Melodia do Amor

By mariliaestevao

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Seis amigos, adolescentes, enfrentando as situações da vida pela primeira vez. Romance, festas, decepções, co... More

Apresentação
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo

Capítulo 32

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By mariliaestevao

Meses depois...

No inicio conversar com o Edu era um pouco perturbador, sempre tinha uma expectativa, um medo do que falar, de como agir, como me comportar, até porque nós dois sabemos que nossa amizade vivia a sombra dos acontecimentos de antes, porque até agora nunca conversamos sobre nada relacionado a sentimentos, ele tem respeitado bem as condições que expliquei. Claro que com as consultas e os meus passos da tal lista acontecendo, nós conversávamos sobre quanto tempo, sobre como eu me sentia e algumas vezes a minha ansiedade me fazia querer ligar pra ele às duas da manhã e dizer que não iria mais seguir lista nenhuma, mas dois segundos depois me lembrava de tudo que passei por agir sem pensar nas consequências.

Eu sei que pode parecer exagerado, afinal eu sou tão nova, tenho tantas coisas pra viver ainda e fico me privando, evitando, fugindo. O problema é que tenho medo, de perder o controle de novo e ter recaída, medo de ser dominada pela insegurança e estragar tudo. Medo de decepcionar e ser decepcionada e eu tenho certeza, se eu me quebrar agora, não terei forças pra me reconstruir de novo, então prefiro ter a certeza de que estou "curada" para poder me jogar sem medo nesse sentimento que não consigo sequer falar o nome certo, "amor".

Por outro lado, toda essa cautela nos fez construir uma nova amizade, claro que com muitas coisas de antes, mas descobrimos novas coisas, além de musica agora falamos sobre as minhas sessões de terapia e reuniões do grupo de apoio, sobre livros, assim como também criamos um novo grupo no WhatsApp, Lucas e Fábio deram a ideia, mas eu só aceitei se pudesse colocar Alice também, afinal ela é minha amiga agora e do Fábio também, pelo menos é o que eles nos mostram, mas quem sou eu pra exigir alguma coisa deles.

Edu agora nos usa como controle de qualidade para seus vídeos no Youtube, sempre mostrando o conteúdo que gravou antes de postar, na maioria das vezes nós apenas concordamos que está muito bom, mas teve dias em que fizemos ele regravar por conta de iluminação ruim e ele fez sem reclamar. Lucas está voltando a ser como antes, brincando com todos e nos divertindo com suas insinuações e ideias mirabolantes sobre festas, mas como estamos na semana de provas finais, resolvemos deixar as festas pra depois, inclusive por conta do meu tratamento que está entrando em fase de transição.

Mauri quer tirar meus remédios e saber como vou reagir, se já posso ficar sem eles, mas confesso que ainda me sinto insegura. Fábio e Alice estão apoiando a decisão do meu médico e se dispuseram a me ajudar na adaptação. Minha mãe por outro lado, acha cedo demais, afinal são só quatro meses de tratamento, para ela o ideal seria um ano, mas Mauri insiste que tenho evoluído bem nos meus tópicos e me deu até um bônus por ter concluído um deles por inteiro.

*Babi: distanciamento, perdão. (concluído com sucesso!).

Fiquei uma semana de folga das sessões de terapia e do grupo de apoio, mas claro, com a condição de me exercitar e fazer algo produtivo nos horários que ficariam vagos. E eu fiz, chamei Alice para uma volta de bicicleta no parque, depois tomamos sorvete e viemos pra casa revisar a matéria da prova final do semestre.

Durante esse passeio de bicicleta Alice teve uma ideia incrível e temos trabalhado nela em segredo já tem algumas semanas, mas não vejo a hora de contar aos meninos, acredito que eles vão ficar animados como nós. É que numa conversa nossa depois da aula, surgiu a questão da festa de formatura, que segundo o grêmio estudantil, terá inspiração nos eventos de música eletrônica, como Rock in Rio, Lollapalooza e etc. Então Fábio brincou que o Edu poderia ser o artista convidado para abrir o show de alguma banda famosa e nós até rimos muito disso e fizemos piadas e memes com fotos dele criando pôsteres para anunciar o evento.

O que eu e a Alice estamos fazendo é divulgar o trabalho do Edu em paginas e perfis relacionados a músicas e novos talentos, criei um perfil fake pra que ele não desconfie e compartilho todos os vídeos dele nessas páginas pelo menos uma vez por dia, quando não posso fazer porque estou perto dele, é Alice quem faz, assim ele realmente não vai desconfiar.

O canal do Youtube e as redes sociais do Edu tem crescido desde então, muitas pessoas elogiando as músicas e pedindo novas composições, outros pedem pra que ele faça covers de outras bandas e ele está cada vez mais feliz e confiante. Dias atrás ele me ligou de madrugada muito agitado porque um de seus vídeos tinha batido 100 mil visualizações e tive que me conter pra não revelar o quanto eu compartilhei aquele vídeo naquela semana, mas fiquei muito feliz de poder fazer parte dessa conquista.

— Roberta! – ouço a voz de Babi me chamar e congelo no lugar.

Alice está do meu lado e me olha com espanto, desde aquela situação em que pedi desculpas a ela nunca mais conversamos, ela me evita na escola e praticamente não conversa durante as aulas, parece até que ela nem está na escola mais.

— Babi, tudo bem? – pergunto por educação.

— Sim, podemos conversar, prometo que não vai demorar. – ela parece diferente.

— Claro.

— Vou levar nossos livros até a biblioteca. – Alice pega meu livro e sai pelo corredor.

Como estamos nas ultimas semanas de aula, temos algumas aulas vagas já que as matérias foram encerradas e os professores liberaram esse tempo para nos prepararmos para as duas ultimas provas que acontecem amanhã. Alice e eu estamos estudando na biblioteca, enquanto os meninos preferem um canto afastado na cantina e no final do dia nos encontramos no estacionamento para irmos embora de carona com o Edu que agora pode dirigir sem medo já que passou pelo período de CNH provisória.

— Sei que parece estranho te procurar pra conversar só agora, mas acho importante colocar um ponto final definitivo em tudo que aconteceu nesse ano, ainda mais agora.

— O que tem agora?

— Estou me mudando para Portugal com meus pais.

— Você vai morar na Europa, que legal.

— É, meus tios indicaram uma faculdade legal e meus pais aceitaram. Devo viajar assim que concluir as provas.

— Você não vai ficar para a festa de formatura?

— Não, meu prazo para inscrição na faculdade é apertado, tem adaptação, mudança, enfim, não vou ter tempo.

— É uma pena, a festa parece que vai ser incrível.

— É, vai sim. Mas enfim, o que queria dizer é que sinto muito por tudo.

— Sente?!... Quer dizer, tudo bem. – tento disfarçar o meu espanto.

— Eu sei, fiz muita coisa errada e te prejudiquei demais, aquele dia que você teve uma crise na sala de aula foi assustador e saber que tenho culpa nisso me deixou aterrorizada.

— Não se preocupe, estou me tratando e já estou bem melhor.

— Ainda bem.

— Eu também tenho muita culpa por tudo que estou passando, afinal só nos afetamos por aquilo que permitimos.

— Espero do fundo do coração que você fique bem.

— Também te desejo tudo de bom Babi e boa sorte na Europa. – sorrio.

— Obrigado. – ela sorri de volta e sai andando.

Alice está me esperando na biblioteca e me encara preocupada quando entro em silencio e sento ao seu lado, então respiro fundo e pego o meu livro pra começar a estudar, mas ela o tira da minha mão rápido e me encara com os olhos serrados.

— Não se atreva a fazer segredo sobre o que aquela cobra te disse. – seu tom é baixo por estarmos na biblioteca e ter várias pessoas em volta, mas sei que a sua vontade é de expressar toda a sua indignação com tom de voz e gestos.

— Ela veio se despedir, vai pra Portugal assim que terminar as provas.

— Graças a Deus, que vá e não volte.

— Ela me pediu desculpas.

— O QUE?! – ela fala bem mais alto e assusta a maioria das pessoas ao redor.

— Disse que sente muito por tudo que me causou e que minha crise de ansiedade a deixou aterrorizada, ainda mais sabendo que ela era uma das causadoras.

— Amiga, avisa o Edu pra vir de bote porque hoje essa cidade inunda. A Babi pedindo perdão, se sentindo culpada e sendo doce?! Certeza que o diluvio vem.

— Alice! – tento conter o riso. — Ela parecia diferente.

— Que vá ser diferente longe daqui e toda paz e luz pra ela.

— Isso. – concordo rindo. — Agora vamos focar nos livros porque a prova é amanhã.

— E que a santa Babi nos ajude.

— Para! – pego meu livro e escondo o rosto que está quase roxo na tentativa de segurar o riso.

São quase oito da noite e estou sentada na sala com meus pais vendo TV quando meu celular começa a tocar, então o pego e vejo que é Edu, por isso saio da sala e vou até a varanda pra poder conversar com ele melhor.

— Oi.

— Adivinha?!

— Não sei, mais um vídeo teve recorde de views?!

— Quase tão bom quanto.

— Fala logo!

— O pessoal do grêmio me ligou, querem que eu cante na formatura.

— Meu Deus! Que incrível! Parabéns Edu.

— Acho que estou ficando nervoso. Roberta, vou cantar pra escola inteira, nossos pais, professores. Não sei se consigo.

— Edu, você canta pra mais de 100 mil pessoas, qual o problema?!

— Não, eu canto dentro do meu estúdio e as pessoas assistem um vídeo editado, com qualidade de gravação, não é ao vivo.

— Relaxa, você vai se sair bem. E se não for, não importa, é nosso ultimo dia naquela escola, no ano seguinte ninguém mais lembra.

— Ah, me ajudou muito, obrigado. – consigo o ver revirando o olho só pelo tom de voz.

— Tive uma ideia. Já que você tem três dias pra ensaiar, então a gente se reúne você canta e nós ajudamos a escolher as músicas, assim você fica mais seguro.

— Pode ser aqui em casa, no estúdio já tem todos os equipamentos, até porque você nunca mais veio aqui.

— Tudo bem, faça o anuncio e o convite lá no grupo, aproveita e usa uma das imagens que fizemos, vai ser mais legal.

— Engraçadinha. – ele responde e desliga.

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