O Azul do Meu Passado

By VicctoriaSilva

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Cada vez que acorda no meio da noite, Alberto vê o amor de sua vida ao seu lado. Daniel é lindo enquanto dorm... More

PRÓLOGO
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Onze
Doze
Treze
Quatorze
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e quatro
Vinte e cinco
Capítulo vinte e seis
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS

Dez

87 20 53
By VicctoriaSilva

Tudo o que queria agora era um abraço transbordando o amor da minha vó. Mas o máximo que tenho a minha disposição é outra xícara de café requentado e um chocolate que comprei de um ambulante outro dia no ônibus.

Passei a noite entre goles de café, mordidas de chocolate hidrogenado e flashs daquele domingo. Lembrei o quanto ardeu para lavar o meu cotovelo machucado e revisitei o sabor da macarronada da vovó inúmeras vezes. Lembrei do olhar ameaçador que aquele homem parado no portão tinha ao me encarar. Até o cheiro de uma árvore que ficava na calçada da casa da esquina me veio à memória. Às vezes a vó Beth pegava algumas folhas dessa árvore para rezar na minha cabeça, segundo ela fazia bem para o olho gordo. Eu adorava, pois ela batia as folhas na minha cabeça e parecia cafuné. Eu sempre dormia depois e ela dizia que era resultado da oração.

*

Assim que viu meu braço sangrando por conta da "queda de bicicleta", vovó me fez prometer que ia pedalar mais devagar das próximas vezes e pegou a caixinha de primeiros socorros. Primeiro lavou o lugar machucado, em seguida passou Merthiolate e me fez acreditar que não ardia. Mas a verdade é que aquilo ardia horrores. E então nós almoçamos macarronada, meu prato preferido da vida. Repeti duas vezes e levei uma bronca, mas já estava acostumado a ser advertido nos almoços de domingo. Depois da sobremesa, ajudei a tirar a mesa e sequei a louça, como era de costume. Então fui brincar no quintal enquanto vovó escolhia o filme que iriamos assistir. Foi nesse momento que percebi algo errado com a minha bicicleta: os pneus estavam rasgados.

Aquela foi a primeira vez que eu senti ódio de alguém. Não bastasse esconder a minha bicicleta, me falar que eu não deveria existir (sabe-se Deus por qual motivo) e machucar o meu braço aquele desgraçado ainda tinha estragado o meu brinquedo preferido. Era óbvio que vovó não teria o dinheiro necessário para um pneu novo. Por isso eu decidi que ia me vingar.

Foi assim que eu quase matei o pai do Daniel e fiz minha vó se mudar da casa que construiu no decorrer de anos com o meu avó. 

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