- Oi.
Desviei o olhar da minha imagem cansada e encarei Quinton no batente da porta, me encarando.
- Oi.
- Você deveria começar a trancar a porta, sabia? - solto uma risada fraca e olho pra baixo, sentindo meus ombros pesarem - o que aconteceu?
- Acho que a ida da minha mãe gatilhou o meu medo de ficar sozinha - dei de ombros - mas eu já estou acostumada.
- Não deveria - ele se aproximou e eu o olhei confusa - ninguém deveria se acostumar a se sentir sozinho quando vive num mundo tão cheio.
- Acho que é inevitável - sua cabeça negou levemente e ele esticou as mãos para eu me levantar, quando me pus de pé ele passou as mãos pela minha cintura e me abraçou. Tão apertado. Eu me senti em casa.
- Vem, vou fazer algo pra gente comer - ele tentou sair do aperto mas eu não quis solta-lo - tudo bem, a gente pede pizza então.
Fomos agarrados até minha cama e nos deitamos, ficamos conversando sobre a vida, nossos medos, nossos sonhos e em momento algum ele deixou de estar ao meu lado, o que me fez pensar no que eu sentia por esse garoto. Eu odiava o fato de não me sentir a primeira na sua vida, mas amava o fato de que quando ele estava comigo eu não me sentia sua segunda opção.
Eu não era sua segunda opção.
E a todo momento ele falava algo pra aumentar minha autoestima, o que me fazia sorrir e lhe dar alguns selinhos. Eu jamais me imaginaria numa situação como essa, deitada com o cara por quem estou apaixonada, conversando e trocando carícias. Eu amava isso, eu amava ele.
Droga, eu AMO ele.
Arregalei meus olhos ao de dar conta dos meus sentimentos, mas que merda, quando isso tinha acontecido? Eu não podia, não podia amar ele, porque eu sabia que ele ia quebrar meu coração, e doeria muito mais agora que eu o amo, uma coisa é paixão, outra completamente diferente é amor.
- Tá tudo bem? De repente você ficou séria e começou a me olhar estranho - balancei a cabeça espantando os pensamentos "amorosos" que eu tinha iniciado sem querer e o encarei, suspirando logo em seguida.
- Eu só tô com fome mesmo - ele me olhou com o cenho franzido mas não fez nenhuma pergunta, somente pegou o celular e disse que ia pedir uma pizza.
•
A pizza havia chegado e nós estávamos comendo enquanto assistíamos um programa qualquer na televisão, na verdade, eu estava bem mais concentrada admirando Quinton do que qualquer outra coisa.
Seu celular começou a tocar mas ele recusou sem olhar quem era, o que me fez sorrir discretamente e desviar o olhar pra televisão novamente, mas aí seu celular começou a tocar de novo, e de novo, e eu já estava começando a me irritar.
- Não vai atender? - ele engoliu em seco e desviou o olhar do meu.
- É a Cynthia - fechei os olhos pra disfarçar minha raiva e praguejei baixinho.
- Atende, pode ser importante - então peguei a caixa de pizza quase vazia e levei pro balcão da cozinha, me apoiei no mesmo e respirei fundo por alguns minutos, tentando controlar aquele sentimento de dentro de mim. Quando voltei pra sala encontrei um Quinton se arrumando e calçando o sapato, franzi o cenho e o encarei confusa.
- O que você tá fazendo?
- Desculpe Lisa, mas Cynthia precisa de mim - e com isso saiu correndo com as chaves do carro na mão, sem me deixar nem reclamar.
Soltei um grito de raiva e encarei a sala toda bagunçada e impregnada com seu cheiro, respirei fundo e vasculhei algo pra fazer na minha mente. E então me dei conta de uma coisa.
Megan.
Eu havia me esquecido da investigação, e esse momento era perfeito, olhei o horário no celular, 5:48 p.m.
Vasculhei os perfis pelo celular novamente, duas Megans são daqui, uma de Texas e outra de Las Vegas. Eu realmente teria que invadir a escola.
Messages on.
Me: preciso da sua ajuda, me encontra em 10 minutos na frente da escola.
Messages off.
Ele saberia o que fazer.
12 minutos, cadê esse vagabundo?
- Oi cerejinha, senti sua falta, desde o dia do bar você nem falou comigo, do que você precisa? - após me abraçar e me cumprimentar com um beijo na bochecha, ele se escorou no muro da escola e cruzou os braços me encarando.
- Preciso que você destranque a porta, fazendo aquele lance com o clipe de papel - ele arqueou a sobrancelha e sorriu sacana.
- E eu ganho o que em troca?
- Minha eterna gratidão? - mordo o lábio inferior e reprimi uma gargalhada, eu sabia que Jack G não me pediria nada que eu não pudesse fazer.
- Eu quero o número daquela sua amiga ruivinha - ele sorriu de ladino e eu o encarei surpresa.
- Então quer dizer que você tá a fim da minha amiga? Poxa Jack, achei que você nunca ia superar a Beer - Ele revirou os olhos e me olhou com uma careta.
- Você ainda tá nessa? Já faz anos Lisa, se atualiza por favor - dei de ombros e segurei sua mão o levando até a porta dos fundos do colégio, claro que eu não iria entrar pela frente, só que eu quisesse ser pega pelas câmeras.
- Tem câmeras dentro da escola também sabia? - Jack estava abaixado com um clipe enfiado na fechadura, mexendo de um jeito que eu nunca aprenderia, quando de repente eu ouvi um click e a porta se abriu, sorri radiante pra ele e dei alguns pulinhos.
- Pode ficar tranquilo que isso eu já resolvi - entrei na escola rapidamente com Jack atrás de mim, tentei lembrar o trajeto que foi me falado e me escondi no armário do zelador até dar o horário que tínhamos combinado.
- O que a gente tá fazendo aqui dentro Lisa? - Jack resmungou enquanto procurava o interruptor, revirei os olhos e puxei a cordinha que fica ao lado da lâmpada.
- Estamos esperando uma pessoa - me escorei na parede e então lembranças invadiram minha mente, eu, Quinton e essa sala. Balancei a cabeça tentando afastar esses pensamentos, preciso me concentrar.
- Esperando quem? - ele semicerrou os olhos pra mim e eu sorri maliciosamente.
- Você vai amar quando descobrir.
// Oi morehs
Era pra eu ter atualizado antes, mas as minhas secretárias ( lê e Manu) são incompetentes e esqueceram de me lembrar, eu sei, é tão difícil ser eu. (Alerga de ironia)
De qualquer forma, aqui está o cap novinho em folha.
Espero que gostem.
Beijos!