Thanks, Kal

By Alelubets

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*CONCLUÍDA* Amber, executiva do Vale do Silício, deixa o paraíso da tecnologia na Califórnia para abrir seu c... More

Capítulo 1 - Good vibes
Capítulo 2 - Brincando com fogo
Capítulo 3 - Amigos?
Capítulo 4 - Pleasure delayer
Capítulo 5 - Homem de aço
Capítulo 6 - Knights of Honor
Capítulo 7 - Bendito sorvete
Capítulo 8 - Such a tease (18+)
Capítulo 9 - Tantas perguntas...
Capítulo 10 - Diante do espelho (18+)
Capítulo 11 - Como uma rainha
Capítulo 12 - Feito com carinho
Capítulo 13 - Tiramisù (18+)
Capítulo 14 - Outro nível
Capítulo 15 - Damas primeiro (18+)
Capítulo 16 - The one
Capítulo 17 - Press tour
Capítulo 18 - Algo novo (18+)
Capítulo 19 - Nosso lugar
Capítulo 20 - Red carpet
Capítulo 21 - Ficção x realidade
Capítulo 22 - Precisamos conversar
Capítulo 23 - Coração Gelado
Capítulo 24 - Paris (+18)
Capítulo 25 - Compromissos
Capítulo 26 - Meu calcanhar de Aquiles
Capítulo 28 - Mykonos (parte 1)
Capítulo 29 - Mykonos (parte 2)
Capítulo 30 - Café, trabalho e Jimmy Kimmel
Capítulo 31 - #tbt
Capítulo 32 - Contra o tempo
Capítulo 33 - Seguindo em frente
Capítulo 34 - Café, pizza e rock'n'roll
Capítulo 35 - Quem é esse cara?
Capítulo 36 - Se beber, não beije
Capítulo 37 - Ele me beijou
Capítulo 38 - Assumindo riscos
Capítulo 39 - O que nós somos agora?
Capítulo 40 - This is us
Capítulo 41 - Perigosamente melhor
Capítulo 42 - Vinho, fogo e Al Green
Capítulo 43 - Fish and chips
Capítulo 44 - Segunda temporada
Depoimentos TK

Capítulo 27 - Surpresa!

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By Alelubets

Amber

Kensington

Aproveitei o dia de folga para dormir um pouco mais e acabei não ouvindo o telefone tocar na mesa de cabeceira, pois tinha colocado no modo silencioso. Jackie me fez despertar com lambidas nas minhas solas dos pés descobertos e aproveitei para pegar o telefone e saber da hora. Vi que Henry ligou algumas vezes e, sem ter resposta, insistiu ao enviar mensagem.

Henry:

Bom dia, amor. Tentei ligar, mas acho que você estava ocupada. Só pra desejar bom dia e dizer que te amo. Saudade. H.

Liguei de volta para ouvir sua voz, que era bem mais gostosa e acolhedora do que simples letras de uma mensagem de texto, ainda que escrita com carinho.

- Ei! - ele atendeu com entusiasmo.

- Oi, amor. Você sabe que não precisa se identificar ao final de suas mensagens, né?

- Como assim? - perguntou, confuso.

- O "H" no final. - fiz com que caísse na risada. - Acabei de ver suas ligações perdidas. Tirei o dia de folga e estava dormindo até agora pouco. Está tudo bem?

- Tudo bem. Desculpe, Ambs. Achei que você estivesse trabalhando. E sobre a assinatura, é um hábito antigo. Faço sem me dar conta. Como estão as coisas? - perguntou, referindo-se ao trabalho.

- Tudo indo bem. Resolvemos detalhes importantes para o início da obra e, no mais, o trabalho de sempre.

- Imagino. Tenho compromissos por aqui até sexta-feira e volto. - disse, sem soar muito empolgado.

- E não é qualquer final de semana, é seu aniversário! - quando eu disse isso, ouvi sua risada mais uma vez do outro lado da linha.

- Sim, é meu aniversário. - afirmou modestamente.

- E o senhor se esquivou nas últimas semanas pra me contar quais seriam seus planos. Sendo assim, eu mesma fiz uma reserva no CAU pra gente almoçar e comemorar.

- Ótimo, eu não teria pensado nisso. E depois? - perguntou, curioso.

- Você que diz. O dia é todo seu e eu estou à disposição. - falei.

-Vou pensar. Estão me chamando aqui. Preciso ir, amor.

Ouvi algumas vozes ao fundo. Provavelmente, Henry estava no estúdio, no ensaio fotográfico sobre o qual tinha falado antes de viajar, para a campanha de óculos do patrocinador.

Após a ligação, pulei da cama para agilizar os detalhes que precisava para o bolo e visita surpresa no dia do aniversário. Henry não sabia, mas depois do almoço gostoso às margens do Rio Tâmisa, voltaríamos para casa e ele encontraria seus pais e três de seus irmãos. Só Charlie não conseguiria vir, devido a compromissos de trabalho no Canadá, onde morava.

Combinei com Marianne por telefone para que todos chegassem juntos, enquanto estivéssemos fora para o almoço.

Na manhã do aniversário de Henry, o céu estava limpo, sem nenhuma nuvem, bem diferente do que tivemos durante aquela semana chuvosa. Animada com a mudança do tempo, decidi ligar para o restaurante, na tentativa de alterar a reserva de nossa mesa do salão para a área externa e, assim, os últimos detalhes foram resolvidos.

Para Henry dei a desculpa de que estaria envolvida com detalhes da reforma da loja até tarde, na sexta-feira à noite, que foi quando ele voltou para casa. Na verdade, naquela noite, fiquei acordada até altas horas assando bolo e alguns muffins que levaria para o café da manhã com ele. Gostaria de deixar claro que não tenho talento para a cozinha, então mereço estrelinhas adicionais pelo esforço. Os rolinhos de canela, cupcakes e pães ficariam por conta da Muriel's Kitchen, uma confeitaria próxima à casa de Henry. Eu não daria conta de fazer tudo aquilo sozinha em tão pouco tempo.

Deixei a chave da casa de Henry com Diana, que sequestraria o bolo ainda não confeitado da minha cozinha direto para o forno dele, assim que saíssemos para almoçar. Com Marianne, foi combinado que a mesma chave ficaria escondida no vaso de plantas na entrada da casa, depois que Diana deixasse o bolo. Montamos uma verdadeira operação secreta.

Consegui manter em segredo outra novidade e quis fazer surpresa total. Eu tinha comprado um carro! Às 9h da manhã, em ponto, estacionei meu carro - sim, agora eu tinha um - em frente à casa de Henry. Arrumei as comidinhas dentro da cesta da melhor forma possível e saí do carro para bater em sua porta. Eu realmente esperava que ele não tivesse saído pra correr. Só me ocorreu dar a desculpa de ter esquecido a chave no momento em que ele voltasse, se fosse o caso, mas não foi necessário. Henry atendeu com o sorriso mais lindo do mundo e olhar de surpresa ao me ver com uma cesta enorme cheia de pães e bolinhos.

- Bom dia, amor. - ele disse, cheio de energia, ostentando um pano de copa no ombro.

- Feliz aniversário, Cavill! - eu disse, afastando a cesta para não esmagá-la entre nós, quando fiquei na ponta do pé para lhe dar um beijinho rápido.

Não tive como abraçá-lo e ele se deu conta de que deveria pegar a cesta da minha mão.

- Suponho que isso seja pra mim! Deixe que eu leve isso. - disse ele.

- Claro que é. Se me permitir, eu vou roubar um rolinho de canela.

- O que você quiser. Vamos entrar.

Henry bateu a porta com o pé e fomos até a cozinha. Não deixei de reparar seus olhos curiosos, quando levantou a toalha que cobria a cesta, na tentativa de descobrir o que mais tinha dentro.

Quando ficou com as mãos livres do presente, Henry me ofereceu devidamente um abraço gostoso e demorado, como sempre gostava de fazer. Espalhou beijinhos pelo meu rosto, segurando entre suas mãos.

- Isso faz cócegas no nariz. - falei, entre risos. - De novo, feliz aniversário, amor!

- Obrigado, obrigado, obrigado por tudo isso. É tão bom ter você comigo esse ano. Não consigo imaginar melhor forma de passar esse dia. - ele disse, afrouxando o abraço para passar as mãos no meu cabelo.

- Trouxe algumas coisas que você gosta e arrisquei fazer aquele muffin de tomates secos do Italian Gardens. Acho que está bem parecido, viu? - sua expressão foi de surpresa enquanto eu falava.

- Você foi para a cozinha? Esse café acaba de ficar ainda mais especial. - ele provocou.

- Viu? Esse é o tanto que te amo. - entrei na brincadeira, cruzando os braços.

Percebi que Henry já tinha começado a arrumar a mesa antes da minha chegada, tendo colocado xícaras e pratos para dois. Então, terminei de arrumar, enquanto ele preparava os ovos mexidos de todo santo dia.

- Vim na intenção de fazer você sair daquela sua rotina com sucos verdes e shakes de proteína de manhã. Que dia melhor para trapacear a alimentação fitness do que hoje? - perguntei.

- Sem regras para hoje, amor. - concordou.

Tomamos café sem pressa e conversamos. Eu não quis contar sobre o incidente com o paparazzo no café. Não queria azedar nosso momento falando de coisas desagradáveis. Nosso tempo passou a ser tão confortável. Falávamos sobre o que fizemos na semana que passamos longe um do outro e fazíamos planos a curto prazo, como uma viagem de trabalho à Grécia, que Henry estava tentando me convencer a acompanhá-lo.

- Vou pegar mais desse muffin. Está muito bom, Ambs.

- Eu sei fazer meia dúzia de receitas e a desse bolinho está incluída... Ah, e pão, mas não tive muito tempo pra preparar.

- Eu sei fazer pão, sabia? - perguntou, com ar presunçoso.

- Jura? Deus do céu, imagina nós dois morando juntos? Entraríamos em um coma de carboidratos, porque eu adoro pão caseiro.

O silêncio assentou lentamente depois das nossas risadas e ficamos quietos por alguns minutos, distraídos com as guloseimas. Não deixei de notar que ele tinha ficado subitamente contemplativo.

- Você ficou assim, de repente. O que foi? É a nova idade? - perguntei, antes de levar à boca o último pedaço do rolinho de canela glaceado, que me fez lamber os dedos.

- Tem a ver. - disse ele, reticente. - É sobre o que pensei estar fazendo da minha vida a essa altura... Bem, acho que está tomando forma.

- Adoraria pensar nisso com você, mesmo não entendendo exatamente do que está falando, mas precisamos nos aprontar. - falei, agitada por meus planos para o dia, levantei da cadeira onde estava e sentei em seu colo. - Temos um almoço delicioso nos esperando.

Segurei seu rosto e lhe dei vários beijinhos na boca, que por sua iniciativa, evoluíram para algo mais ousado e cheio de interesse.

- Eu não estou com fome. Quer dizer, depende do que estamos falando. - ele provocou, deslizando as mãos pela lateral do meu corpo.

- Henry! - adverti, freando suas mãos.

- Ah! Não seja tão má. Eu tenho direito a alguns pedidos, não tenho?

- Sim, mantenha-os em mente para quando assoprar as velinhas. - respondi.

Levantei de seu colo e ele levantou para atender ao meu pedido.

- Vou me arrumar.

- Se você não quiser comer nada, a gente pede uns drinks, um vinho. - sugeri.

- Sim, claro. Eu estava só tentando te convencer de...

- Cara, você precisa de um banho frio. Vai logo!

Ele subiu as escadas rindo, balançando a cabeça e achando graça da nossa conversa. Aquele era o meu Henry, que poucos conheciam, que sorria praticamente o tempo todo, até enquanto falava, de humor leve e nada sisudo, bem diferente daqueles papéis que fazia na tevê.

Precisei ser chata para não perder o controle do horário e fazer com que o plano desse certo. Fui cuidadosa ao trocar mensagens com Diana e Marianne, aproveitando o momento em que Henry subiu para tomar banho. Ele é muito observador e, com pouco tempo que estávamos juntos, já estava aprendendo a ler minhas expressões faciais. Assim que voltou à cozinha, já arrumado, vestindo um suéter azul e calça clara, confirmou essa habilidade.

- Você está rindo para o telefone, Ambs. - observou de relance, enquanto abria a geladeira para pegar uma garrafa de água, sorrindo.

- "É um hábito antigo!" - brinquei, parafraseando-o e imitando seu sotaque.

- Boba. - se inclinou sorrindo para me dar um beijinho. - Podemos ir?

- Claro. Vamos no meu carro. - falei, tilintando as chaves na minha mão.

- O quê? - perguntou, surpreso.

- É, Cavill. Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim.

- Mas sou doido pra saber. - disse ele, puxando minha cintura com a mão como um gancho.

- Uau! - Henry exclamou ao se deparar com minha Range Rover branca novinha, parada em frente a sua casa.

- Não é linda?

- Sim! É Não sabia que você gostava de carro grande. Completamente diferente do que imaginei.

- Não seria minha primeira escolha, se não precisasse dela para trabalhar. Agora com duas lojas, você sabe...

- Maravilha! Me surpreendeu. Estou feliz por você.

O fato de Henry estar feliz por mais uma conquista minha, ainda que simples, comparada ao estilo de vida que ele levava, significava muita coisa.

***

Pude sentir através da cadeira onde pendurei a bolsa, que meu telefone não parava de vibrar. Ainda bem que ele não conseguiu perceber. Provavelmente, era Diana ou Marianne me passando detalhes do nosso plano. Só esqueci de avisá-las que eu estava com o aniversariante e não podia ficar trocando mensagens. Precisei ignorá-las para não dar pistas do que estava por vir.

- Lembro que na primeira vez que viemos todos passear em Londres, eu e meus irmãos, Charlie deixou a mãe enlouquecida por atirar pequenos balões com água nas pessoas que passavam de barco embaixo dessa ponte. - Henry contou, distraindo-me das preocupações com a Operação Festa Surpresa.

- Ah, meu Deus, Henry. Sério? E como ele trouxe isso sem que ela percebesse? -

- No hotel, ele encheu os balões e colocou na mochila. Ninguém além de nós dois sabia o que tinha dentro.

- Que pestes!

- Para falar a verdade, eu não sabia o que exatamente ele faria com os balões. Ao invés dos outros irmãos impedirem, começaram a jogar também, com toda a força. Meus pais estavam bem aqui nesse restaurante, que na época tinha outro nome, e nos deixaram ir até a ponte sozinhos para vermos os barcos. - continuou contando aos risos. - Meu pai saiu correndo pra tentar nos impedir, mas quando chegou perto, já tínhamos lançado todas as bombas de água.

- Deus do céu! Vou reconsiderar meus planos sobre ter filhos. - suas risadas esmaeceram junto com as minhas até acabarem em silêncio.

Era a segunda vez naquele dia que percebia Henry arrebatado por pensamentos. O toque de seus dedos procurando os meus sobre a mesa me deram a impressão de que ele tinha algo a falar. Enfim, deu voz aos pensamentos.

- Estou fazendo bem pra você, Ambs? - perguntou, mudando o rumo da conversa e percebeu minha expressão de estranhamento.

- Hmm... Sim, claro. Como nunca experimentei antes. Eu amo ficar com você, Cavill. - falei, entrelaçando firme meus dedos com os dele.

- Eu te amo tanto... - um suspiro precedeu a declaração, como se fosse um alívio tirar aquelas palavras do peito.

- Ahh... - eu parecia nunca estar preparada para suas palavras carinhosas.

Henry prosseguiu, enquanto corações imaginários estouravam como bolhas de sabão em minha mente.

- De verdade, tenho pensado muito sobre o que quero pra minha vida em vários aspectos e... Não consigo me ver sem você. - Ai, ai. Henry e suas palavras doces! - Quando você fala sobre morar juntos ou ter filhos, mexe em um canto escondido aqui dentro. Como se houvesse um espaço reservado, esperando a pessoa certa para viver isso comigo - levou a mão ao peito.

Ameacei falar, mas ele continuou.

- Eu sei que é cedo para falar, mas só queria que você soubesse. Não precisa fazer nada em relação a isso, não te quero assustar. - ele disse, acanhado, gaguejando pela primeira vez. Nunca tinha visto Henry inseguro daquele jeito.

Era muita coisa pra refletir. Eu planejei fazer um simples bolo e ele quase me faz um pedido de casamento? Ou pelo menos, algo parecido.

- Sinceramente, eu nem sei como dizer. Melhor... eu te amo. - declarei com sinceridade. Não tinha palavras mais elaboradas para usar naquele momento.

- Mas...? - ele deduziu que eu completaria a frase.

- Mas talvez agora ainda seja cedo para planos mais sérios.

- Estou com 36 anos. - disse, com um riso nervoso.

- Eu sei, meu amor. Você significa tanto pra mim. - segurei suas duas mãos sobre a toalha de mesa xadrez e tentei confortá-lo com um sorriso acolhedor. - Não era você que queria fazer as coisas com calma, hmm? Vamos devagar.

- Justo. Não quero que você se sinta pressionada. Isso aqui faz as palavras saltarem da minha boca. - ergueu a taça de vinho, culpando a bebida.

- Talvez, só esteja te deixando mais à vontade para dizer o que sente. E está tudo bem. Eu entendo suas expectativas e sei que você gosta de saber onde está pisando.

- Sim. - concordou, como se minhas palavras fossem suficientes.

- E eu também. Estamos nos curtindo, passamos um tempo na casa um do outro... Você sabe, eu tenho minhas batalhas internas para fazer isso funcionar, mas não significa que não é importante. Quero apenas me tornar mais segura, antes de dar mais um passo no nosso relacionamento. Acho que foi isso que você quis dizer.

- Tudo bem. Desculpe por despejar tanta informação.

- Não precisa se desculpar, amor. Adoro quando você se abre assim comigo. Pode ficar certo de que não sou louca de deixá-lo escapar da minha vida.

***

- Posso dirigir? Queria conhecer o carro. - ele pediu, quando nos preparávamos para voltar para casa.

- Sim. Pega! - joguei a chave por cima do carro e ele agarrou-a no ar, dando a volta para assumir o lugar do motorista.

Depois de alguns minutos distraída em meu telefone, perguntei o que tinha achado.

- Bom! Desenvolve bem, a direção não é tão pesada como eu imaginava. - senti que estava me olhando, mas meus olhos permaneciam fixos na tela do telefone. - Você está rindo de novo, Ambs. O que está aprontando?

- Nada. É só Diana falando bobagens. - Acho que essa era fácil de colar.

Ao retornarmos à sua casa, fechei a porta da sala com mais força para sinalizar aos familiares de Henry que tínhamos chegado. Pedi para ele buscar um copo de água para mim, enquanto eu tirava as botas dos pés. Era apenas um pretexto para que ele abrisse a porta da cozinha e se deparasse com sua família fazendo um grande barulho com chapéus coloridos, balões e língua de sogra nas mãos.

- Eiiii! Mãe! Pai! - entrou no clima de festa e abraçou os pais. - Amber! Vem aqui. Piers! Niki!

Cumprimentou os irmãos calorosamente, com os olhos brilhando. Era mais do que surpresa. Henry estava emocionado.

- Que bom que deu tudo certo, pessoal. Acho que ele não desconfiou. - eu disse e olhei para Henry a fim de confirmar o sucesso da nossa surpresa.

- Você armou isso tudo? - perguntou, com o sorriso mais querido e sincero. Parecia uma criança.

- Eu, Diana e sua mãe. - respondi orgulhosa, com as mãos na cintura, olhando para Marianne.

- Não acredito! E onde está Diana? Ela não vem? Max?

- Não, hoje eles têm a final do torneio de futebol do filho mais velho. Pediram que eu transmitisse os parabéns. Diana só me fez o favor de trazer esse bolo aqui pra que eu pudesse terminar de confeitar. - eu disse, abrindo o forno.

- Você pensou em tudo. - me envolveu com suas mãos enormes pela cintura. - Obrigado, amor. Isso faz meu dia mais especial.

Niki e Piers soltaram um pigarro e comentaram pra que ouvíssemos.

- Ainda estamos aquiii.

E todos caíram na risada.

- Bem, agora se sentem. Coloquem a conversa em dia, enquanto termino de decorar o bolo. - eu falei, separando os ingredientes para terminar de confeitar.

Henry serviu bebida aos irmãos e todos se sentaram em volta da mesa, beliscando os lanches que eu tinha trazido para o café da manhã. Era tão bom vê-lo assim, relaxado e aos risos com sua família.

Estouramos champanhe na hora dos parabéns e comemos bolo sem moderação. Quando passamos a fazer menos barulho e nos aquietamos na sala, Marianne me chamou para conversar em particular.

- Obrigada, Amber! Henry ficou radiante. Parece aquele garotinho de 8 anos que só pensava em cantar parabéns logo para comer bolo.

- Fico feliz que tenha dado certo. Ter vocês aqui é tudo que ele precisava. Bom, você sabe. Eu que sou nova aqui. Obrigada por ter me ajudado. - eu disse, encolhendo os ombros.

- É o que ele mais aprecia. Nem sempre é possível estarmos juntos, mas Henry adora estar em família... - me senti estranhamente desconfortável com sua forma de me olhar.

- Eu imagino.

- Vejo que ele gosta muito de você, Amber. - disse Marianne, enfática.

- É, eu sei. - pelo calor que senti no rosto, imaginei ter corado de constrangimento.

- Eu também. - ela disse. - Venha aqui!

Fiquei grata por ter me oferecido um abraço, porque eu estava tensa, pensando no que daria aquele assunto.

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