e os cabelos bagunçados, o que era uma imagem adorável.

- Bom dia. - Levei uma das minhas mãos até os cabelos escuros de Chris e fiz um leve carinho, o que arrancou um sorriso dele. - Parece que dormirmos no meio do filme.

- Isso que dá queremos começar um filme quase quatro da manhã. - Nós dois rimos. - Acho que tem alguém batendo na sua porta.

Só então eu me lembrei do barulho que havia me acordado. Virei meu rosto na direção da mesma bem a tempo de ouvir, mais uma vez, o som de batidas. Quem quer que estivesse me incomodando era bastante insistente.

- Sofia, eu estou ficando preocupada. Se você não me responder em cinco minutos, vou entrar mesmo assim. - A voz feminina disse do outro lado e eu me sentei abruptamente ao reconhecê-la.

- Droga! Droga! Droga! - Repeti, baixinho, e Chris se sentou ao meu lado, confuso.

- O que foi? É a sua irmã?

- Quem dera fosse, é a minha empresária. - Falei, tirando a coberta e jogando as pernas para fora para ir abrir a porta, mas Chris me impediu, colocando a mão sobre minha perna.

- Eu vou.

Me ajeitei novamente na cama, enquanto assistia Chris caminhar até a porta com toda a calma do mundo. Quando ele puxou a mesma, que nem estava trancada, Kelly passou por ela como o furacão que era. A mulher, dona de cabelos cacheados castanhos e olhos cor de mel ,era minha empresária e assistente, o que quer dizer que ela basicamente gerenciava minha carreira e cuidava de tudo, desde minha agenda até minha imagem pública.  Ela estava na casa dos cinquenta anos e era um doce de pessoa quando não estava estressada, mas o problema era que ela passava a maior parte do tempo estressada.

- Ainda bem que você está viva! - Ela disse assim que colocou os olhos em mim. - Achei que entraria aqui e te encontraria desmaiada depois do tanto que te chamei.

- Bom dia pra você também, Kelly. Que horas são?

- Quase oito da manhã, eu vim assim que acordei e vi suas mensagens. - Explicou e eu gemi, frustrada.

- Kelly, eu fui dormir mais de quatro da manhã. - Reclamei e ela suspirou.

- Eu sei que você deve estar cansada, mas eu precisava ver como você estava e precisava resolver um monte de coisa com você o mais rápido possível. - Respirei fundo, desistindo de entrar em uma discussão que eu sabia que não me levaria a lugar nenhum.

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