Thanks, Kal

By Alelubets

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*CONCLUÍDA* Amber, executiva do Vale do Silício, deixa o paraíso da tecnologia na Califórnia para abrir seu c... More

Capítulo 1 - Good vibes
Capítulo 2 - Brincando com fogo
Capítulo 3 - Amigos?
Capítulo 4 - Pleasure delayer
Capítulo 5 - Homem de aço
Capítulo 7 - Bendito sorvete
Capítulo 8 - Such a tease (18+)
Capítulo 9 - Tantas perguntas...
Capítulo 10 - Diante do espelho (18+)
Capítulo 11 - Como uma rainha
Capítulo 12 - Feito com carinho
Capítulo 13 - Tiramisù (18+)
Capítulo 14 - Outro nível
Capítulo 15 - Damas primeiro (18+)
Capítulo 16 - The one
Capítulo 17 - Press tour
Capítulo 18 - Algo novo (18+)
Capítulo 19 - Nosso lugar
Capítulo 20 - Red carpet
Capítulo 21 - Ficção x realidade
Capítulo 22 - Precisamos conversar
Capítulo 23 - Coração Gelado
Capítulo 24 - Paris (+18)
Capítulo 25 - Compromissos
Capítulo 26 - Meu calcanhar de Aquiles
Capítulo 27 - Surpresa!
Capítulo 28 - Mykonos (parte 1)
Capítulo 29 - Mykonos (parte 2)
Capítulo 30 - Café, trabalho e Jimmy Kimmel
Capítulo 31 - #tbt
Capítulo 32 - Contra o tempo
Capítulo 33 - Seguindo em frente
Capítulo 34 - Café, pizza e rock'n'roll
Capítulo 35 - Quem é esse cara?
Capítulo 36 - Se beber, não beije
Capítulo 37 - Ele me beijou
Capítulo 38 - Assumindo riscos
Capítulo 39 - O que nós somos agora?
Capítulo 40 - This is us
Capítulo 41 - Perigosamente melhor
Capítulo 42 - Vinho, fogo e Al Green
Capítulo 43 - Fish and chips
Capítulo 44 - Segunda temporada
Depoimentos TK

Capítulo 6 - Knights of Honor

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By Alelubets

Moscou, Rússia

Henry

- Encerramos por hoje, pessoal! Descansem e amanhã continuaremos as cenas 45 e 52. - disse o diretor da nova série que estou filmando.

Estão sendo semanas bem intensas, pois o diretor decidiu gravar todas as sequências de luta no início para saber se será preciso editá-las ou refazê-las. Chuck é perfeccionista e esse é o segredo de estarmos conseguindo produzir uma série de qualidade e conteúdo denso chamada Knights of Honor.

Sinto que finalmente estou trabalhando em um papel significativo e com muitas camadas. Não apenas por ser o protagonista, mas por todas as nuances que o personagem exige e, independente de como a série será recebida pela audiência, já me sinto realizado em fazer parte de um projeto desta magnitude.

A produção me ajuda a limpar a lama resultante da última cena e consigo me trocar no camarim. Era improvisado por estarmos no meio do nada, em um vilarejo afastado do centro de Moscou. Depois de organizarem o set, partimos para um pequeno hotel, no lugar mais próximo que a equipe encontrou perto da locação.

Sinto-me fisicamente desgastado e a primeira coisa que faço ao chegar no quarto é tomar um banho demorado, pois depois de um dia inteiro literalmente mergulhando na lama, um banho breve não seria eficaz. Ao me ensaboar, vejo novos arranhões e marcas roxas, resultado da dispensa de dublês. O sabão arde nos novos cortes, principalmente o do abdome. Chuck ainda pega no meu pé por causa disso e alega que estou me arriscando demais, porém acho que faz parte da imersão do personagem, e deixando a modéstia de lado, sou fisicamente preparado para as cenas. Ao sair do banho, passo a pomada que a produtora me deu para os possíveis hematomas.

Mesmo com todo o cansaço, depois do banho quente, não consigo dormir. O fato de não conseguir falar com a Amber desde que cheguei me incomoda. Não prometemos nada um para o outro, mas eu disse que entraria em contato e não tive sucesso em nenhuma das vezes que tentei. Não tenho sinal no celular e a diferença de três horas de Moscou para Londres não ajuda muito, principalmente com as gravações terminando tarde. Desde que cheguei tenho pensado muito na Amber e na nossa relação. Não que pudéssemos dar esse nome. A verdade é que nessa altura do campeonato, eu já não tenho certeza das coisas que até pouco tempo eram muito claras para mim.

Eu não esperava conhecer alguém como a Amber nesse momento em que estou completamente focado no trabalho, logo quando as coisas finalmente começam a acontecer para mim da maneira para a qual me preparei. Confesso que seu jeito desenvolto e livre me cativou desde nosso inesperado primeiro encontro, sem mencionar sua beleza estonteante e, ao mesmo tempo, despretensiosa. O que mais me atrai na Amber é que ela não tenta ser, simplesmente é e pronto. Mesmo me sentindo muito atraído por ela, achei que poderíamos manter as coisas mais simples, devagar, sem grandes riscos, mas todas as minhas certezas com ela viram dúvidas. Simplesmente não consigo ficar longe, e não é algo que eu tenha tentado, honestamente. Porque não é o que eu quero.

Mais uma manhã abastecida com bastante café para compensar as poucas horas de sono. Preciso chegar cedo ao set para fazer cabelo e maquiagem, reconstituir cortes e marcas de luta, além daqueles hematomas que naturalmente adquiri nas gravações. Antes disso, tento mais uma vez falar com Amber, em um horário diferente para ver se tenho sorte.

- Alô! - ela responde.

E com essa simples palavra me faz sorrir instantaneamente.

- Amber, oi! - espero que diga algo mais, mas faz silêncio do outro lado da linha - É o Henry.

- Oi Henry, eu sei. Ninguém pronuncia meu nome como você...

Ela ri e eu, sem perceber, abro um sorriso ainda maior, se é que é possível. O que esta mulher faz comigo?

- Fiquei surpresa, não esperava sua ligação. - disse.

- As coisas estão intensas por aqui, mas eu disse que entraria em contato e... Bem, é o que estou fazendo agora. - solto um riso nervoso.

- Vejo que Vossa Majestade é um homem de palavra... mesmo que tenha me acordado às 4h da manhã. - e só então me dou conta do fuso.

- Maldito fuso horário! Eu esqueci completamente. Me perdoe.

- Ei, não estou reclamando não. Só tirando uma com você, mas por telefone não tem a mesma graça.

- Ok. Eu realmente fiquei sem jeito agora. Desculpe.

Dou risadas com ela no telefone e em seguida o silêncio se repete. Queria dizer muita coisa, mas fiquei apenas ouvindo sua respiração.

- Amber?

- Sim?

- É muito bom ouvir sua voz... - e mais uma vez ficamos quietos e aquilo significava muita coisa.

Kate bate na porta para avisar que era hora de ir, então encerro a conversa avisando que na semana seguinte vamos mudar as filmagens para a Alemanha e, com sorte, o contato será mais fácil por ter internet. Não posso negar que o fato de ter conversado com Amber me fez dimensionar o quanto estou sentindo sua falta. Não queria desligar, e mais, queria estar com ela. Agora.

Não conversamos sobre o beijo antes da viagem. Queria ter conversado, mas não sei o que poderia dizer, porque ainda não entendo como me sinto em relação a tudo isso. Sei que a quero por perto, mas também sei que não é suficiente e que há muitas questões envolvidas. Em outra oportunidade podemos falar sobre isso, de preferência em um momento onde eu me sinta mais seguro.

Agora preciso focar nas próximas cenas, que serão desafiadoras física e mentalmente. Meu personagem terá grandes reviravoltas na trama e preciso estar preparado para dar vida às suas emoções.

***

Terminadas as filmagens em Moscou, toda a equipe se dirige para a Alemanha, onde serão gravadas as cenas dos últimos episódios e algumas dos episódios anteriores que tinham locação diferente. Não me considero vidrado em tecnologia e não fico grudado ao celular, muito menos às redes sociais, mas ter sinal naquele momento era um alívio, pelas notícias e pela rapidez no contato com as pessoas. A primeira coisa que fiz foi mandar mensagem para a Sr.ª Jones, que cuida da minha casa, ajuda a cuidar do Kal e de mim também, admito. Pergunto como estão as coisas e logo ela me envia uma foto dele brincando com sua bolinha preferida. Só consigo viajar sossegado porque sei que ela cuida do meu amigão tão bem quanto eu. Queria muito ter trazido Kal comigo, mas dessa vez não foi possível.

Troquei algumas mensagens com Amber também e combinamos de fazer uma chamada de vídeo depois que eu terminasse as filmagens do dia.

Cheguei no hotel um pouco depois do horário combinado, só dando tempo de tomar um banho rápido e caçar algo limpo para vestir. Queria muito vê-la, ainda que fosse pela tela de um notebook.

Eu devia aparentar mesmo estar cansado, pois foi uma das primeiras perguntas que me fez. Sentia-me exausto, e se fosse com qualquer outra pessoa, eu teria ligado outra hora, mas não podia esperar para falar com ela. Uma parte curiosa foi ela dizer que assistiu a um dos meus filmes, e pela sua expressão, na hora eu soube a qual deles estava se referindo. Já começo a identificar quando a malícia adentra os pensamentos de Amber, e mesmo com todo o processo de ter tentado manter distância, não posso evitar. Ela tem o poder de me excitar sem falar nada, apenas me olhando daquele jeito.

Sinto o rosto corar no mesmo instante. Aquela cena tinha sido difícil e mesmo se tratando de um personagem, eu estava completamente exposto, fisicamente falando. Então é incômodo falar e saber que ela assistiu, e ainda mais complicado observar o desejo em seus olhos e não poder retribuir, estando tão longe. Não consigo lembrar de alguém que tenha mexido tanto comigo. Simplesmente, esqueço tudo à minha volta.

Mesmo mudando de assunto, o clima fica diferente e tentamos fingir que não está acontecendo nada. Amber acaba se sujando e derramando sorvete na blusa e noto que a área que ela tenta limpar fica um pouco transparente. Ela só pode estar de brincadeira comigo em me provocar dessa maneira, e nem foi de propósito. Por um instante, ela sai da frente da tela para se limpar e eu respiro fundo, passando a mão no rosto e no cabelo. Certamente estou precisando de outro banho. Gelado.

Percebo o quanto estou sendo estúpido ao me esforçar para não demonstrar o quanto ela me atrai. É uma energia excessiva e inútil. É claro que eu a quero, e estou cansado de fingir que não. E nesse momento, decido me libertar das amarras que eu mesmo me impus.

- Eu faria questão de limpar se estivesse aí. - comento com objetivo de encerraro assunto sobre a série.

Quero falar de nós, e o que eu seria capaz de fazer caso estivéssemos juntos.

- Por que você faz isso, Henry? - Amber não esconde a surpresa.

Sei que ela não está acostumada comigo sendo, digamos, mais direto em relação a nós dois. Quero que ela saiba o quanto mexe comigo.

- Só estou dizendo, não disse como. - sorrio enquanto tento parecer despreocupado.

- E como seria isso? - Amber questiona.

Ela quer que eu fale mais. Sinto meu rosto esquentar, mas não volto atrás. Não agora.

- Com um beijo. Sem nenhuma pressa. - ouso responder.

Diria mais coisas que gostaria de fazer quando a encontrasse, mas prefiro surpreender ao invés de prometer.

- Isso é bem a sua cara! - ela diz.

Seu comentário me faz rir. Entendi, Amber. Sou o cara que vai devagar. Essa cautela não vai se estender por muito tempo.

Antes de nos despedirmos, digo que quero voltar logo para casa. Trocamos mais algumas palavras e encerramos a conversa. Tenho um sorriso bobo no rosto e ao mesmo tempo ainda sinto latejar uma parte muito específica do meu corpo pelo que vi. Respiro fundo mais uma vez e vou para o chuveiro de novo, com intenção de sair só quando conseguir pensar nela sem ficar excitado. O que demora bastante tempo, pois tudo o que eu consigo pensar é no nosso beijo no táxi e todas as sensações que ela me faz experimentar.

Nas semanas que estive longe, apesar de ter estado bem imerso no trabalho, pude refletir sobre o que realmente quero. Decido parar de me esquivar e encarar o que realmente está acontecendo: quando consegui falar com Amber de alguma forma, me senti animado, me senti feliz. Isso só serviu para esclarecer o quanto gosto de sua companhia, mesmo que à distância. Dane-se aquela história de amigos primeiro! Meu desejo por ela não permite mais sustentar tal mentira.

Assim que as cenas terminam e sou dispensado, dou um jeito de voar logo de volta. Dispenso todas as desculpas que criei, consciente e disposto a me aventurar em conhecê-la melhor, e o mais importante, permitir que me conheça também.

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