A Sucessora do Fogo [A Editar]

BiancaSSC

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Onde os elementos não são o que conhecemos mas sim o que somos. Depois do trágico acidente que leva os pais e... Еще

Nota de Autora
«Prólogo»
«Capítulo 1»
«Capitulo 2»
«Capitulo 3»
«Capitulo 4»
«Capitulo 5»
«Capitulo 6»
«Capitulo 7»
«Capitulo 9»
«Capitulo 10»
«Capitulo 11»
«Capitulo 12»
«Capitulo 13»
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«Capitulo 15»
«Capitulo 16»
«Capitulo 17»
Capitulo 18
PEDIDO DA AUTORA
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capítulo 25

«Capitulo 8»

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BiancaSSC

Viviana acordou com o brilho do sol a bater-lhe no rosto, não se mexeu e aproveitou o calor que vinha dele.

Até que se lembrou de todos os eventos da noite passada. O sonho com a Ignis. O Kyle a acordá-la. O jantar onde conheceu as gémeas e o Liam. Onde ficou a saber mais sobre a deusa do ar. O aparecimento do tenebris e da Camila. O caminho até ao quarto com a sua própria chama e com a Camila.

Oh! E quando ela pensara que estava sozinha, mas na verdade o Kyle estava também no quarto... Ela não aguentara toda a pressão e cedera as lágrimas até que ele se aproximou... Ele a confortara... Ele...

Viviana abriu de repente os olhos quando chegou a uma conclusão. O Kyle e ela tinham dormido na mesma cama. Durante toda a noite.

Ela virou a cabeça devagar para ver se ele ainda estava lá mas mesmo antes de pousar os olhos no lugar vazio ao seu lado soube que ele já não estava no seu quarto.

Viviana sentiu-se dividida entre o alívio de não o ter que enfrentar e a estranha desilusão de ele não ter esperado por ela.

- Tira já isso da cabeça Viviana!- gritou para ela mesma enquanto chutava o cobertor para longe dela.

O sol continuava a entrar no quarto quando Viviana começou a arrumar as malas que ainda estavam a um canto do quarto intocáveis.

Começou por arrumar primeiro a roupa que não era muita. Duas calças de ganga e umas legins pretas, a camisola com capuz que tinha vestida, duas camisolas mais finas uma verde e outra azul e um casaco também preto. Nem uns calções ou um ou dois vestidos como o antigo armário tinha, a maquilhagem então parecia que ainda não existia.

Tirou umas calças de ganga mais justas do que as que tinha vestidas, escolheu também a camisola verde e o casaco preto e foi à procura de uma casa de banho para tomar um longo banho e tirar todo aquele peso que sentia sobre ela.

Começou a deambular pelo quarto e olhou para as duas portas as quais ela ainda não sabia onde iriam dar. Com sorte uma delas seria uma casa de banho.

- Um dó li tá... Temos uma vencedora.- sussurrou ela para a porta que estava na parede à qual a cama estava encostada.

Quando a abriu deparou-se com uma casa de banho simples, toda ela em tons creme suaves que contrastavam com as toalhas de cores vibrantes. O seu olhar parou na enorme banheira, que estava a um canto da casa de banho, e sentiu todo o seu corpo relaxar com a esperança de um banho relaxante.

Viu que ao lado da banheira estavam vários frascos com shampons e amaciadores, cremes hidrantantes e sais de banho, até produtos para fazer espuma e velas perfumadas.

No final de preparar um banho completo para si mesma e de acender algumas velas, com os fósforos que tinha encontrado numa das gavetas, Viviana deparou-se mais uma vez sozinha com os seus pensamentos.

Não queria sair para voltar a descobrir coisas sobre o mundo onde os pais viveram, ela ainda nem tinha descoberto porque é que eles se foram embora ou porque nunca lhe tinham dito nada. Se calhar era porque sabiam que ela não iria acreditar, como acontecera quando a tia lhe contara tudo.

Lá no fundo ela sabia que, mesmo assim, uma pequena parte de si só acreditou finalmente em tudo quando sentiu a presença do tenebris na noite passada.

Deixou-se afundar mais na água quente quando se lembrou da outra razão para o qual não queria sair do quarto.
Enquanto se mantivesse ali iria ser impossível deparar-se com o Kyle e sinceramente ela não achava que voltaria a ter coragem para o encarar novamente.

- Porquê?- perguntou ela para si mesma enquanto saia do banho e enrolava-se numa das toalhas.

Observou o seu reflexo no espelho da cómoda do quarto onde tinha colocado a foto mais recente da família que ainda possuia.

Naquela altura ela tinha cerca de 12 anos e a Lily ainda tinha 7. Iam para o casamento de uma amiga da mãe e da família. O pai e a mãe estavam muito arranjados, ele com o smoking e a mãe com um vestido até ao tornozelos azul-escuro justo e sapatos prateados, a Lily sorria de orelha a orelha como sempre e tinha um vestido rosa até aos joelhos com o cabelo loiro preso numa trança comprida fazendo-a parecer uma autêntica boneca. A Viviana tinha um vestido amarelo e também ia até aos tornozelos como o da mãe, só que o dela tinha alças e era preso na cintura com uma fita preta que combinava com as sandálias.

Ela ainda se lembrava daquele dia, fora o primeiro dia em que a mãe a tinha maquilhado, tinha uma pulseira prateada igual à da mãe e no final das duas tranças que coroavam-lhe o topo da cabeça tinha uma mola elaborada com ondas prateadas que a mãe lhe dera.

- Olha para ti agora.- murmurou Viviana fitando-se de novo ao espelho.- És tão diferente dela.- a Viviana da foto sorria para ela com pura alegria de uma criança que já se achava muito adulta por estar maquilhada pelo primeira vez, enquanto a que se fitava no espelho quando tentava sorrir só mostrava um sorriso trémulo que mais parecia uma careta desengonçada.

Ela sentia as lágrimas a queimarem por trás dos olhos mas fez um esforço para as manter lá. Não iria mais chorar, estava na altura de continuar a viver, estava na hora de aceitar a realidade e era isso que ela iria fazer.

Voltou para junto das malas à procura de alguma coisa que não sabia bem o quê. Na verdade ainda não tinha visto o que os bombeiros tinham conseguido recuperar do incêndio. A tia também não lhe tinha dito nada. O acidente era como o assunto tabu para elas e Viviana até preferia assim.

Começou pela mala mais perto de si. A pequena caixa de jóias da mãe estava dentro dela, era uma caixa dourada por fora mas por dentro era forrada com veludo azul e estava dividida em três compartimentos, um com anéis e brincos, outro com acessórios para o cabelo e outro para colares, Viviana tirou os brincos de safira que a mãe tanto gostava e colocou-os, tirou também o colar de ouro que o pai oferecera à mãe quando fizeram 20 anos de casados e colocou-o ao pescoço ficando com o símbolo que Viviana desconhecia no meio do peito. Por baixo do sitio onde antes estava a caixa via-se o álbum de família que Viviana tirou e colocou em cima da mesinha-de-cabeceira ao lado da caixa de joias. Voltou para as malas e encontrou o colar com a cruz que o pai estava sempre a utilizar no chão com uma carta ao lado, deviam ter caído quando Viviana tirara o álbum de família, e por momentos ficou intrigada, mas depois ficou furiosa.

Viviana saiu do quarto a correr batendo com a porta atrás de si com mais força do que o necessário e foi à procura da tia.

°•°•°

Kyle deu mais uma volta na sua cama, tal como já tinha feito centenas de vezes antes quando regressará ao seu quarto depois de o sol começar a nascer. A imagem da Viviana adormecida nos seus braços com o rosto ainda húmido das lágrimas continuava a assombra-lo mesmo depois de a ter deixado.

Ele permanecera com ela durante toda a noite, mas quando ele acordou com o brilho do sol e viu que ela ainda dormia saiu devagarinho da cama com medo de acordá-la. Ainda ficara um pouco a observá-la mas a tentação de ficar com ela era demasiado forte, por isso ele fugiu do quarto dela e foi para o seu.

- Porquê?- perguntou-se a ele próprio enquanto dava mais uma volta na cama.

Por um lado queria voltar para aquele quarto e abraça-la mais uma vez, mas por outro lado não sabia se teria coragem de a voltar a encarar.

Já estivera com outras raparigas, ele próprio sabia que não era nenhum santo, mas nenhuma delas tinha despertado aquele sentimento de necessidade de estar ao lado dela, de a proteger e fazer sorrir.

Decidiu que não valia a pena continuar a lamuriar-se no quarto fechado. Pegou no casado que tinha deixado em cima da cadeira e saiu porta fora. Assim que o fez um furacão ruivo passou por ele a toda a velocidade sem sequer olhar na direção dele.

- O que se passa?- gritou Kyle para a Viviana que já ia a meio do corredor a correr.- Ei. Espera aí.

Viviana ia a resmungar alguma coisa que Kyle não conseguia perceber. Ele tentou alcança-la aumentando o ritmo da corrida, mas parecia que ela nunca perdia o fôlego.

Só conseguiu alcança-la quando ela parou numa das esquinas da casa e decidia por onde ir.

- O que se passa?- perguntou Kyle pegando-lhe no ombro.

Viviana virou-se de repente surpresa, como se só naquele momento é que notara a presença de Kyle.

- O que se passa?- repetiu ele pondo a outra mão no outro ombro dela e virando-a para ficarem completamente frente-a-frente. Foi nesse momento que ele reparou na mudança dela. Já não tinha olheiras nem o cabelo meio despenteado, tinha o cabelo solto e parecia ter sido escovado. A pele branca não tinha marcas de cansaço só umas pequenas rosetas devido à correria.

Utilizava brincos de safira e um colar dourado, provavelmente de ouro, mas o que o prendeu foi os seus olhos esses sim pareciam magoados e furiosos.

- Preciso de encontrar a minha tia.- disse ela quase gritando.

- Porquê?- perguntou ele.

- Diz-me só se sabes onde ela está.- gritou ela tentando soltar-se das mãos dele.

- Acalma-te. Diz-me o que se passa primeiro.- gritou ele em resposta apertando as mãos nos ombros dela com maia força e abanando-a.

Viviana olhou para ele com um olhar que muitos pensariam ser de puro ódio e provavelmente afastar-se-iam, mas aquele olhar só vez Kyle a admirar ainda mais, o que o fez encará-la também com um olhar de aviso.

Ela acabou por suspirar e levantou a sua mão direita onde estava o colar do pai. Kyle reconheceu-o da pintura que estava no corredor dos seus quartos.

- O que é que o colar do teu pai têm a ver com a tua tia?- perguntou ele afrouxando o seu aperto, mas mantendo as suas mãos nos ombros dela.

- Ele nunca o tirava.- sussurrou ela num tom praticamente inaudível.- O meu pai tinha-o no dia do incêndio. Quando era mais nova disse uma piada de que ele iria levar o colar para todo o lado e ele disse que mesmo quando não vivesse mais o colar ficaria com ele. A Lia devia saber isso, mas isto estava no meio das minhas coisas, mais outras coisas da minha mãe.- explicou Viviana e Kyle continuou a fitá-la até ter a certeza que ela tinha acabado.- Também tinha uma carta.

- Uma carta?- perguntou Kyle curioso.

Viviana acenou com a cabeça e depois encarou-o.

- Preciso de encontrar a Lia.

Kyle viu a decisão nos olhos dela e agora que ela já estava mais calma ele não tinha nenhuma desculpa de a manter assim, por isso largou-a colocando as mão dentro dos bolsos para evitar ceder à tentação e acabar por voltar a tocar-lhe.

Caminhou por outro corredor com Viviana atrás de si. Não falaram durante todo o caminho e Viviana ainda estava demasiado alterada por causa do que o que acabara de descobrir para sequer pensar em ter vergonha ao pé do Kyle ou sobre os acontecimentos entre os dois na noite anterior.

Pararam à frente de duas portas brancas tal como as dos seus quartos. Kyle bateu duas vezes e ambos aguardaram até que a Lia abriu a porta. Ela tinha o cabelo loiro preso no cimo da cabeça e utilizava umas calças brancas e uma camisola azul. Assim que ela viu Viviana sorriu.

- Já estás melhor?- perguntou ela aproximando-se da sobrinha.

- O que é isto?- perguntou Viviana bruscamente ignorando a pergunta da tia e levantando a mão onde tinha o colar até ficar ao nível dos olhos, tanto para a tia ver como para manter a distância entre as duas.- E porque é que ainda tenho aquelas joias todas da minha mãe e do meu pai que deviam ter ardido no incêndio ou então estarem enterrados junto com eles? Porque é que tenho aquele álbum quando todos os outros livros arderam? E o que quer dizer esta carta?- à medida que as perguntas iam surgindo a sua voz foi-se elevando até que ela gritou a última pergunta fazendo duas empregadas que estavam a passar pararem por alguns segundos, mas Kyle depressa deu sinal para elas continuarem o seu caminho.

- Viviana acalma-te.- pediu a Lia.- Tudo tem uma explicação, tu vais perceber isso.

- Vou perceber o que? Que os meus pais na verdade foram assassinados? Que a Lily nem sequer devia estar em casa mas sim contigo? Ou será que vou entender que é verdade que é tudo culpa minha? E que você sabia de tudo e nada fez para impedir.- gritou Viviana fazendo algumas flores que estavam no corredor começarem a arder e fazendo com que a tia recuasse.

- Viviana...- tentou chamar a tia mas Viviana já lhe atirara a carta à cara e fugira pelo corredor fora.

Kyle estava demasiado espantado com todas aquelas perguntas e com as expressões as duas que nem conseguiu correr atrás dela, Lia continuava a olhar para o corredor onde a sobrinha desaparecera e Kyle viu que ela agora chorava.

A carta ainda estava no chão por isso Kyle apanhou-a e leu-a.

Querida Lia

Eu e a Caroline achamos que eles nos encontraram, a Viviana já têm dezasseis anos e vai fazer este ano dezassete. Pensamos que seria melhor lavá-la o quanto antes para aí para ela ficar em segurança até estar pronta para ser a próxima Sucessora do Fogo e cumprir o seu destino. Achamos que está mais do que na hora de lhe dizer a verdade.

A Lily já tem onze e pretendemos levá-la também para que ela se torne uma boa curandeira como a mãe. No início pensamos que iria ser ao contrário, que a Lily é que seria a próxima Sucessora por causa de toda a sua energia, mas tal como tu disseste quem deve ser a próxima Sucessora é a Viviana. Ela ainda não sabe dos seus poderes nem da sua origem, esperamos que a Camila e tu a ensinem bem enquanto eu e a Caroline estamos fora.

A Lily já deve estar a caminho do teu encontro e deve chegar pouco depois desta carta, queremos que cuides dela até termos contado tudo à Viviana.

Elas são duas raparigas maravilhosas e cresceram bastante desde a última vez que as viste, mandamos-te duas fotos para as veres.

Mas Lia, temos muito receio pela segurança da Viviana, ultimamente têm aparecido mais sombras e mais criaturas geladas que parecem querer destruir a sua chama. Os seus poderes cresceram tanto que tememos não a puder esconder por tempo suficiente para que ela chegue em segurança até aí.

Precisamos de ajuda.

Sabes onde estamos, esperamos por ti Lia e esperamos que protejas as nossas meninas.

Com amor do teu irmão Klaus e da Caroline.

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