Área Militar -DEGUSTAÇÃO

By NathanyTeixxeira

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Kimberly Digory vê sua vida se transformar quando sua mãe é morta e seu pai desaparece. Levada a Área Militar... More

Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Retirada do Wattpad

Capítulo 4

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By NathanyTeixxeira

- Você está com uma interrogação no meio da testa. O que quer saber? - Chloe me perguntou quando as luzes se acenderam.

Antes de falar qualquer coisa, passei os olhos pelo salão na esperança de ver algum deles por ali, mas tanto o Primeiro quanto Kian haviam sumido depois da apresentação.

- Considerando que eu não sei nada, qualquer coisa que me falarem será ótimo. - Dei de ombros. - O Primeiro! Qual a história dele?

- Eu sei tudo sobre ele. Aliás, todos nesse lugar sabem tudo sobre ele e o Ross. - Lucy respondeu olhando ao redor.

- Conte-me o que sabe. Quem são eles? - Coloquei a mão na boca para não parecer tão afobada.

- Bem, como já percebeu, todos o chamam de Primeiro. Isso tem um motivo. É porque ninguém sabe o nome dele. - Ela sorriu e eu a olhei confusa.

- Como alguém pode esconder o próprio nome?

- Ele não escondeu! - Ela o defendeu. - O Primeiro é como uma lenda viva. Ele não escolheu ser chamado assim. Entretanto, recebeu esse nome pelas pessoas que estavam aqui na época em que tudo aconteceu e depois disso, ninguém se atreveu a chama-lo pelo nome. - Lucy narrava à história como se estivesse vivendo-a nesse exato momento.

- Mas por que "O Primeiro"? - Perguntei ainda totalmente perdida na situação.

- Primeiro a mandar, primeiro a ser obedecido! - Chloe zombou.

- Não é nada disso! - Lucy rebateu. - Vou te contar o que eu sei. - Suspirou. - Há sete anos, os criadores da Área Militar sofreram uma emboscada em sua própria casa e foram mortos por uma bomba implantada embaixo da casa. Eles estavam com a namorada do filho deles, que por sua vez, havia saído por alguns minutos e já estava retornando. Quando esse rapaz, que na época tinha vinte anos, voltou para casa, ele encontrou tudo destruído e seu pai, sua mãe e sua namorada mortos no meio dos destroços. Alguma coisa mudou dentro dele naquele dia e pelo que eu ouvi, ele se fechou para o mundo desde então.

- Mas alguém tinha que assumir de onde seu pai havia parado na Área Militar ou não teríamos um lugar protegido para ficar. - Chloe completou.

Olhei de uma para outra esperando qual seria a próxima a falar.

- O jovem rapaz se esforçou e chegou ao seu extremo. - Lucy contou. - Algo lhe dava força e ele conseguiu ser o maior e mais respeitado comandante de todos. Desde então, aquele rapaz virou a fortaleza que hoje chamam de Primeiro, e ninguém menciona o seu nome.

- Não fazia ideia! - Comecei a me sentir mal pelo julgamento que fiz dele.

Perder minha mãe já estava sendo terrível, não conseguia imaginar como foi para ele perder todos dessa forma.

- Algumas pessoas dizem que o coração dele ficou naquela explosão. Ele é frio e seu olhar me dá medo, mas, mesmo assim, é um gato. - Chloe comentou.

- Não acredito que ele não goste ou não tenha afeto por ninguém. Isso é impossível. Ainda mais por sete anos! - Retruquei incrédula.

- Podemos dizer que ele e o comandante Ross são quase irmãos. - Lucy completou, enquanto seus dedos dançavam pela mesa, fazendo círculos imaginários.

- Daqueles que brigam e discordam o tempo todo, mas acredito que um morreria pelo outro, mesmo que não assumam isso. - Chloe assegurou.

- Ross chegou aqui na mesma época desses acontecimentos. Ele é um ano mais novo que o Primeiro, tem vinte e seis anos e é um gênio. Tem Ph.D. em Ciência da computação, códigos e criptografia. Além de ser especialista em Análise de inteligência e Ciência Aplicada. É o que dizem! - Lucy disparou.

- Dizem também que aos vinte e três anos, o FBI em pessoa entrou em contato com o comandante Ross, mas ele não abriu mão da Área Militar para atuar com os federais. - Chloe completou.

- O FBI não é uma pessoa. - Lucy a corrigiu, fazendo com que Chloe revirasse os olhos, demonstrando desinteresse pelo seu comentário.

- E se tudo isso é verdade, o que aconteceu com Kian para que ele viesse parar na Área Militar? - Perguntei.

Chloe me olhou como se me recriminasse por chama-lo assim. Foi como ele se apresentou para mim. Que mal podia existir naquilo?

- A mesma coisa! Os pais foram mortos praticamente na mesma semana da explosão na casa dos pais do Primeiro. A diferença é que quem atacou os pais do comandante Ross foram pegos e condenados no mesmo dia. Acho que isso os uniu e fez com que se fortalecessem juntos. Eles são os maiores daqui. Os que mandam em tudo, mas você já deve ter notado a diferença entre eles. - Claro, eu havia notado. - Ross é muito mais agradável, mesmo que seja raro vê-lo conversando com algum de nós, pobres mortais. - Ela fez parênteses com os dedos. - Você consegue ver em seu rosto que ele conseguiu superar algo que o Primeiro não conseguiu. - Lucy colocou simbolicamente a mão sobre o peito.

- Policial bom e mal. Já viu isso em filmes? São os dois. - Chloe sorriu. - A única coisa que eles concordam em absoluto é sobre a punição dada a quem tenta abusar de alguma das garotas. Os dois são muito protetores, o que faz deles os comandantes perfeitos para estarem no poder.

- Até que enfim, a voz da sabedoria começou a falar. - Lucy provocou Chloe.

Não prestei atenção na resposta mal-educada que se sucederia. Comecei a pensar novamente em qual seria a punição para alguém que faz uma atrocidade dessas.

- E lá vem ela! - Chloe trincou os dentes, olhando por cima do meu ombro.

Senti um perfume forte adocicado no ar e quando me virei, vi uma garota incrivelmente loira, com um vestido cintilante cor de marfim e grandes saltos altos azuis. Seus olhos negros me encaravam.

- Belas calças. Está super combinando! - Ela começou a rir alto e as duas garotas que a acompanhavam fizeram o mesmo.

- Sai daqui, sua vadia! - Chloe gritou se levantando. Permaneci parada, sem graça. Não tive palavras para responder. Fiquei feliz por Chloe interceder.

- Vamos, Hannah! - A morena ao seu lado segurou levemente seu braço. - Sabe que não podemos arrumar problemas com os comandantes. - Ela sussurrou, mas mesmo assim pude ouvir.

- Talvez seja disso que estou precisando! - Ela limpou o brilho labial dos cantos dos lábios. - Um momento a sós com algum deles. Uma briga me levaria a isso?

- Anda, vamos! - A morena conseguiu arrastar ela para longe antes que Chloe desse uns tapas naquela doida.

- Quem é essa? - Perguntei sentindo meu rosto em chamas de vergonha.

- Hannah Collins! - Lucy praticamente cuspiu o nome. - Ela se acha a melhor.

- Uma hora, vou mostrar para ela quem é "a melhor". - Chloe estalou os dedos e até eu fiquei com medo, vendo o ódio em seu olhar.

- Qual é a dessa garota?

- Kim, é bem simples. Hannah vive por dois motivos. Número um: Tentar ficar a qualquer custo com algum dos comandantes, mas apenas com os maiores. Já que Jason é intitulado como o "Terceiro quase nada comandante", ela não se importa com ele. Número dois: Infernizar qualquer ser vivente que cruze o seu caminho. - Lucy disse enojada.

- E ela já ficou com algum deles? - Assim que as palavras saíram da minha boca, me senti uma idiota.

- Claro que não! Você ouviu o que eu disse? O Primeiro e Ross são intocáveis. Nenhuma das garotas da Área Militar sequer chegou perto deles. Até mesmo Hannah, que às vezes se arrisca, nunca se aproximou o suficiente. - Não sabia se tinha ficado aliviada com o que Lucy disse, mas uma pergunta não saia da minha cabeça. Por que eu me importava?

- Onde vai? - Chloe perguntou quando fiquei de pé.

- Para o meu quarto. Já passei vergonha demais por hoje. Já chega, não acham? - Esbocei um sorriso, apontando para minha calça jeans e o vestido de Lucy. Sabendo que desejava sumir daquele lugar e voltar para os meus infinitos pensamentos isolados.

- Nossos dormitórios são próximos. Podemos ir juntas. - Lucy ofereceu gentilmente companhia e se levantou.

- Há quanto tempo estão aqui? - Perguntei enquanto caminhávamos no meio de todos os outros membros da Área, que também estavam seguindo seus caminhos para os dormitórios.

- Eu estou há três meses e Chloe, dois. - Sorriu.

- Por qual motivo tiveram que vir parar aqui? - Perguntei sem pensar e acabei me arrependendo. Talvez não fosse um assunto que ela gostaria de falar.

- Todos estão aqui porque seus familiares trabalham para alguma organização do governo e, em algum momento, tiveram sua vida e a de seus familiares ameaçada. Foi assim comigo e com a Chloe. Nossos pais foram ameaçados e remanejados para outro distrito, começando do zero, sem nenhuma ameaça visível e nós, os filhos, tivemos que vir para a Área Militar, longe do perigo. Noventa por cento das pessoas desse lugar estão aqui por esse motivo. - Lucy começou a andar mais devagar.

- E os outros dez por cento? - Encarei a escada que me levaria ao quarto.

- Esses dez por cento tiveram seus pais mortos. E por isso, estão aqui! - Chloe respondeu, deixando aflorar uma compaixão mínima, quase imperceptível. - E você? Porque está aqui?

- Faço parte dos dez por cento. - Continuei andando e percebi quando as duas pararam no lugar onde estavam.

- Ai meu Deus! Seus pais foram mortos? - Lucy perguntou claramente surpresa.

- Minha mãe, sim. - Respirei fundo antes de continuar a falar. - Meu pai ainda está desaparecido. - Chloe trocou um olhar com Lucy e ficamos em silêncio por um longo minuto. - Vamos. Vocês ainda não me contaram o que fazem para se divertir nesse lugar. - Suspirei com minha inútil tentativa de parecer normal e parecer bem diante de tudo aquilo.

- É. O que fazemos? O que fazemos é que... - Lucy não conseguiu formular a frase.

- Sinto muito. - Chloe falou pelas duas.

- Obrigada.

Seguimos em silêncio uma ao lado da outra até chegarmos à escada do nosso andar. Eu ainda parava por alguns instantes, observando como o lugar era enorme por dentro. Lucy quebrou o silencio, me explicando onde cada escada ia dar. Notei que Hannah me observava da escada que dava acesso aos dormitórios masculinos. Ao seu lado havia um rapaz de cabelos claros jogados para trás. Eles pareciam irmãos. Preferi não perguntar quem era, tive informações demais para um dia só.

- Adorei a calça! - Ouvi uma voz bem próxima do meu ouvido e me virei assustada. Era Kian.

- Senhor Ross, boa noite! - Lucy cumprimentou desesperada. Percebi que seus olhos brilhavam.

- Boa noite. - Ele respondeu, encarando Lucy por um longo tempo. Alguns segundos depois, desviou o olhar para o meu.

- Você não me avisou que era uma festa social. A culpa por isso é sua! - Apontei para a minha calça. Chloe suspirou baixinho atrás de mim.

- Que bom que não avisei. Você ficou linda vestida assim.

Só podia ser brincadeira. Eu não estava nem perto de estar linda!

- Meninas, espero que não se importem se eu roubar a companhia da senhorita Digory de vocês por alguns minutos. - Ele olhou para Lucy e Chloe, que ficaram paralisadas.

- Claro que não. Fique à vontade. - Chloe disparou a falar. Temi que ela exagerasse. - Traz ela inteira, está bem?

- Prometo pela minha vida. - Ele sorriu e encostou levemente uma das mãos em minhas costas. - Venha, quero mostrar alguns lugares da Área.

Senti um calafrio estranho subir por meu corpo com seu toque. Os olhares das pessoas ao redor se prenderam a nós dois.

- Estão olhando! - Sussurrei quando estávamos indo em direção à porta principal.

- Não se preocupe com nada. Existem duas autoridades principais nesse lugar. E adivinha só! - Ele me olhou nos olhos. - Eu sou uma delas!

Sorri e continuei a acompanhá-lo. Quando passamos pela escada do dormitório masculino, Hannah ainda estava escorada no mesmo lugar, porém, agora, estava sozinha e me encarava de forma medonha. Resolvi não me importar, estava curiosa para saber o que Kian tinha para me mostrar.

- Uau! - Exclamei quando chegamos a céu aberto. - Quantas estrelas! - Rodei no mesmo lugar, olhando para o céu.

- É linda, não é? - Kian afirmou e quando o encarei, percebi que ele olhava para mim.

- O quê? - Perdi-me em seus olhos negros.

- A noite! - Ele se aproximou, ainda com os olhos presos aos meus. - A noite é linda. - Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Muito! - Foi só o que consegui dizer.

- Já está ficando tarde. Vamos! Quero te mostrar um lugar especial! - Ele tocou em meu cotovelo e o segui por uma trilha cercada de arbustos baixos que escondiam árvores majestosas por trás de sua simplicidade. Não andamos muito e de longe, consegui ver do que ele estava falando.

- Não acredito!

Havia cercas esculpidas em madeira que fechavam parcialmente a visão do lugar. Mas, mesmo assim, consegui ver a imensa piscina que havia por trás da cerca. A fumaça subia pela fria noite fazendo um caminho para o céu.

- É aquecida! - Completou, empurrando o portão de madeira.

O que Kian não sabia era que eu tinha um fascínio absoluto pela natação. Amava a sensação que ela me trazia e desde pequena praticava essa atividade.

- Amo nadar!

- Eu sei! - Kian me pegou de surpresa.

- Como pode saber?

- Histórico escolar! - Respondeu colocando as mãos para trás sem se dar conta e torcendo os lábios. - Desculpe-me! - Se apressou. - Mas preciso conhecer cada um nesse lugar. E para saber mais sobre a senhorita Digory, entrei no sistema da rede escolar da sua cidade, localizei seu perfil e vi que a atividade física escolhida em todos os anos era a natação. Achei que lhe trazendo aqui, faria se sentir melhor.

- E fez! - Respondi com um sorriso. Um sorriso verdadeiro. - Podemos entrar?

- Claro! Mesmo que você não estivesse comigo poderia entrar. Aqui não é um lugar restrito.

Adentrei pelos portões de madeira e vi como o lugar era imenso e lindo por dentro. Havia dois vestiários nos cantos direito e esquerdo da piscina. A água azul brilhava embaixo das estrelas. O lugar exalava romance em um ambiente rústico. Comecei a caminhar ao redor da piscina, sentindo que a água quente me chamava. Reparei nos vestiários e notei caixas de som espalhadas.

- Elas funcionam? - Apontei para uma delas.

- Sim! Basta conectar um Pen drive na mesa de som e "Bum"! - Ele disse fazendo um gesto de explosão e apontando para as demais caixas. - O som se espalha por todo o lugar. É incrível nadar assim.

Levantei a calça até os joelhos e tirei o tênis.

- Ótima ideia! - Kian fez o mesmo. Retirou as pesadas botas pretas e as largou em um canto.

Em segundos, estávamos sentados na beirada da piscina, apenas com os pés dentro da água.

- Você está há muito tempo aqui? - Perguntei como se não soubesse nada sobre ele.

- Aposto que já sabe de toda a minha vida! - Ele sorriu com o olhar parado na água.

- Ouvi alguns boatos. - Encarei-o, notando que em sua cintura havia o mesmo volume da última vez que o vi.

- O que foi? - Kian encontrou meu olhar apreensivo em sua direção. - Ah! É isso? - Ele colocou a mão sobre o volume. - Quer ver? - Meu silêncio temeroso respondeu à pergunta. - Caso não queira, não tem problema.

- Por que eu não gostaria de ver? - Perguntei ainda apreensiva, mas me esforçando para confiar em Kian.

- Você ficaria impressionada em saber quantas pessoas nesse lugar entram em colapso só de pensar que estão vendo uma arma. É incrível, visto que na maioria das vezes os seus pais andam armados o tempo todo.

- Eu não tenho medo. - Menti. - Quero ver! - Com relutância, Kian levantou o blazer do terno e sacou uma arma preta das costas. Senti um frio na barriga.

- É uma H&K USP, 9 mm da Alemanha, geralmente usada por brigadas de operações especiais. Muito boa, está comigo há algum tempo.

Ele falava e eu não entendia praticamente nada. Meus olhos estavam focados na arma preta em suas mãos.

- O que foi?

- Não tem perigo de disparar? Tipo, disparar e me matar? - Perguntei nervosa e Kian sorriu.

Eu não entendia nada sobre armas e meus pais evitavam ao máximo que eu tivesse algum contato com elas. E para ser sincera, eu nunca havia pegado em uma arma ou feito questão daquilo.

- Kim, eu trabalho com armas desde que me entendo por gente e sou especialista há sete anos na Área Militar. Nunca machucaria você.

Tentei manter a tranquilidade.

- Melhor guardar isso. - Ele olhou em meus olhos.

- Vou me acostumar. Só preciso de tempo. - Bati o pé na água, espirrando algumas gotas em seu terno. - Desculpe! - Passei a mão em seu peito, enxugando as gotas que haviam caído sobre ele.

- Não se preocupe. - Kian segurou a minha mão contra seu peito e algo em seus olhos mudaram. - Eu não entendo você!

- Por que diz isso? - Pude sentir seu coração batendo, provavelmente no mesmo compasso que o meu.

- Você é diferente. Age como se não se importasse com quem está ao seu redor.

Abri a boca para falar, mas ele continuou.

- Se você está bem, está bem. Se não está, que se dane o mundo! - Sorri com sua ousada descrição. - Ainda não sei explicar direito, mesmo que tenha tentado, não consegui analisar seu perfil. - Sua voz diminuiu em um leve sussurro. - Mas, para o bem ou para o mal, você chama muita atenção.

Senti meu rosto corar com a observação, então ele soltou minha mão.

- Por que vocês foram me buscar? - Questionei.

- Seus pais foram muito importantes para nós. Sem eles, a Área não seria o que é hoje. Contarei essa história, outro dia. Nunca fomos buscar ninguém, mas, no seu caso, o Primeiro fazia questão.

O Primeiro? Fiquei surpresa. Meus pais realmente deviam significar algo para ele. Ficamos em silêncio por alguns instantes e acabei sorrindo de vergonha.

Ele se levantou e me ajudou a fazer o mesmo. Voltamos o caminho envoltos em um silêncio leve. Deixando que os sons da noite falassem por nós dois. Não ousamos quebrar aquela sensação até que chegamos na entrada principal.

- Quer que eu entre sozinha? Não sei se quer ser visto chegando há essa hora ao lado da novata.

- Não permitiria que entrasse sozinha. Você saiu comigo e vou lhe deixar na porta do seu quarto. É mais seguro.

Entramos no prédio e passamos pelo hall principal, seguindo em direção às escadas. Não havia ninguém por ali, deixando-me mais aliviada.

- Chegamos! - Kian colocou a mão ao lado da porta do meu novo quarto.

- Chegamos! - Conclui.

- Boa noite. - Kian se aproximou.

Pude sentir sua respiração forte quando depositou um beijo rápido em meu rosto. Fechei os olhos com a sensação do toque de seus lábios.

- Desculpe-me! - Ele se afastou. Apressei-me em dizer que não havia problemas, porém ele interrompeu. - Não é costume nos despedirmos assim!

- Neste caso, acostume-se! - Lutei para que as palavras saíssem.

- Até logo, Kim! - Kian se afastou de mim, mantendo um belo sorriso estampado no rosto. Meneou uma saudação e partiu.

- Boa noite, comandante! - Refleti sobre aquelas palavras.

Alguns dias antes, vivia minha vida como qualquer outra garota. Conversava praticamente vinte e quatro horas por dia com Olivia, uma jovem comum, assim como eu. Minha melhor amiga e parceira de crimes como assaltos noturnos à geladeira. Hoje, tinha como amigo um dos maiores comandantes do lugar. Kian Ross. Que loucura!

Fechei a porta, me escorando nela por dentro. Meu coração estava acelerado e por incrível que parecesse, eu me sentia melhor do que havia acordado naquela manhã. Estar ao lado de Kian me fazia bem e eu desejava mais daquilo.

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