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                                        /CAPÍTULO 55 - HARRY POV/

O Chalk esteve aqui.

Logo que Louis me agarrou às gargalhadas, quando entrei na sala com a Blue, percebi que alguma coisa se passava pelo simples facto de me arrastar do local de convívio e com risos claramente falsos. Quando ambos estávamos afastados de olhares indiscretos, e seguramente sentados nos bancos altos da cozinha, é que o rapaz de olhos azuis se confessou avisando-me que Chalk passara pela festa ontem à noite.

Felizmente, quando o homem apareceu, eu e a Blue estávamos em segurança no meu quarto e Louis não quis perturbar o nosso ambiente para atirar uma bomba destas. Fiquei agradecido por ele apenas me ter avisado de manhã e longe da minha namorada - não a queria assustar.

Mas eu próprio estava assustado. Não por mim mas pela Blue, sei que ela está aterrorizada com toda esta situação ainda que não o mostre. Se por ventura ela viesse a saber desta situação, perderia toda a sanidade mental que ainda lhe resta e com certeza não a quero submeter a esse tipo de sofrimento. Para além daquele que ela passaria se algum dia o Chalk a conseguisse realmente apanhar.

"O que é que pensas fazer, mano?" Louis questionou, engolindo um comprimido a seco.

"Ficar por aqui até encontrar uma solução." eu encolhi os ombros. "De certeza que ele está por estas bandas à espera que algum de nós dê um passo em falso."

Eu conhecia aquele homem e sabia que ele não se ficaria apenas por uma visita a esta casa. Acredito que ele nos tenha andado a procurar durante a semana mas connosco escondidos no meu dormitório a sua tarefa tornou-se árdua. Agora que ambos saímos do cubículo ele não vai perder uma oportunidade de nos apanhar, nem que parece isso tenha de acampar à frente da casa de Louis.

"Verdade. Mas o que vais dizer à Blue?" ele insistiu. "Sabes como a rapariga é, de certeza que quererá explicações."

Rolei os olhos e pensei na primeira coisa que me veio à cabeça: "Digo-lhe que a tua mãe a quer conhecer e que nos convidou a passarmos os próximos dias por aqui. Ela vai cair nessa, não te preocupes."

"Não sei se reparaste mas a minha mãe nem em casa vai estar." ele riu.

Grunhi e pousei a cabeça no tampo da mesa, cansado de todas estas confusões: "Ugh, eu pensarei em alguma coisa."

Uma grande onda de culpa percorreu as minhas veias, bombeando o meu coração descontroladamente. Eu nunca deveria ter arrastado a Blue para esta situação, ela própria nem sabia dos seus ideais até há bem pouco tempo. A rapariga não merecia ser arrastada para um mundo de desespero, experiências e tortura, não só porque a amava - o que não deixava de ser verdade - mas também porque era demasiado ingênua e bondosa para envergar por algo tão clandestino.

Eu ainda não conseguia acreditar que ela se havia entregado a mim. Na minha cabeça ela estava perfeitamente coerente - era a única maneira de afastar mais uma dose de culpa, pois por mais que ela se estivesse a atirar a mim eu jamais deveria ter-me aproveitado do seu estado alcoólico para o meu próprio bem. Mas a verdade é que tudo se tornou para lá de mágico quando os nossos corpos se colaram. Senti tudo aquilo que era suposto sentir mais os estímulos doces e melodiosos da minha Sinestesia. Foi algo que nunca pensei experimentar, mas definitivamente algo que vou querer repetir.

"E quando as aulas voltarem? Vais ter de a levar de volta para o colégio e não a podes obrigar a passar o resto dos seus dias debaixo da tua asa." Louis era persistente e isso irritava-me.

DARK JEANSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora