Quinze

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Tudo começou quando vovó ia me levar à escola naquela manhã. Estava sol e eu pedi algumas moedas para comprar um picolé no intervalo. Ela me deu e nós saímos em seguida. Passamos pela calçada da casa de Osmar e, como de costume, eu não olhei lá para dentro. Diferente dos outros dias, descobri que ele estava em sua cadeira de rodas no quintal. Tão logo pisamos na calçada recebemos um jato d'água em nossa direção. Ele disse que estava ajudando a esposa a limpar o portão. Vovó não comprou a história e retrucou dizendo que ele era um homem mal amado.

Ele gritou com vovó.

Falou que ela deveria medir as palavras. Que ele poderia me tirar dela em um segundo, bastava fazer uma ligação e nós nunca mais nos veríamos.

Voltamos para casa e ela reclamou que estava com tontura. Vomitou logo em seguida. Mesmo assim trocamos de roupa e ela me levou para a escola. No caminho, menos de 5 minutos andando, vovó reclamou de tontura e falou que a perna esquerda estava formigando. Ela encostou no muro de uma casa e sentou. Eu pedi socorro, já chorando de desespero.

O Azul do Meu PassadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora