Minha cabeça parece girar.
Ok, eu sabia que estava apaixonada, mas, estar apaixonada e entender que você realmente ama uma pessoa são coisas muito diferentes.
E eu imaginava que o Eric foi e meu primeiro amor, daqueles que você se arrasta quando acaba, mas não.
Definitivamente não.
Porque o amor não machuca, o amor não te coloca para baixo, o amor não trai e o amor não dói.
E me vendo hoje, eu entendo que seja o que for que eu senti pelo meu ex, aquilo não se comparava ao que eu sinto e como eu me sinto com Ethan. Eu mal consegui me concentrar no meu trabalho hoje porque eu não estava falando com ele, tive de ler uma matéria pelo menos três vezes para revisa-la, Joel até estranhou minha distração.
Eu sinto como se eu pudesse respirar melhor quando tenho Ethan perto de mim, chegar em casa faz com que meu corpo relaxe, eu me sinto em casa com ele. Em alguns momentos, desde que começamos a dividir apartamento, eu sentia que meu dia só melhoraria se eu o visse e ganhasse o meu beijo na testa que virou costume entre nós. Eu me sentia protegida.
Ele foi um grosso comigo, eu odiei a forma com que ele falou comigo e odiei mais ainda não ter ficado brava com ele. Eu não consegui ficar brava com ele.
Charlise achou graça, até porque, eu nunca precisei de muito para perder a minha paciência com as pessoas, mas com ele não, mesmo ele tendo sido estupido comigo, eu só queria deitar em sua cama e receber cafuné até que eu dormisse, mas me forcei a ficar longe porque eu pareço perder todas as minhas defesas com ele, o que me deixa vulnerável para ele quebrar meu coração. Amanda disse que ele não é esse tipo de cara e eu acredito, na verdade ninguém é o tipo de pessoa que quebra o coração da outra, até quebrar.
Me endireito na cama do meu quarto assim que ouço o chuveiro ser fechado, logo depois de comer hambúrgueres e resolver o mal-entendido com Ethan, eu peguei meu notebook e continuei a fazer uma pesquisa para o trabalho de conclusão de curso, que eu comecei na semana passada. O meu trabalho é a criação de um artigo voltado a temas de impacto, eu vou falar sobre "O direito de imagem e a exposição sexual".
— O que está fazendo? – o dono dos olhos oceânicos perguntou enquanto vestia uma camiseta de mangas longas
— Pesquisas para o meu trabalho final – disse tirando os olhos da tela
— Algum progresso? – sentou-se nos pés da cama
— Amanda topou ser entrevistada – comentei
— Isso é bom – sorriu e eu assenti – Você não parece muito concentrada em fazer essa pesquisa agora – notou e eu soltei um risinho
— Eu não estou – confessei e o homem riu
— Me dá – esticou o braço e tirou o notebook das minhas pernas o fechando – Amanhã você faz – levantou-se e colocou o notebook sobre a mesa de cabeceira do lado esquerdo enquanto eu só observava sem protestar.
Eu me estico na cama e o moreno se deita ao meu lado, ambos olhando para o teto branco e eu queria ter o poder de ler mentes só pra saber o que se passa na cabeça dele nos minutos que se passam enquanto ficamos assim.
Senti a mão grossa de Ethan passar pelo meu pulso e seus dedos longos se entrelaçarem aos meus recebendo uma caricia delicada do seu polegar.
Meus olhos vão direto para nossas mãos entrelaçadas se direcionando, em seguida, para o seu rosto, encontrando sua imensidão azul em mim, noto que, por um instante, Ethan desvia seus olhos para os meus lábios, e eu faço o mesmo.
Há um pequeno corte em seu lábio devido ao frio e o ressecamento, quando volto a olhar em seus olhos, percebo que o azul parece mais escuro. Mais intenso. Meu corpo parece reagir a toda a intensidade que seus olhos emanam e eu só tenho vontade de beijá-lo, arrancar aquela roupa e tê-lo pra mim.
E é exatamente isso que eu faço.
Em um movimento rápido eu subo em cima de Ethan, passando as pernas pela lateral do seu corpo e o beijei, o moreno pressionou suas mãos no meu quadril me fazendo arrepiar, sua língua invadiu minha boca se arrastando ao tocar a minha e a toma-la em um ritmo urgente e necessitado.
Um suspiro deixa meu lábio quando sinto seu pau endurecer abaixo de mim, o beijo ganha ainda mais urgência enquanto minhas mãos passeiam pelo seu abdômen ainda coberto pela blusa.
Em segundos, minha camiseta é lançada para fora do meu corpo, assim como a blusa de Ethan, que pareceu adorar o fato de eu não usar sutiã em casa ao tomar meus seios em suas mãos enquanto beijava meu pescoço e clavícula, meus mamilos endureceram entre seus dedos quando o homem passou a língua pela extensão da minha mandíbula. Arranho de forma nada leve seu abdômen e o ouço grunhir contra meu mamilo, o moreno o morde, o que causa uma leve dor e uma provável inundação na minha calcinha.
Puxo a blusa branca de Ethan para cima, a tirando e a jogando no chão, Ethan aproveita o momento para girar nossos corpos e inverter as posições, ficando por cima de mim, tento acesso livre a todo o meu corpo. O moreno volta a beijar minha boca enquanto desliza suas mãos pelo meu corpo, eu puxo seus cabelos e lambo seus lábios, os beijos se estendem pelo meu queixo, pescoço, colo e se demora mais nos seios, o homem lambe meu mamilo e o suga enquanto, com a mão, ele aperta meu seio e brinca com o mamilo.
Suspiro alto e arqueio as costas, vejo ele sorrir contra minha pele e, céus, isso é a coisa mais excitante que eu já vi, eu estava transbordando de tesão.
Eu o queria dentro de mim, meu corpo pulsava por isso.
Tão logo, minha calça e calcinha já estavam no chão, juntamente com a sua calça. Ethan beijava minha boca de forma necessitada, eu desci uma de minhas mãos pelo seu abdômen até chegar na barra de sua cueca, antes de invadir a peça e tomar seu pau em minha mão, eu suguei seu lábio inferior e o mordi sem delicadeza alguma, eu queria olhá-lo enquanto o masturbava. O moreno gemeu quando o toquei e eu quase gritei quando ele me preencheu com dois dedos e sincronizou seus movimentos aos meus, ora estimulando meu clitóris com o polegar.
Meus gemidos ecoavam pelo quarto enquanto Ethan grunhia rouco em meu ouvido, causando espasmos de excitação no meu corpo. Tirei minha mão de dentro de sua cueca ouvindo um gemido reprovador, mas eu estava muito excitada e não queria mais esperar para tê-lo dentro de mim.
— Eu quero você – minha fala saiu quase como uma suplica
Ethan pareceu estar tão necessitado de mim quando ele quando se apressou em jogar sua cueca longe e sem demora ele me preencheu, mordi meu lábio inferior para conter o gemido alto e o moreno tomou meus lábios, finquei minhas unhas em suas costas enquanto o ele fazia movimentos de vai e vem dentro de mim.
Eu estava quente.
O homem passou a mão pela minha coxa erguendo-a até sua cintura, dando a ele mais espaço para se movimentar para dentro e fora de mim. Seus movimentos se intensificaram, ele entrava em mim, forte, e saia devagar o que fazia com que meu corpo todo se arrepiasse e eu arqueasse minhas costas, Ethan aproveitou para voltar a sugar meu seio depois de morder o meu lábio. O barulho dos nossos corpos se chocando, nossos gemidos e o seu toque me fazia delirar.
Lacei a cintura do moreno com as minhas pernas e comecei a movimentar meu quadril em sincronia aos seus movimentos, um gemido rouco deixou os lábios de Ethan e ele afundou seu rosto na curva do meu pescoço e grunhia contra minha pele a cada vez que eu o forçava a entrar em mim. Os movimentos aceleraram e eu sentia o suor escorrer pela minha pele, o dono dos olhos oceânicos pairou seu rosto ao meu enquanto me penetrava cada vez mais forte e fundo, ele queria me ver gozar.
O que não demorou para acontecer.
Senti meus músculos se contraírem e um arrepio tomou minha espinha, eu olhei na imensidão azul dele quando um gemido alto saiu arranhando minha garganta assim que atingi o meu ápice, ele sorriu, eu sorri, e, depois de se afundar em mim mais algumas vezes, Ethan se desmanchou, um urro rouco saiu pelos seus lábios antes que eu os tomasse nos meus.
Um beijo calmo, dessa vez, e ofegante.
Nossos ritmos cardíacos pareciam se atropelar enquanto minha língua levava a do moreno em um ritmo calmo, ao descolar nossos lábios eu o olhei, lindo e suado, com um sorriso aberto e perfeito.
Eu o amava e isso é irrevogável.
— Eu te amo – assumi de repente, de forma definitiva e inquestionável
Ethan pareceu surpreso por um instante, mas seu sorriso se tornou mais largo antes de dizer:
— Eu amo você.
Ele disse.
Ele realmente disse.
Ele me ama.
E eu o amo.
E eu finalmente me sinto amada.
Suspiro enquanto sorrio, eu não sabia que precisava que ele me amasse até ouvi-lo dizer que me ama. Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, é felicidade.
Eu estava completamente feliz e nada poderia mudar isso. Nada.
২
Escuro meu celular vibrar sobre a mesa de cabeceira, com dificuldade, leio o nome "Joel Stifler" na tela.
Droga.
Passa da uma da manhã e ele tem que ter um ótimo motivo para querer me tirar dos braços do meu namorado agora.
— Espero que seja algo muito bom para estar me ligando a essa hora – reclamo
— Vale dez mil – foi direto
— Dez mil? – me mexi no lugar
— Dez mil – reafirmou e eu suspirei.
Deus sabe que eu não queria deixa-lo, mas são dez mil pratas e eu preciso da grana pra repor o meu gasto com o apartamento novo.
— Que merda, Joel. Eu acabei de me acertar com o Ethan
— Eu sinto muito, mas sei que se eu não te ligasse, você iria acabar comigo
Bufo.
— Certo, me passa o endereço por mensagem – disse antes de finalizar a chamada.
O braço de Ethan estava sobre o meu corpo, eu o tiro com todo o cuidado para não acordá-lo, me levanto, visto uma roupa qualquer, coloco meu tênis, prendo meus cabelos, pego as chaves do Camaro e, quando estou prestes a deixar o quarto, as chaves caem o que faz com que Ethan desperte
— Ei, onde você vai? – perguntou em um resmungo sonolento
— Eu volto logo, prometo – beijo sua testa e o moreno assente – Eu te amo – digo antes de pegar as chaves no chão e sair do quarto.
Ao chegar no andar debaixo, noto uma luz vinda da mesa de jantar, ao me aproximar noto que a luz vinha do celular de Ethan que notifica uma mensagem.
Já ouviram falar que a curiosidade matou o gato? Então, o gato morreu, eu não. Por isso fui olhar a mensagem, era de Sarah: "Você e a Maeve conseguiram se acertar?" Ela perguntava. Eu sabia que ele e ela eram amigos e isso era muito legal, porque significava que estava tudo bem ambos estarem em relações diferentes depois de se envolverem.
Bloqueei a tela do celular novamente e o devolvi no lugar, peguei as chaves do Maverick, meu casaco e sai de casa.
Quando chego ao galpão, tenho que forçar mais que o normal o cadeado para abri-lo, quando o faço, acendo as luzes do local e entro com o carro para pegar o outro, mas o Camaro não liga. Tento pelo menos cinco vezes fazê-lo funcionar, mas não consigo, até penso em abrir o capô, mas a mensagem de Joel perguntando onde estou me faz desistir da ideia e ir até o local de Maverick mesmo.
— Espero que eu leve essa grana porque eu estou com muito frio, o Camaro resolveu dormir essa noite e eu deixei o cara que eu amo na cama – avisei assim que me aproximei de Joel
— Você vai ganhar, Queen. O que faz a corrida não é o carro, mas sim o motorista, você é uma das melhores que eu já vi e vai levar quase cem mil pra casa e, em menos de uma hora, você vai estar na cama com o cara que você ama – garantiu
Entrei no carro e me aproximei da área da largada, o outro carro era um Nissan Skyline GTR 1999, prata, parecido com um dos carros que o Paul Walker usa no primeiro "Velozes e Furiosos".
O homem que está no volante não olha para o lado, ele segura firme a mão no volante enquanto acelera o carro. Eu acho o máximo os carros que o Brian usa, mas eu faço mais a linha do Toretto.
A garota da bandeira certifica que estamos prontos, após a confirmação, eu conto até três e a bandeira cai no chão, no mesmo momento em que eu arranco com o carro.
"Em menos de uma hora, você vai estar na cama com o cara que você ama" É só nisso que eu penso quando passo a primeira curva, diferente do Camaro, o Maverick puxa na curva, mas eu seguro a direção e a acerto assim que vejo o fim da curva. A pista está úmida e escorregadia devido ao final do inverno, a neve derrete e congela novamente, criando um gelo liso sobre a pista, eu já dirigi em pistas úmidas e nunca foi um problema.
Vejo o Skyline do meu lado, eu afundo meu pé no acelerador e logo vejo os cabelos loiros de Joel, eu vou ganhar.
Afundo meu pé ainda mais no acelerador e fecho o Skyline pela esquerda passando pelo loiro segundos depois. Ainda em velocidade, esterço eu volante todo para a direita para fazer a volta até perto de Joel, mas algo acontece.
Tudo começa a girar.
Vejo o painel do carro cada vez mais próximo do meu rosto e...