Capítulo 22

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Capítulo 22 

POV Claire  

Quando as nossas respirações voltam ao normal, o Liam levantou-se, vestiu os boxers Calvin Klein e saiu por segundos do quarto. Ao regressar trazia uma toalha húmida, aproximou-se de mim e limpou-me no meio das pernas. Estremeci com o seu toque e ele soltou uma risada. 

- Liam... - comecei a dizer e engoli em seco.  

- Que foi princesa? - perguntou fitando-me em posição de quatro sobre mim.  

- Eu estive bem? - ele sorriu com a minha questão e enquanto a minha cara ganhava uma tonalidade vermelha.  

- Estiveste maravilhosa, amor. - respondeu dando-me um beijo na testa, saiu de cima de mim e deitou-se ao meu lado. 

Eu abracei-o colocando a minha cabeça sobre o seu peito nu, o silêncio invadiu o momento, porque por mais que nós tivéssemos de falar sobre tudo estávamos com medo de estragar o momento mais intenso. 

- Claire? - chamou, cortando o silêncio. 

- Sim? - levantei a cabeça para olha-lo nos olhos. 

- Porque foste embora? E, porque escreveste aquela carta que me partiu o coração? - pode ver dor no olhar dele quando fez a segunda pergunta e a voz ficou presa. - Porque não acreditas em nós? - ao questionar isto, eu comecei a chorar e ele envolveu-me nos seus braços.  

A morte dos meus pais, do meu avô, a recordação de encontrar a minha avó sem vida, tudo aquilo apareceu na minha mente. Eu estou destinada a perder tudo o que mais gosto, e apenas não quero que isso aconteça ao Liam, mas estar longe dele tem sido uma verdadeira tortura e vejo que para ele também é. Nestes últimos dias, percebi que a ameaça do James é uma fantochada, no entanto, se contar ao Liam pode haver uma guerra e não posso permitir isso. Além disso, ainda tenho de perceber o que se passa com o James, por mais que ele tenha me feito sofrer no passado, eu não o odeio e até o quero ajudar. Estou confusa, não consigo ter planos nem expectativas em relação ao meu futuro. Preciso de tempo. 

Depois de estar mais calma olhei para os seus olhos castanhos.  

- Eu não te consigo responder. Apenas, peço-te que confies em mim. 

Ele aproximou o seu rosto do meu, agarrou-o entre as suas mãos e encarou-me. 

- Sabes que vou esperar o tempo que for preciso por ti. E nem precisas de pedir, eu confio em ti e dou-te o espaço que precisares. - as suas palavras deram-me uma vontade enorme de o abraçar, de verificar se ele era mesmo real. 

- Não sei se já te disse, mas és per-fei-to! 

- É... tu já disseste. - riu e beijou-me. 

Uns minutos depois olhei para o relógio no pulso do Liam e vi que era uma e meia. Ops, perdi a noção do tempo. Tenho de ir para a casa de James, sei lá se ele não aparece mais cedo e não quero revelar que vi aqui. Além disso, a Dona Dephine deve estar ansiosa que eu regresse a casa, só não sei o que lhe vou contar honestamente. 

- Raios! Vou ter de ir. - informei-o levantando-me e começando a vestir. 

- Já? Não queres ver a Megan? - inquiriu cabisbaixo observando-me enquanto eu apertava as calças. - Quando vens-me cá outra vez?  

- Tenho mesmo de ir. Eu não sei, vou vir assim que possível. - depois de estar vestida, segurei no seu queixo e beijei-o.  

Ao chegar à mansão, estacionei o carro da minha cúmplice e entrei pela porta das traseiras. Ouvi a voz de James a perguntar por mim à Dona Delphine e ela estava a entrar em pânico. Eu estava certa, ele ia vir mais cedo e podia apanhar-me.  

Entrei na sala e eles olharam para mim. Notei que a governanta ficou mais aliviada e saiu de junto de nós. 

- Onde estiveste? - perguntou-me. 

- Tive a dar uma volta pelo jardim preciso de ar, já estou cansada de estar aqui fechada. E não culpes Dona Delphine, sabes bem que não gosto que me controlem. - informei muito séria, para ele não perceber que eu estava a mentir.  

- Desculpa. - pediu. - Que tal eu te recompensar?  

- Como? - interroguei bastante curiosa.  

- Hoje vamos jantar fora. Que te parece? 

Hesitei em lhe responder, porque o peso na consciência de lhe mentir apareceu e se fosse jantar com ele eu acabaria por admitir que o segui até ao hospital. 

- O que tens?  

- Nada. - respondi seco.  

- Conta lá o que te incomoda. Eu conheço-te, diz lá. - insistiu 

- Okay. - bofei, mas obviamente não lhe ia contar que o segui. - Notei que estas muito diferente. O que se passa contigo? 

Agora, foi a vez de James ficar sem fala.  

- Bem... tenho muitas coisas a acontecer na minha vida neste momento. - respondeu com calma e sem expressão. 

- Mas o quê? 

- Estou a morrer, Claire. A cada minuto que passa o meu tempo é pouco. 

- O que queres dizer com isso?  

- Eu tenho um aneurisma cerebral e hoje cheguei mais cedo porque o médico disse que não tenho muito tempo de vida. - confessou permanecendo sem expressão.  

O quê? Ele tem um cancro na cabeça? Um rapaz tão novo? O choque foi tão grande que eu não hesitei em abraça-lo. E ele começou a chorar no meu ombro.  

-Desculpa por tudo. - ele pediu depois do abraço. - Nunca pensei que voltarias a abraçar-me.  

- Oh, o que aconteceu entre nós são águas passadas. Eu sou tua amiga e tu precisas de um ombro amigo neste momento. 

- Obrigada. Deves agora pensar que eu te ameacei porque quero passar mais tempo contigo, certo? 

- Sim. -admiti, porque fazia sentido. 

- Mas não é só esse motivo. E só te conto se jantares comigo! - disse num tom brincalhão. 

- Não é justo! - refilei. 

- Vá, eu preciso de distrai-me um pouco! - insistiu. 

- Oh... pronto, está bem! - concordei derrotada.  

- Altamente! Bom, agora vamos almoçar. - caminhou em direção à sala de refeições e eu caminhei ao seu lado.  

  Continua...

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Olá, desculpem a demora... só tenho inspiração quando não posso escrever. -.-' No entanto, já tenho a fic quase toda na cabeça. Vamos fazer assim, a partir do momento que tiver 80 votos e uns 30 comentários(contando com os meus), eu posto o próximo hehe ;b Vem mais surpresas em breve! Eu sei que este capítulo não é dos melhores, mas qual será o outro motivo para o James quer a Claire por perto? Não percam o próximo hehe ;D Beijinhos, obrigada & love you all 

Adrift (LP)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora