UMA CAMINHONEIRA SEM FREIO

By Unicornio_Dark

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Camila é uma motorista que viaja muito pelo Brasil a fora, numa dessas viagens ela da carona para uma desconh... More

Rezando
Beck is Back
Llama Llama Red Pyjama
Evidências
Frango Frito
Caramelo
K.O
Fulga
Nojo
Bela adormecida
Churrasco
Perdas
Voltas
Jonas
Jonas ²
Every Breath You Take
Away
A primeira vista
Sol e Mar
Amor
Família
Fim

Prejuízo

426 46 31
By Unicornio_Dark

Camila P.O.V

— porque eu iria bater na Clara? — minha mãe entrou nos pegando de surpresa.

— sua filha é uma encrenqueira Sinuhe, ela está implicando comigo!

— ili ti implicandi comigui — debochei revirando os olhos.

— ok, vamos por partes — ela sentou pegando a chinela e eu engoli em seco. — quem é essa moça que está segurando meu neto?

— meu nome é Veronica Iglesias e eu sou mãe do Jonas. — Jonas estava tão parecido com Vero.

— você vai levar ele embora? — mãe largou o chinelo no chão e eu suspirei aliviada.

— eu estive esse tempo todo debilitada no hospital — minha mãe se levantou e empurrou Clara pra longe, segurei o riso enquanto a branquela se sentia ofendida — fiz uma cirurgia no coração.

Ela tinha levado tanto tiro que ficou igual uma peneira, agora estava toda costurada igual um Frankenstein.

— oh minha filha, você parece tão fraquinha — ela abraçou Vero.

— eu vou esperar ficar 100% novamente para levar o meninão. — eu sabia que esse dia chegaria, mas imaginava Jonas com dezessete anos indo para a universidade.

— você não pode criar ele aqui? Eu posso cuidar de você enquanto se recupera, e a gente pode ir se adaptando em ficar longe do bebê. Não é incômodo algum cuidar do anjo que deu a luz meu neto, porque esse menino já é meu sangue minha família, você vai ficar no quarto com Camila e a Lauren vai voltar pra casa dela com a Clara, eu não sei qual o problema desses Jauregui aí, eu vou fazer um chá de erva cidreira pra você e uma canjinha de galinha pra você e levar um pouco pra Eliza porque ela também tá varada de fome.

Ela se levantou e foi pra cozinha, enquanto isso um silêncio se instalou no cômodo.

— adoro como Sinu me odeia. — Lauren revirou os olhos enquanto beijava minha bochecha.

— acho que ela sente que você não é flor que se cheire.

— e você adora essa flor aqui né?

— vou deixar vocês adolescentes e vou ir conversar com Sinu, relaxem não quero mais seu pescoço numa bandeija Camila, Vero não tenho nada contra e nunca tive, agora enquanto a Lucy deixe ela fora do meu caminho ou já viu — ela cortou o próprio pescoço com os dedos e eu arregalei os olhos.

Ela saiu e eu dei língua, megera esquisita.

— que lance é esse com a Lucy?

— ela está revoltada com a Clara, tá querendo matar a cara pálida — Lauren respondeu. 

— bom, se alguém tentasse matar o amor da minha vida talvez eu quisesse essa pessoa morta também.

— eu sou seu amor? — Lauren me perguntou debochada.

— e eu sou o seu? Sua mãe tentou me matar duas vezes e você não fez nada pra impedir.

— desculpe, mas minha mãe não tem mais a intenção você ouviu ela falando.

— nunca acredite na palavra do diabo e estou tendo empatia pela Lucy, mesmo a doida ter ignorado a existência do próprio filho.

Ficamos em silêncio até minha mãe aparecer com uma caneca de chá para Vero e uns biscoitos, Vero torceu o nariz, deveria estar acostuma com whisky caro e agora está tomando chá de caixinha. Mãe pegou o chinelo e ela comeu e bebeu, depois deu mamadeira para Jonas e os dois tiraram um cochilo no meu quarto.

Enquanto isso Clara e Sinu preparavam o jantar numa sincronia assustadora, eu e Lauren apenas observava mudas e caladas, ninguém dava um piu.

— em quanto eu preparava o chá, Clara e eu tivemos uma conversa de gente grande, e resolvemos abrir o jogo para vocês duas. Explicar toda a situação.

Clara se sentou a mesa de frente para mim enquanto Sinu pegava um bolo de fotos dentro de uma caixa de biscoitos.

— nós somos velhas amigas. — Minha mãe começou e eu entrei em choque. — eu sei o que Clara e Lauren fazem para ter dinheiro.

— como a senhora... – eu queria escapar da encrenca, não estava afim de ficar de castigo... de novo.

— eu era Tenente, trabalhava no departamento de Polícia em Minas Gerais, era uma boa detetive, seu Pai era Sargento... E eu estava investigando Michael Jauregui. — ela mostrou a foto com sua farda e meu pai do lado.

Eu sempre achei que minha mãe era uma dona de casa recatada e religiosa que precisava de terapia.

— Michael Jauregui é o pai da Lauren, e eu estava lutando para descobrir quem era o informante dentro da delegacia, para então armar uma emboscada para ele.

— mãe?

— só que não deu tempo... Michael descobriu o informante duplo, e bem... — ela olhou para Clara e eu curvei os olhos.

— pode continuar Sinu.

— seu pai Camila, seu pai era o informante duplo.

— não, não, ele foi morto pelos caras maus ele era uma pessoa boa.

— ele estava parado no semáforo quando um carro com os capangas do Jauregui metralharam, as quatorze horas, em plena luz do dia.

— mãe... — ela mostrou um recorte de jornal com o carro destruído e cheio de furos de bala.

— acontece que no carro não estava só o Alejandro, também estava nossa primeira filha — meu coração batia com tanta força que eu achei que teria um derrame a qualquer momento. — Sofia tinha cinco anos e quatro meses, você tinha dois meses, Alejandro estava levando Sofi para escolinha e eu estava de licença maternidade cuidando de você .

— no dia que Michael deu a ordem, estávamos comemorando o aniversário de Taylor... foi um dia amaldiçoado — Clara me olhava — meu marido naquele dia quebrou uma regra da família Jauregui, nunca toque numa criança. Eu jamais conseguirá viver ao lado de um homem que matou um bebê.

— e então você matou o papai?

— não matamos crianças Lauren! E depois que matei Michael eu procurei Sinuhe e lhe ofereci proteção, ninguém encostaria em Camila, ela não aceitou é claro já estava decidida a sair da polícia e enterrar o passado.

— porque nunca me contou de Sofia? Porque eu nunca soube? Seu nome é mesmo Sinuhe? Eu sou a Camila?

— Não mudei o nome, não adiantaria de nada, passamos uma temporada em Cuba e depois voltamos para São Paulo, não falei disso antes porque é doloroso demais para mim, eu não consegui nem olhar o cadáver da minha filha, e demorei a aceitar que era minha culpa.

— não é sua culpa Sinu, era de Michael – Lauren disse.

— mesmo eu matando Michael, eu sabia que a justiça divina levaria um dos meus filhos...

— mas o que eu tenho haver com isso tudo? Porque vocês vieram interceder no meu trabalho?

— lembra do Ricardo? —Sinu me respondeu.

— nem me lembre daquele lixo humano.

— ele era um crápula que vendia drogas aqui na região, quando ele ficou te perseguindo eu sabia que só Clara podia ajudar. Então eu procurei ela e...

— fizemos sexo, mas... sabe como é...

— MÃE!

— Fizemos um acordo! — ela deu uma chinelada em Clara — ela se livraria daquele saco de bosta e em troca uma vez ao ano você transportaria uma carga para Clara, mas você não saberia.

— até a filhote de Al Capone aparecer e enfiar minha cara na lama. — Lauren se encolheu ao meu lado, e eu segurei minha vontade de dar socos. Ela se dizia apaixonada por mim, mas quem não era?

— eu não tenho culpa se me apaixonei por você.

— você é uma puta mentirosa igual sua mãe, eu quero que vocês duas vão embora, eu não quero ter mais nada relacionado com vocês — caminhei até o quarto de Jonas e tirei a bolsa de viagem que estava abarrotada de dólares. — levem esse dinheiro sujo com vocês.

— Camila, esse dinheiro é limpo.

— não me interessa, tudo que vier de vocês nesse momento é sujo. Saiam da minha casa e deixem minha família em paz.

— acontece meu amor — Clara parou a minha frente — que eu e sua mãe temos um acordo, e ele não pode ser quebrado até meia noite com um beijo do amor verdadeiro, você transportar meu material, é muito lucrativo e eu não vou perder essa fonte de renda.

E lasqueira, agora eu estava fodida.

— mãe, agora sou eu que não quero mais. — Lauren tirou o colar com pingente de beija flor que eu tinha dado a ela no dia dos namorados — estou rompendo com o que temos e te livrando da minha família e qualquer acordo, não vai haver nenhum tipo de represália.

— aff, já estava pensando em eliminar Eliza. — Clara debochou e minha mãe pegou o chinelo mirando em Clara.

— isso é sacanagem mãe! Camila está liberada desse acordo ridículo desde que aceitou cuidar de Jonas — Clara deu de ombros — eu vou embora e Clara vai comigo, não vamos mais voltar. Tenha minha palavra.

— Lauren... são cento e cinquenta milhões por ano.

— eu aposto que você daria o triplo disso para ter Taylor aqui. Não há dinheiro no mundo que pague pela família.

— besteira, eu fiz o Christofer que é
muito melhor que você e Taylor, agora vamos embora antes que eu tenha mais prejuízos.
.
.
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