The Only Reason - HS

By laribsss

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É sempre tudo sobre ele. A culpa e a redenção, o pecado e a salvação, a dor e a cura, o problema e a solução... More

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By laribsss

- Nunca achei que você fosse me fazer uma proposta dessas. - Falo sem graça empurrando o envelope marrom por cima da mesa e vejo Anne ruborizar.

- Não me interprete mal, mas você já fez tanto por mim nesse período de internação do Harry que achei que seria justo retribuir dessa forma. - Anne fala e tenho vontade de sair correndo.

- Não posso aceitar seu dinheiro, Anne. - Tento não parecer ofendida mas o leve franzir de seu cenho mostra que não consegui fazer tal coisa. - Olha, eu entrei na vida de vocês por acaso e pra ser sincera, não esperava que fosse ficar tanto tempo por perto. Já nos conhecemos há algum tempo, já passei várias noites e dias com Harry no hospital, Gemma já até dormiu na minha casa e você conhece toda a minha família. Acho que posso dizer que nos tornamos amigas, e amigas se ajudam sem cobrar nada por isso.

- Melanie, eu sinto muito. Não quis te ofender e somos amigas sim, Gemma é louca por você. - Ela diz com os olhos azuis marejados e estico minhas mãos para alcançar as suas.

- Sem problema, eu entendi o que você quis dizer. Também sou doida por ela. E sabe, enquanto vocês me permitirem ficar por perto, eu ficarei.

- Você já fez mais pela nossa família do que qualquer pessoa que convivia diariamente e praticamente morava conosco. - Ela diz amargamente e ergo a sobrancelha em questionamento tomando um gole do meu suco. - Acho que nunca mencionei que Harry tem uma namorada, certo? - Anne pergunta e o suco desce pelo lugar errado, uma crise de tosse constrangedora me atinge enquanto tento assimilar o que ela acabou de me dizer. Limpo meu rosto com um guardanapo e pigarreio algumas vezes até minha voz voltar ao normal e a sensação de engasgo passar.

- Namorada? - Pergunto me sentindo completamente desconfortável com a informação que me atingiu completamente desprevenida.

- É, namorada. Eles começaram a sair quando tinham dezesseis anos e não se desgrudaram até Des ficar doente, Harry sempre deixou bem claro que não ia deixar o pai sozinho enfrentando uma doença tão severa mas sempre cedia aos caprichos dela. Lilly sempre foi ciumenta ao extremo e isso nunca me agradou mas esperava que a atitude dela nessa situação fosse diferente visto que o comportamento dela sempre foi quase obsessivo com Harry.

- Isso é horrível, Anne. Sinto muito. - Falo baixinho tentando não parecer chateada e mais uma vez tenho certeza que falhei miseravelmente.

- Horrível é o que ela está fazendo com meu filho. Sabe quantas vezes ela foi até o hospital vê-lo? Nenhuma. Ela liga uma vez por semana e só diz que não consegue enfrentar essa situação, que é difícil demais pra ela.

- Isso é ridículo. - Resmungo sentindo meu peito arder tamanha desconsideração. Anne mexe nas alianças em sua mão esquerda e meu coração afunda uns dez metros abaixo do pré-sal.

- Ela já chegou a perguntar quando as máquinas seriam desligadas porque é um absurdo mantê-lo vivo apenas por aparelhos. -Anne sussurra dolorosamente.

- Ela fez o que? - Pergunto num tom mais alto do que o que é considerado educado e ela assente com o cansaço e dor banhados em seu rosto.

- Não foi a primeira vez que esse assunto surgiu, - ela diz desconfortavelmente. - desde a primeira semana após o diagnóstico ela veio questionar isso. Mas nunca chegou a visitá-lo, nunca foi até o hospital para segurar na mão dele e dizer que estava ao lado dele. - Sua voz falha e alcanço sua mão sobre a mesa. O silêncio é pesado e faz meu coração bater estranhamente calmo ao ouvir em suas palavras tudo o que eu já disse a ele em várias noites em que passei ao seu lado naquele quarto de hospital. Um misto de alívio e confusão me domina quando ela deixa claro seu descontentamento com as atitudes de Lilly.

- Você pensa nisso? - Pergunto da forma mais neutra que consigo e os minutos que Anne passa em silêncio rasgam minha alma.

- Na próxima semana vai completar oito meses que ele está em coma. - Ela fala com um suspiro triste e meu coração bate dolorosamente devagar.

- Eu sei. - Sussurro e uma lágrima escapa de seus olhos, Anne se apressa em secar antes que várias outras caiam.

- Mas nunca sequer cogitei essa possibilidade. Tem sido tão difícil vê-lo daquele jeito, Melanie. Harry está há meses deitado numa cama de hospital e não temos previsão ou expectativa de nada. É horrível admitir isso mas se não fossem os vídeos de audições e apresentações, já teria esquecido como é a voz dele. Não me conformo em ver meu filho daquele jeito mas não sou capaz de tomar uma atitude dessas. - Anne diz com a voz embargada pelo choro que se recusa a liberar.

- Nada que eu fale vai amenizar sua dor e nem a maior mentira do mundo vai ser capaz de acalentar seu coração, mas precisamos manter a esperança de que vai ficar tudo bem. - Ela balança a cabeça limpando os olhos e sinto os meus arderem ao ver a tristeza estampada em seu rosto.

- Eu tento me manter firme todos os dias porque Gemma precisa de mim. - Anne fala baixinho e aperto as unhas na palma da mão pra não ceder ao choro. - Comemorar o aniversário de Gemma foi difícil demais, daqui a pouco mais de um mês é o aniversário dele e isso está me matando. Vai ser o nosso primeiro natal sem Des e sem Harry.

- Não fala desse jeito. - Peço delicadamente e ela limpa os olhos com um guardanapo. - Harry só não está acordado, mas ele está aqui. Por mais que não tenha o conhecido acordado e em circunstâncias melhores, sei que ele está ali. - Falo com firmeza e ela chora.

- Como você pode ter tanta certeza se nem mesmo os médicos podem dizer isso? - Anne pergunta pausadamente e tomo fôlego antes de voltar a falar.

- Porque eu sinto ele ali. Toda vez que chego lá a sensação que tenho é que estou conversando com alguém que caiu no sono e está prestes a despertar. Por isso converso com ele o tempo todo, porque sei que ele está comigo. Existem estudos que dizem que uma pessoa em coma pode ouvir e sentir o que acontece ao seu redor, eu me apego nisso e não existe ninguém que mude a minha cabeça em relação a isso. - Confesso constrangida e ela me encara em silêncio com o rosto avermelhado pelo choro.

- Queria que você tivesse entrado em nossas vidas antes dessa bagunça acontecer. - Anne fala apertando minha mão com a expressão séria e a vergonha me cobre feito um cobertor quente no verão. - Muito obrigada por fazer tanto por nós três.

- Eu escolhi ficar e entrar nessa guerra com vocês. Pode ter certeza que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar. - Respondo com a voz falha e ela me dá um sorriso com os lábios apertados. - Essa fase difícil vai passar e vocês voltarão a ficar juntos e serão tão felizes que essa tristeza toda de hoje vai ser uma lembrança do tamanho de um grão de ervilha.

- Queria conseguir ter a mesma esperança que você tem, estou cansada e com medo. - Anne fala tristemente e balanço a cabeça.

- Também estou assim desde o dia em que encontrei Gemma chorando no banheiro do hospital me implorando para acordar o irmão dela. Mas não deixo isso me dominar, me recuso a desistir ou deixar o medo me afastar sem antes lutar pelo o que eu acredito. Tudo bem sentir medo e insegurança, você só não pode deixar isso te cegar, fiz isso a vida inteira e me arrependo diariamente por isso. - Falo e ela passa as mãos no rosto cansado. - Isso vai acabar logo e vai ficar tudo bem.

- Como você pode ter tanta certeza disso? - Ela questiona antes de tomar seu suco de laranja.

- Não sei, só estou tentando quebrar velhos hábitos e acreditar que mesmo que tudo pareça horrível, pode melhorar de alguma forma.

O assunto se encerra quando nossa comida chega e mesmo sem fome, tento comer o máximo possível para tentar incentivar que Anne faça isso também, reparei que ela está mais magra desde o nosso último encontro. Meu estômago parece estar trancado desde que Anne mencionou Lilly e me sinto estranhamente ofendida por Harry ter uma namorada. Quase dou risada de mim mesma quando preciso me obrigar a continuar com uma expressão tranquila quando me dou conta de que estou com ciúmes de um cara que sequer me conhece. Acabamos de comer e pagamos a conta rapidamente para Anne conseguir chegar no horário da reunião com um possível cliente. Estou parada ao lado do carro de Anne no estacionamento do Griffins viajando em meus próprios pensamentos, saio do torpor quando Anne atende seu celular e o desliga após algumas palavras sussurradas. Ela coloca sua bolsa no teto de seu carro e se segura na coluna da porta como se suas pernas tivessem perdido a força.

- Era o melhor amigo de Harry dizendo que tinha acabado de sair do hospital. - Ela diz guardando o celular na bolsa e suspira parecendo aliviada.

- Tudo bem com Harry?

- Sim, Niall disse que retiraram o gesso do abdômen e da perna de Harry. Agora é esperar mais alguns dias até remover a traqueostomia por completo e ele ficará apenas com o auxilio do oxigênio através de uma máscara.

- Isso é ótimo, Anne. - Comemoro e ela sorri fracamente. - Viu só? Eu disse que tudo ia ficar bem.

- Não quero me iludir para sofrer depois, acho que não conseguiria continuar de pé. - Sua voz falha e me aproximo para abraçá-la.

- Não é ilusão para mim, acho que temos que acreditar que ele está lutando e precisa da nossa força para conseguir vencer. - Falo com toda certeza que consigo juntar e Anne sorri.

- Já disse o quanto eu queria que você tivesse entrado em nossas vidas sem toda essa confusão? - Ela pergunta e sorrio dando ombros quando tio John chega buzinando e estaciona na frente do restaurante. Nos despedimos e ela acena para tio John antes de entrar em seu carro.

Reparo que ela não sai imediatamente e vejo seus ombros balançarem quando ela cobre o rosto com as mãos. Me forço a andar até o carro de tio John e começo a chorar antes mesmo de abrir a porta do passageiro. Sinto seus olhos castanhos em mim e ao invés de questionar o motivo do choro, ele me oferece uma bala de amendoim e um pacote de lenços amassados. Fungo uma risada e ele põe um cd com músicas em espanhol para me animar. Aos poucos consigo controlar a bagunça que meus sentimentos se tornaram após um almoço que pareceu durar uma eternidade em duas horas. Tio John para o carro ao lado do carro do meu avô e cruzamos o jardim em silêncio, falo com meus avós e subo para o meu quarto apressadamente. Em silêncio e sozinha tenho a percepção de que meus sentimentos por Harry são mais fortes do que empatia, tal conhecimento me atinge com a força de um meteoro e sou obrigada a concordar com o que minha melhor amiga diz o tempo todo quando o assunto se trata de Harry Edward Styles: só me meto em furada.

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