Your Favourite Boy | ✓

By fefacarvalhox

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Maeve Walsh tinha a vida dos sonhos em Nashville. Era popular, capitã das líderes de torcida, namorava o cara... More

your favourite boy
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chapter forty seven
chapter forty eight
chapter forty nine
chapter fifty
agradecimentos

chapter thirty four

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By fefacarvalhox


     Faz uma semana que estou em casa e ainda não estou conseguindo andar direito.

     Lucian me leva na fisioterapia enquanto minha mãe faz tudo para me mimar. Ontem ela fez meu macarrão com queijo favorito e a torta de maçã que só ela sabe fazer.

     Brinquei com ela que voltaria para casa rolando desse jeito e posso jurar que vi em seus olhos que a ideia de voltar para o Iowa não agradou, mas o que eu posso fazer? Lá é minha casa, lá estão as pessoas que se tornaram minha família, meus amigos, meu apartamento que eu corri – literalmente – para ter, lá é meu lugar, não aqui.

— Ei – Char chama assim que adentra o quarto que estou dormindo.

     Depois que voltei para casa, minha mãe reorganizou uma das salas de jogos e montou um quarto para que eu não precisasse me forçar a subir e descer escadas.

— Trouxe algo que acho que você está sentindo falta – se antecipa e balança algo na mão, que, prestando mais atenção, vejo ser meu celular

— Ele sobreviveu – comemoro e ela ri

— Nem tanto, na verdade, o seu já era, seu pai comprou outro e eu já configurei ele, está tudo aqui, suas mensagens, aplicativos, tudo, como se não tivesse acontecido nada – ela garante me entregando o aparelho e se sentando de frente para mim na cama

— Obrigada, amiga

     Desbloqueio o aparelho e vejo inúmeras notificações, mas uma conversa em especifico me chama atenção, tem mais de cinquenta mensagens do Ethan no meu celular. Por um momento eu hesito, são muitas mensagens e a última foi enviada na semana passada.

     Ethan:

     "Sinto sua falta"

     Pondero por um instante e então me viro para minha melhor amiga:

— Ethan – cito – Por que não veio me ver depois que acordei? – Charlise me olha e a vejo engolir em seco.

— Ele está bem, não veio porque está trabalhando agora. – pontua – Ele é professor em uma escola infantil e está adorando, acabei não contando a ele que você está de volta – ela ergue os ombros e me olha como se pedisse desculpas.

— Ele me mandou muitas mensagens – mostro as mensagens para ela

— Acho melhor não responder – minha amiga diz e por um momento eu sinto que ela está escondendo algo

— Por que?

— Se passaram cinco meses, Maeve. – ela diz e é agora que eu descubro quanto tempo eu estive desacordada – Ele está colocando a vida dele nos trilho, está trabalhando com o que ele sempre quis e você contar a ele que acordou vai fazer com que ele, provavelmente, queira largar tudo e vir pra cá, não seria justo – diz com sinceridade, suspiro.

     Eu sinto muito a falta dele, eu o amo e queria que ele estivesse aqui, mas sei que ela tem razão, por isso, opto por bloquear o aparelho e deixa-lo de lado. Vejo que minha amiga não para de digitar algo no celular e isso aguça minha curiosidade.

— O que tanto você digita aí?

— Você vai saber em um minuto – diz sem tirar os olhos do celular, pouco tempo depois ouço o som de uma chamada, ela a atende e sorri para o celular

— Eu vou te mostrar uma coisa, mas eu preciso que você não grite – ela diz e eu fico em dúvida se é pra mim ou para a pessoa que está na chamada.

     Char me olha rapidamente e depois vira seu celular em minha direção. Arregalo meus olhos surpresa por ver quanto ela mudou e vejo a mesma expressão em seu rosto.

— Caralho – é o que ela diz e aos poucos um sorriso toma sua boca – Porra, não... Não acredito – diz em meio a um riso descrente

— Sou eu, Amanda – sorrio e sinto algumas lágrimas se acumularem em meus olhos

— Ai meu Deus – vejo um brilho em seus olhos – Quando? Onde? Por que? – ela pergunta rápido

— Faz duas semanas – olho para Charlise esperando que ela confirme o tempo e ela o faz antes de arrastar-se para ficar ao meu lado na cama

— E por que ninguém me avisou? – gritou

— Eu estava no hospital, peguei meu celular hoje, desculpa – faço um bico para minha amiga

— Nem adianta fazer esse bico, ainda estou brava por não ter me contado – desvia o olhar por um momento

— Não seja má comigo

— Quando vai voltar pra cá? – ela diz depois de me encarar

— Eu ainda não sei, não estou andando sozinha ainda... Acho que mais um mês – lamento

— Eu estou morrendo de saudade – assume

— Eu também estou... – lamento – O que você tem feito depois da formatura?

— Eu vou começar a estagiar para uma estilista no mês que vem – ela sorri abertamente

— Ah, que bom! – comemoro com Charlise por ela

— Estou tão feliz por você – Charlise diz sorrindo

— Mae, temos que ir – meu irmão aparece na porta avisando do horário da fisioterapia

     Olho para a tela do celular e vejo minha amiga de braços cruzados.

— Eu tenho que ir para a fisioterapia – aviso

— Eu quero que você me ligue todos os dias – avisa, rio e confirmo – Promete?

— Prometo – sorrio

— Então tá – ela suspira – Vê se cuida dela, Char. – minhas amigas se olham em compreensão e compaixão, Char acena com a cabeça, nos despedimos.

     Meu irmão me ajuda e levantar da cama e sentar-me na cadeira de rodas, me guiando pela casa até o carro.

— Era a Amanda no telefone? – meu irmão pergunta de repente

— Era... – respondo um tanto desconfiada

— Eu mantive ela informada do seu quadro e acabamos conversando um pouco – meu irmão justifica – Só não avisei que você tinha acordado

— Ela ficou brava por não saber – comento, meu irmão solta um risinho

     Enquanto ele segue pelas ruas até o hospital, penso em como a minha relação com Amanda evoluiu.

     Há cerca de um ano e meio, ela era só mais uma garota fútil que me xingou e tomou um tapa. Hoje ela é uma pessoa tão importante pra mim que eu não consigo mensurar o quanto eu gosto dela.

     Nós nos aproximamos muito depois do que aconteceu com ela e pouco antes do acidente eu a convidei para morar comigo e com Charlise. Eu não entendo como as coisas aconteceram tão rápido e tão fácil com ela, mas não vejo minha vida longe dela e muito menos longe de Charlise.

— Eu vou te esperar aqui – meu irmão avisa assim que entramos na sala de exercícios.

     Eu estou em processo fisioterápico há duas semanas, mas eu já me sinto exausta. É cansativo, principalmente por não ver resultados, eu dou o meu máximo para voltar a andar, mas eu não dei mais que um passo ainda.

— Não fica com essa cara, todo dia é uma evolução. Leva tempo para recuperar totalmente e você precisa ter paciência – Isobel, a fisioterapeuta diz

— É frustrante – resmungo enquanto ela me ajuda a me deitar na maca

— Eu sei disso, Maeve, mas você está indo bem, nós vamos conseguir – ela tenta me encorajar e eu aprecio isso em Isobel, ela se dedica cem por cento aos pacientes, mas isso não muda o fato de eu ainda ter que tomar banho sentada e precisar de alguém para me levar e tirar do banheiro.

     Eu sei que Char e minha mãe não se incomodam em me ajudar, mas eu não me sinto bem dependendo delas para tudo.

     Eu nunca fui assim depois que aprendi a limpar a minha própria bunda.

     Suspiro alto quando Isobel força minha perna para o lado. A fisioterapia dói, sinto como se minhas pernas estivessem se torcendo, eu sei que ela precisa fortalecer meus músculos e nervos para me manter estável e em pé, mas dói.

— Vamos para a barra? – Isobel pergunta como um convite

     As barras são a pior parte. É ali que você percebe que a dor e os dias que você passou em exercícios não valeram de nada porque você mal dá um passo.

     Seguro firme nas barras de alumínio e me posiciono à frente do caminho que devo trilhar, ao forçar meus pés no chão, sinto minhas pernas tremerem e isso faz com que eu force mais o meu corpo contra as barras.

     Estico um pouco da minha perna e coloco meu pé um tanto à frente.

     Um passo.

— Muito bem, Maeve. Continue – encoraja ela

     Faço o mesmo movimento, com dificuldade para me equilibrar, para dar outro passo.

     Dois passos.

     Repito o movimento mais uma vez e consigo firmar o pé no chão mesmo sentindo meu corpo fraquejar por um momento.

     Três passos.

     E não passa disso.

     Tento mover mais um passo, mas meu corpo não aguenta e acabo perdendo o equilíbrio sendo segurada por Isobel.

— Muito bem, Maeve, você foi muito bem. – afirma mesmo sabendo que eu me sinto frustrada – Você deu um passo a mais que dois dias atrás e daqui dois dias você dará mais um. E assim você vai voltar a andar – tenta me encorajar, suspiro.

     Isobel me ajuda a me sentar na cadeira de rodas e continua tentando melhorar meu humor por ter conseguido mais um passo até chegar ao encontro de Lucian.

     Me mantenho em silencio durante um bom tempo, o que pareceu incomodar o meu irmão e o fez perguntar:

— Como foi hoje?

— Dei três passos hoje – comento sem entusiasmo

— Isso é ótimo, Eva

— Não é, Lucian – exclamo – Eu estou cansada, com dor... – o encaro – E não consigo dar mais que três passos de merda

— Isso leva tempo, Eva. Você precisa ter paciência

— Eu tenho, mas a de hoje eu já perdi – resmungo virando meu rosto para a janela

     Assim que chego em casa, deixo minha bolsa sobre a mesinha do hall de entrada e vejo que tem correspondência.

     Passo algumas cartas endereçadas aos meus pais e separo as do meu irmão, mas uma delas me chama atenção.

     É um envelope lindo, bordado e com a cera de vela derretida selando o envelope. Viro-o para ver se há algo escrito, mas só tem o sobrenome da minha família, decido abri-lo para descobrir o que é e de quem é.

     Solto a cera da vela com cuidado para não estragar o envelope e lá dentro há um papel branco com algumas coisas escritas, tiro o papel e então eu paro, sinto meu coração falhar por um instante e voltar a bater em um ritmo frenético me causando certa falta de ar, meus dedos formigam pelo contato com o papel e garanto que, se eu já não estivesse na cadeira de rodas, eu teria caído para trás.

     Os nomes no papel, a frase romântica e a data marcada me deixaram em orbita. Isso não podia ser real.

     Quando isso aconteceu?

     Como isso aconteceu?

     E antes que eu possa pensar nas respostas para minhas perguntas, vejo Charlise sair pela porta da cozinha e ao me olhar, percebo que ela sabe e isso dói muito mais do que qualquer acidente.

     Ethan está de casamento marcado com Sarah, minha amiga, e Charlise, minha melhor amiga e minha irmã, sabia disso, e não me contou.

     Devolvo os papeis para a mesinha e puxo as rodas da cadeira para se movimentarem em direção ao meu quarto adaptado e eu sei que minha amiga está atrás de mim.

Maeve...

— Não – digo assim que passo pela porta do quarto

— Amiga, por favor

— Não, Charlise – me viro para ela – Você sabia disso? – a encaro e a vejo engolir em seco – Sabia? – grito

— Sabia – assume – Mas eu não podia te contar...

— E por que não? – pauso sentindo meu rosto queimar de raiva – Ele é meu namorado. Era – corrijo

— Maeve, eu...

— Há quanto tempo? – me refiro a quanto tempo Ethan e Sarah estão juntos

— Três meses – ela diz baixinho

— Três meses? – quase grito – E vão se casar? – questiono e minha amiga assente – Ela está gravida?

— Não – ela nega rapidamente – Eu também não entendi porque eles já vão se casar, mas eles vão... – ela me olha por um instante

     Me mantenho em silencio porque nada faz sentido na minha cabeça. Como ele pode estar se casando, com uma amiga minha, depois de três meses de namoro. Nada faz sentido, mas então, de repente, algo faz sentido.

— É por ela... – concluo, Char me olha com uma expressão confusa – Foi pela Sarah que você não me deixou mandar mensagem para o Ethan – esclareço minha conclusão

— Não, não foi por ela – minha amiga dá um passo em minha direção – Foi por você. Ele iria vir pra cá e tentar fingir que nada aconteceu, mas aconteceu e você merece saber a verdade, e ele não iria te contar.

     Desvio o olhar de Charlise por um momento, ponderando o que vai acontecer agora.

     Eu não estou andando, fiquei cinco meses longe de quem eu amava e agora descubro que meu namorado vai se casar em um mês.

     Não sei como me sentir, tem muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, muitas emoções e sentimentos batendo contra minha cabeça e eu só quero deitar e esquecer.

— Você vai ao casamento? – ela pergunta depois de um tempo

— Eu não sei, não sei se quero vê-lo se casar

     Olho para Charlise e sei que vou chorar, não só por saber que muita coisa mudou, mas também porque eu estou cansada de tudo isso, cansada de tentar andar e não conseguir, cansada de tentar voltar no tempo, cansada de pensar se minha vida ainda é a mesma e se as pessoas esperaram por mim, e pior que isso, ver que não, ninguém parou a vida por mim.

     Eu fui deixada para trás a cinco meses.

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