The Only Reason - HS

c a p í t u l o 3 3

"Iris não conseguiu ficar quieta e acabamos conversando sobre você com Melanie. Não estou querendo te dar falsas esperanças mas pelo o que vi, acho não vai demorar muito para entrar em contato ou até aparecer aí. Vê se não estraga tudo, ela realmente gosta de você."

Leio a mensagem de Niall três vezes até entender o que ele escreveu, penso em pedir detalhes do que eles conversaram mas não sei como falar isso sem parecer um poço de ansiedade e nervosismo então respondo com um emoji que acredito que seja o suficiente para transmitir o que estou sentindo. Coloco o celular da minha irmã sobre a minha barriga e cubro o rosto com meu antebraço tentando não enlouquecer com essa espera que parece ser infindável. A porta do quarto é aberta e Gemma entra com cuidado como tem feito todos os dias desde que voltei para casa.

— Você está acordado? — Ela sussurra e finjo dar um ronco profundo. Sua risada leva pra longe a confusão da minha cabeça e consigo voltar a pensar com mais tranquilidade. — Mamãe disse que você precisa tomar seus remédios e me levar pra tomar sorvete.

— Está frio para tomar sorvete. —  Falo voltando a me detestar por inventar desculpas para não sair de casa usando um par de muletas.

— Não está não. — Minha irmã reclama e dou ombros.

— Está sim. — Falo e Gemma bate o pé no chão com os olhos castanhos brilhando por lágrimas que se recusa a deixar cair. — Amanhã Niall vem aqui e vou pedir para ele trazer um pote de sorvete só para você.

— Não quero sorvete de Niall, quero que você me leve pra tomar sorvete. Você voltou pra casa mas a gente não sai mais tem um tempão. —  Sua voz fica aguda e sei que ela está prestes a chorar. Meu estômago dá um nó quando ela se aproxima da janela e apoia a testa no vidro. — Eu não quero mais isso. Eu quero que você fique igual antes, Hazz.

Suas palavras me atingem feito um tiro e como tem acontecido sempre que fico nervoso, perco a voz. Tenho vontade de chorar junto com Gemma mas sei que se eu começar, não vou ter força para parar. As palavras reverberam em minha cabeça mas não consigo colocá-las para fora, fico observando minha irmã sofrer por minha causa e isso faz meu corpo inteiro doer. Quando consigo criar coragem para levantar e ir até Gemma, ela dá um gritinho e sai do meu quarto feito um relâmpago. Continuo olhando para o teto sem saber como reagir até que escuto um barulho de algo caindo ou batendo. Chamo por Gemma e quando ouço seu choro alcanço minhas muletas e saio do quarto o mais rápido que consigo. Até conseguir chegar na sala imagino milhões de cenas diferentes mas me surpreendo dando de cara com justamente o que jamais passou pela minha cabeça e que agora faz meu coração bater desesperadamente. Gemma está no colo de Melanie enquanto as duas choram abraçadas no chão da sala, me aproximo tentando não fazer barulho mas as malditas muletas me entregam e Gemma põe sua mão na boca tentando controlar seu choro e quase dou risada quando Melanie faz o mesmo. Melanie levanta do chão e ajuda Gemma que continua soluçando baixinho até chegar no sofá. Melanie sussurra alguma coisa com a minha irmã e não consigo evitar um sorriso quando vejo as duas conversando confortavelmente como se fossem amigas há anos.

— O que aconteceu? — Pergunto me sentando no sofá do lado oposto de onde elas estão.

— Eu caí e bati a cabeça. —  Gemma fala baixinho ainda soluçando.

— Não foi bem assim. — Melanie corrige e minha irmã dá ombros. —  Eu estava distraída e me assustei quando Gemma abriu a porta, acabei tropeçando e quase caí encima dela.

—  Mas eu caí e me machucou. — Gemma fala chorosa e deita a cabeça no colo de Melanie.

— Por que você saiu correndo do quarto? — Pergunto para minha irmã e ela vira a cabeça para olhar para mim.