HATE | yeonbin

Por _JenoJam_

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Yeonjun, filho de Kim Taehyung, é um garoto muito amoroso e atencioso com tudo e todos, mas sua personalidade... Más

[prologue] - HATE
1. capítulo
2. capítulo
3. capítulo
4. capítulo
5. capítulo
6. capítulo
7. capítulo
8. capítulo
9. capítulo
10. capítulo
11. capítulo
12. capítulo
13. capítulo
14. capítulo
15. capítulo
17. capítulo
18. capítulo
19. capítulo
20. capítulo
21. capítulo
22. capítulo
23. capítulo
24. capítulo
25. capítulo
26. capítulo

16. capítulo

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Por _JenoJam_

Oi oi taxistaaas

Primeiramente, desculpa
pela demora para atualizar,
tivemos alguns imprevistos
que nos impossibilitaram
de escrever, mas tentaremos
recompensá-los!

Aproveitem o cap e
até lá embaixo💙💛

-ˋˏ✄┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈

Sonhei com um carrossel gigante.

Ele se movia tão devagar, enquanto tocava uma música clássica cheia de paixões e mistérios. Era sinistro e ao mesmo tempo diferente. Meu pai estava ao meu lado, em um cavalo todo branco. Tentei chamá-lo, mas era como se ele estivesse presente e ao mesmo tempo tão distante... Um sentimento que eu sentia quando o vejo em casa recentemente. Ele está ali. Contudo, a maioria de meus sentidos dizem o contrário.

Quero gritar no sonho para ele me ouvir e minha voz falha. Miro meu olhar para onde papai está encarando, e para minha surpresa, ele olhava para uma rosa com pétalas escuras como penas de um corvo, onde escorria um líquido semelhante ao sangue. Alucinantes gotas pingaram em minhas mãos, ficando encharcada por aquilo manchando a flor indefesa, agora suja de pecados. Essa sensação deixou meu corpo em alerta, que não pude evitar o pânico invadir cada pedaço de osso dentro de mim.

Estremeci.

Tudo parecendo mentiras com verdades escondidas na penumbra.

Sinto alguém me cutucando conforme vou despertando aos poucos. Pisco várias vezes até que minha visão foque e vejo o teto branco do quarto. Meu corpo todo está pesado devido ao recente sono, mas esforço para olhar a quem estava sentado na beirada de minha cama.

— Acorde preguiçoso!

Solto um resmungo baixo.

— Nada de reclamar. Precisa acordar e lavar essa cara de sono.

— Que horas são? — pergunto para o mais novo.

— 6:00.

— Temos meia-hora ainda, posso dormir mais um pouco — Pego o cobertor, cobrindo toda minha cabeça, mas Soobin puxa até meus pés.

— Saia dessa cama — Pede sorrindo.

— Você é um chato — Falo tentando pegar o cobertor e ele faz cócegas nos meus pés. Contive uma risada engasgada.

— Anda, no banheiro.

— Você não é meu pai para ordenar nada — Retruco cruzando os braços enquanto o encaro em desafio.

— Não. Entretanto, sou seu meio-irmão.

— Eu sou mais velho que você, idiota.

Ele balança a cabeça.

— Mas é irresponsável — disse andando até o vaso de margaridas, perto da janela. Pude ver ele encarando aquela flor. Talvez ele lembre todas as vezes em que olha para ela, igualmente a mim. Só que no meu caso sou puxado para lembrar todas vezes em que fui indiferente com ele. E da carta. Eu guardei em uma caixinha pequena, na qual deixo outras cartas dos meus amigos.

Sei que mesmo que entre mim e Soobin não há mais repúdio, ainda sim existe uma parte da qual não se é adaptada. Por que por mais que eu esteja sendo legal com ele, ainda não repara todo o mal que fiz.

Devo a Soobin muitas desculpas primeiramente, pelo modo de como o tratei.

E o que mais me dói é que ele nunca se importou pela falta de alguma declaração honesta. Talvez ele ainda esteja esperando meu pedido de desculpas, mas eu não sei ao certo aonde começar. Não quero escrever meus arrependimentos no papel e guardar como recordação. Isso não. Mas quero dizer a ele o quanto sinto muito, e a partir disso, esquecer todo o mal que fiz para ele desde o início.

Ainda sou idiota.

— Eu vou tomar um banho — sussurro sem ânimo para poder ficar sozinho e pensar mais sobre essas coisas que me incomodam. Quando encontro seus olhos âmbar, Soobin apenas assente e sai do quarto.

Parecia que ele queria dizer algo a mais, mas desistiu com a minha indireta de querer ficar sozinho.

Outra vez eu não sabendo lidar com nada disso.

Mais um dia agitado começando...

[...]

Após terminarmos o café da manhã, saímos em direção ao carro, que estava estacionado na garagem. Vejo papai encostado em uma de suas portas, olhando atentamente algo em seu celular.

— Pai? — O chamo e ele desvia sua atenção do aparelho, logo o guardando no bolso da calça social preta que usava. Seus ternos sempre eram feitos na medida certa, aperfeiçoando seu belo corpo. Jungkook tem sorte, assim como Taehyung também, seu namorado não fica nada atrás nesses quesitos.

— Sim, filho? — Ele sorri torto. Algo ainda está estranho com ele, mas prefiro não dizer nada. Se for algo que o incomode ele com certeza me contará.

— Vamos? — Pergunto o encarando, ele também tinha seus olhos focados nos meus, mas logo seu olhar desvia para Soobin.

— Ele não vai vir? — Papai pergunta movendo seu olhar para Soobin.

— Vai sim — Jeon checa as horas em seu celular — já deve estar chegando.

— Quem está chegando? — Indago confuso.

— Você está fazendo muitas perguntinhas hoje, não acha? — Soobin arqueia sua sobrancelha e aperta seus lábios, ato que faz suas fundas covinhas ficaram completamente visíveis. Fofo. Mas ainda não tira o fato dele estar um chato.

— E você está muito mandão hoje, não acha? — Retruco, logo vendo o maior bufar e papai rir. Nossas pequenas provocações não são mais uma perturbação em nossos pensamentos, agora nos provocamos sem nos importarmos com o que nossos pais acharão, afinal, esta é apenas uma relação saudável entre dois irmãos. Quais irmãos não se provocam assim?

Duas batidas no portão são escutadas. Seja lá quem for a pessoa que estão esperando, ela chegou.

Taehyung pega o controle da garagem e clica em um de seus botões, fazendo o portão do local se abrir lentamente e podendo assim, tornar visível o rosto de quem esperavam.

Era Felix.

O que ele faz aqui a essa hora da manhã?

Espera... O colégio! Se me lembro bem, Soobin e papai estavam pensando em levá-lo, para ele não se perder no caminho, mesmo que a distância seja curta, já que seria sua primeira vez indo pra lá. Mas será que esses dois tramaram de chamar esse garoto sem nem ao menos me perguntar nada?

— Olá Felix, bom dia! — Taehyung o cumprimenta sorridente.

Ugh. Mas ele já simpatizou com o menino?

— Bom dia senhor Kim, como vai? — Pergunta sorrindo, mostrando seus dentinhos afiados.

Simpático demais. E isso significa que também é falso demais.

Em menos de dois segundos o estrangeiro já se encontrava abraçado ao único moreno daquela espaçosa garagem. Era como se já tivessem catuvado um ao outro tão rápido. Ambos com sorrisos exagerados demais para o meu gosto. Tenho que dizer que invejo muito o quanto Soobin é rápido em fazer amizades, mesmo que ele tenha me falado algum dia sobre ser tímido em relação a isso. Mas não acredito nessa história. Ou talvez seja porque ele não é desconfiado pelas pessoas. Soobin é alguém de coração puro que nunca enxerga a maldade que pode estar presente nos seres humanos.

Soobin segurou as mãos do ruivo com tanta emoção que contive uma expressão de descontentamento, olhando para qualquer outro canto.

Que intimidade toda é essa?

— Bom dia Lix!

— Bom dia Bin! Desculpe pelo atraso, estava ajudando minha vó a tirar a mesa do café — Ele coça a nuca.

— Imagina, você nem se atrasou — ele sorri. — E eu te mandei uma mensagem avisando que talvez demoraríamos um pouco, já que Yeonjun está de graça e está lerdo para tudo — Soobin mostra a língua para mim e eu cruzo os braços indignado. Ele que está todo mandão e o careta da história sou eu?

Espera. Ele disse que mandou uma mensagem?

— Oh, vocês já trocaram seus números de celular? — papai faz a mesma pergunta que rondava em minha mente. — Que rápidos. Mas enfim, vamos, vocês não podem se atrasar, ainda têm que mostrar o colégio para Felix! — O azulado mais velho diz, logo entrando no carro.

Resolvo por ir no banco do passageiro, para não ter que aturar os outros dois sorrindo para qualquer coisa boba na janela.

O caminho todo Soobin mostrava pontos de referência a Felix, para ele não se perder nas próximas vezes, e o australiano sorria e apontava junto ao outro as coisas simples das ruas movimentadas da tão grande Seul. 

Assim que chegamos na escola, nos despedimos de Taehyung e seguimos pelo gramado, até localizar-mos Beomgyu, Taehyun e Kai, próximos a uma grande árvore.

— Uau, essa escola é enorme — O australiano diz impressionado — Qual é o nome dela mesmo?

— Poppin' Star High — Respondo indiferente e ele ri.

— Que nome engraçado.

Os três meninos que antes não haviam nos notado movem seus olhares até nós, logo nos chamando com acenos.

Eles pareciam surpresos ao verem o novo garoto ali.

— Oh, quem é você? — Kai indaga.

— Meu nome é Felix, Lee Felix, vim da Austrália e sou o novo vizinho deles dois — Diz apontando com o polegar para mim e Soobin.

— Ele é neto dos Lee's — Solto assim que vejo a cara confusa dos garotos, estes que logo mudam suas expressões para uma de quem acabou de entender algo bem óbvio.

— Lix, este de cabelos vermelhos é Taehyun, ele que me recebeu no meu primeiro dia de aula aqui. Ah, e ele também super carinhoso — Kang sorri timidamente após receber elogios em sua apresentação. — Este com rostinho de neném é Hueningkai, mas o chamamos de Kai. Ele é o mais novo e mais animado entre nós, e também é estrangeiro, assim como você — O estadunidense dá uma piscadela para o garoto, este que ri levemente. — E por último, este com a cara fria e fechada é Beomgyu. Não tenho muito o que falar sobre ele, ele não me deixa o conhecer muito bem, mas sei que no fundo há um menino muito amável dentro dele — Soobin dá de ombros, mas sei que está mexido, ele realmente queria ser mais próximo do acinzentado. Já Beomgyu, por outro lado, nem se importa com o que lhe é dito.

— Bom... É um prazer conhecer todos vocês — O garoto nos encarava com seu rosto levemente levantado, já que éramos todos maiores que ele e seria preciso erguer levemente sua cabeça para nos olhar bem — You are really tall — Sussurra para si mesmo, o que não adiantou, já que todos ouviram.

Your accent is beautifulKai comenta. Realmente o sotaque dele era muito bonito, mas nada que ele precisa saber vindo de mim. A diferença entre o sotaque de Kai e Felix é bem perceptível.

Acho que o mais novo vai gostar de ter alguém para conversar em sua língua materna. Mesmo todos nós entendendo e falando inglês muito bem, não é a mesma coisa.

O sinal ressoa e seguimos para dentro. Observei o novato olhando cada canto sem retirar o sorriso encantado pelos corredores, enquanto os meninos explicam onde fica cada coisa. Eu apenas afugento minhas mãos no bolso, vendo alguns alunos notando a presença de Felix. Estavam curiosos sobre ele, conforme passamos nos corredores dos armários. Peguei alguns livros das aulas que iria ter antes do intervalo. Joguei tudo na mochila, para não ter que levar no braço.

Ele disse que não havia pegado a chave do seu armário, então Kai se ofereceu para ajudá-lo a buscar na sala da secretaria. Para o alívio dele, não foi necessário, porque a coordenadora foi encarregada de trazer para o aluno novo. Felix não recuou da senhora mais amargurada dessa escola. A maioria dos alunos temiam olhar para ela, mas o ruivo até sorriu reluzente na direção da mesma.

E ela com o queixo erguido e postura ereta, mostrando autoridade, deu as costas sem dizer sequer um "Bom dia" como cumprimento. Kang Minju não era muito afetuosa com ninguém, nem mesmo para seu filho mais novo. Nunca os vi conversarem como conhecidos, pareciam estranhos ignorantes. Talvez essa severidade  seja de família.

Beomgyu tocou meu ombro quando chegamos na entrada da biblioteca. Eu torcia para que Soobin não abrisse a boca para falar no meu canto secreto, que só ele sabia. Eu não pretendia que ninguém além de mim soubesse. Mas como ele descobriu, não tive como impedi-lo de passar o tempo que quisesse lá. Entretanto, ainda era meu, e deixei para compartilhar com ele, desde que não contasse para alguém sobre.

— 'Tava pensando em jogarmos conversa fora hoje, como sempre fazemos. — falou Beomgyu ao meu lado. Os outros meninos estavam logo em nossa frente conduzindo Felix para dentro da biblioteca.

— Lá fora? — pergunto.

— É claro. Perto da árvore de ipê.

— Sim. Gosto de ficar tomando vento na cara — Eu ri como se falasse uma piada sem graça. Mas a minha voz não estava com todo esse humor.

Beomgyu notou.

— Quero saber o que está acontecendo com você ultimamente — franzi a testa.

Era óbvio que ele sabia. Desde que eu e Soobin nos entendemos vi ele ficar indignado em como estamos nos dando bem um com outro, apesar de todas as minhas implicâncias. Beomgyu não ia com a cara de Jeon e sei que não tem nada haver com ciúmes. Ele é meu melhor amigo que fica preocupado com as minhas mudanças, mas nunca questiona ou repreende dizendo que cometi um erro terrível. No fundo, eu queria que ele fosse mais aberto comigo para ser livre e dizer tudo que pensa.

— E eu quero saber sobre você — comentei, parando na porta do local.

— O quê? — Ele alinha os fios cinzentos.

— Sei que não está feliz por causa de Soobin virar meu amigo — sussurrei, para apenas ele ouvir.

Beomgyu olhou por cima dos ombros, para o Jeon, que apontava para os meninos alguns livros que leu, como uma criança mostrando para os amigos o que ganhou de presente no Natal. Ele parecia radiante com o novato ali.

Um bufo frustrado saiu de Gyu.

— Tenho meus motivos, você sabe disso — Foi tudo que ele disse antes de dar dois tapinhas em minhas costas e caminhar discretamente para outro corredor, que dava para sua sala de aula.

A aula já iria começar!

Me aproximo silenciosamente deles e toco no braço de Kai. O caçula me fita com seu sorriso fofo.

— Acho melhor que vocês guias conduzam o novato pra sala de aula — informei, cruzando os braços.

Taehyun que falava com Felix sobre algumas coisas relacionadas ao New Rules, se vira na minha direção. Seu rosto brilhou em satisfação, o que me deixou sem entender. E até Felix me encarou, junto de Soobin que tinha a mesma reação que a minha.

— O que foi? — perguntei nervoso. — Falei algo de errado?

— Não — Taehyung respondeu, sorrindo.

— Felix não te disse? — Kai olhou de relance ao novato e a mim.

— Do que está falando?

— Eu não disse pra ele. Acabei esquecendo de contar — Afirmou parecendo envergonhado.

Eu deveria estar com a expressão mais idiota no rosto. Nem me importava de parecer desinformado.

— O quê não me contou? — Dessa vez a minha voz saiu chiando, sem paciência pra lidar com esses dramas.

— Eu estou na mesma sala que a sua. — coçou a nuca. Soobin que estava ao seu lado, me olhou tão fascinado com a notícia que meu estômago se embrulhou. Meus joelhos quase vacilaram, mas tentei me manter o mais forte possível.

Por fora eu não demonstrei nenhuma emoção com aquilo, mas por dentro queria morrer ou acordar desse pesadelo indesejável. Sei que não deveria querer pensar desse modo, ainda mais com o neto das pessoas com o que eu mais confio e tenho empatia, mas esse garoto passa uma certa negatividade que não sou capacitado em deixar de lado. Tem algo nele que não desce, que faz com que eu queira vomitar meu café da manhã todo.

— Isso vai ser incrível! — exclamou Kai.

— Shh — murmurou Taehyun, para ele ficar quieto. — Esqueceu que estamos em uma biblioteca?

Kai deu de ombros, sorrindo travesso.

— Vai ser legal — comentou Soo, concordando com o mais novo. Felix assentiu, agora voltando a me encarar ansioso.

— Então agora é a vez de Yeonjun ser o guia do Felix — falou Kai, puxando o ruivo para o meu lado.

Isso não é possível!

Sim, aparentemente — Eu disse no tom mais provocante, enquanto me virei para a porta. — Vocês todos deveriam já estar em suas salas. E você Felix... — seu nome derretia como ácido em minha língua — me acompanhe! — Eu gesticulei com o dedo para ele me seguir.

Não iria ficar encrencado por chegar atrasado na aula de química, não quando eu colocaria uma desculpa de estar mostrando a escola para o novato ao meu lado. Quanto aos outros, já sabia do que esperavam. Um sermão por estarem desrespeitando as regras. Felix girava a chave do armário entre os dedos. Não sei se era pra expulsar seu nervoso ou apenas para me irritar com o barulho irritante.

Paramos na porta de correr, onde levava para o laboratório químico. Não era uma aula interessante, mas a professora Bae sempre foi amigável, mesmo que os alunos estejam se colocando em perigos com atrasos imprudentes. E nesse, eu teria uma desculpa mais decente sem ser julgado na alma. Tenho certeza que a professora iria me agradecer por trazer o aluno novo na sala correta.

Bato duas vezes na superfície gélida, por causa do ar-condicionado e a porta é empurrada. A professora me encara primeiro, antes de ver o ruivo atrás de mim, inquieto e distraído.

— Olá, meninos — falou, docemente.

— Oi, professora Bae — Fiz uma curta reverência e Felix me imitou. Eu quis rir por seu jeito atrapalhado, mas continuei: — Este é o aluno novo, Felix. Ele está em nossa sala, e infelizmente, me atrasei quando o acompanhei até aqui. — O que não era nenhuma mentira, certo?

Ela analisa o garoto, abrindo um sorriso para ele.

— Lee Felix? — Perguntou segurando o batente da porta.

— Sim, senhora.

— Bem-vindo!

Ele sorriu.

— Podem entrar, mesmo que a aula já esteja acontecendo — Abriu espaço para entrarmos. Os alunos nos olhavam, deixando tudo em um silêncio total. O garoto engoliu em seco e ficou parado esperando a professora falar primeiro. — Esse é o novo colega de vocês, Lee Felix, sejam educados com ele, sem diferenças.

Eles acenaram com a cabeça.

— Como todas as duplas já estão formadas, vocês podem ficar como uma dupla durante a aula — concluiu a senhora Bae.

Apertei os lábios com força para não contradizer a professora, quando segui para uma mesa vazia no laboratório. Era no fundo e não sei se iria me concentrar na aula. Meu sangue ferveu, que senti minha pulsação se apertar no pulso. Além desse garoto cair na minha sala, teria que fazer dupla com ele. E como conheço a professora Bae, iria cair como dupla dele em todas as suas aulas de química. Olho para Jake, que era meu colega que eu deveria fazer dupla nessa aula. 

Jake fez um biquinho para mim ao encontrar meus olhos, zombando de minha má sorte, então mostrei o dedo do meio para o babaca. Ele riu baixinho, conversando com Yeji como sua mais nova dupla, e também a nova amiga de Soobin. Ela ficou com os olhos arregalados quando viu Felix, não sei o que possa ter pensado. Tudo indica que seja por ele ser australiano, e não duvido que ela saiba pelos boatos se espalharam como fogo.

A aula começou normalmente. Muito experimentos divertidos e outros nem tanto. Felix ajudava conforme podia, prestando atenção em cada processo que a professora nos mostrava. Nesse instante anotamos o texto das transformações químicas da lousa, os alunos circulando cochichos baixos entre eles, conversando aleatoriamente.

— Tem caneta vermelha? — Perguntou minha dupla.

— Não — disse, sem olhar para ele.

— Mas eu vi no seu estojo — Retrucou, fazendo eu parar de escrever.

— E daí? — Ergui minha sombrancelha para ver seu rosto com sardas.

Ele repuxou seus lábios.

— Não gosta de mim, né?

— Isso importa pra você? — Batuquei os dedos na mesa.

— Nem um pouco. E também não vejo motivos para continuar a me odiar — Amparou seu punho no queixo, ainda olhando para mim tentando compreender.

Olhei alguns segundos para ele, até que joguei minha caneta vermelha encima seu caderno.

— Obrigado.

Dei de ombros.

Ele estava certo. Não admitiria em voz alta isso. Odiar ele não vai dar em nada, porém não estou afim de ser amigo dele, nem ele de mim. Estamos quites.

— Você tem algum conhecido para ir parar aqui? — perguntei, voltando a copiar a matéria do quadro. Felix ficou surpreso com a minha pergunta e fingi que não liguei.

— Tenho — respondeu.

— Quem? — Certamente, essa pessoa deve ter sugerido a Poppin' Star High pra ele.

— Bang Chan. Sabe quem é? — Senti um arrepio percorrer minha espinha.

Chan era do bando de idiotas de Hyunjin. Ele é bem ausente aqui na escola, sempre ouvi falar que chega atrasado em suas aulas. Já levou bastante sermão e algumas advertências por essa irresponsabilidade, mas nada mudou seu comportamento. Eu não faço ideia, mas absolutamente ninguém sabe sobre o que acontece com as famílias de Hyunjin e seus cachorrinhos. É como se fossem sombras de suas vidas, para ninguém ver o que fazem.

Se Felix for amigo de Chan, eu não posso alterar minha opinião. Todos que fazem parte do grupo do líder de basquete não prestam.

Eu estava certo em ficar com um pé atrás com esse australiano. Portanto, eu queria estar errado ao seu respeito e terei que abrir os olhos de Soobin antes que ele se convença de ser uma mentira.

De eu estar paranóico.

— Sério? — sussurro, querendo ter me confundido.

— Sim. Christopher Bang, Ou Bang Chan mesmo.

Suprimo um suspiro, depois da professora voltar a explicar a matéria.

Outro sinal toca.

Aula de Matemática.

Preciso que essa aula acabe rapidamente para poder contar minhas suspeitas a Beomgyu, e também, alertar Soobin sobre isso. E espero a desconfiança dele ao ouvir sobre as amizades do seu colega.

Ele tem o direito de saber dessas suspeitas envolvendo o garoto. Não vou-me deixar ser enganado por ele, apenas por causas dos seus avós. Esse Felix vai ver só, essa máscara de bonzinho vai queimar em cinzas.

-ˋˏ✄┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈┈

Oii mais uma vez taxistas!!
Como estão?

Esperamos no fundo de
nossos corações que vocês
tenham gostado desse cap.

Mas nos contem, o que
estão achando do Felix?
Será que ele vai ir para
o lado do Hyunjin? Será
que já está do lado dele?
Ou será que é tudo apenas
uma paranóia de Yeonjun?

Enfim galera, até a próxima
att <3

Beijo das Whizzy 💙💛

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