- Mamãe eu quelo ir embola. - um garotinho agarrado a bufante saia rosa claro de sua mãe choraminga.
- Calma meu anjinho. - a garota deve ter menos de 20 anos, sua roupa e cabelo a assemelham a uma garota do século dezenove. Ela tem os cabelos louros presos em um coque com algumas mechas encaracoladas soltas sobre os ombros. Ela usa um corpete tão apertado que parece difícil de respirar.
- Mamãe cadê o papai? - ele pergunta enquanto levanta os bracinhos para ela o segurar.
- Já irá voltar. - ela o puxa do chão e recebe de volta um abraço entorno do pescoço. Ver eles assim me fez sentir algo novo. Eu quero isso.
Quero uma criança me chamando de mamãe e perguntando coisas de criança. Quero minha própria família, quero minhas próprias crianças. E já sei quem será o pai delas. Esse homem tão perfeito que hoje tenho a honra de chamar de noivo e em breve chamarei de marido. Volto meu olhar aos dele e percebo que sou totalmente apaixonada por esse homem.
Seu olhar corre por todos os lados do salão preocupado com cada pessoa que aqui está. Esquecendo até mesmo de si próprio, se colocando no lugar de cada pessoa. Sem que ele entenda nada o abraço de lado e bem apertado.
- Já disse que te amo? - olho para ele ainda abraçada e o mesmo sorri bobo sem entender meu ato espontâneo.
- Pode dizer quantas vezes quiser, mas sempre terá o mesmo efeito como o da primeira vez. - seus braços me envolvem também e me puxam para mais perto. - Te amo minha futura esposa. - sorrio abertamente.
- Com Licença - uma moça vestida com a roupa igual a dos demais empregados surge do nosso lado e por instinto me afasto de Jack mas ele não partilha do mesmo susto que eu e entrelaça nossas mãos calmamente. - Estamos fazendo uma contagem de quantas pessoas estão no salão e quantas estão hospedadas no Castelo. Ordens do Rei Tobias. - ela pega uma folha de seu bolso do vestido e uma caneta. - Os senhor e a senhora ficarão aqui essa noite?
- Sim. - Jack diz calmamente.
- Qual seu nome?
- Príncipe Jackson de Stormiland. - ela anota o nome dele e se vira para mim.
- Princesa? - ela pergunta esperando meu nome.
- Ah princesa não. Apenas Allice Schaefer.
- Perdão...
- Está tudo bem! - sorrio para ela e a mesma abaixa a cabeça.
- Obrigada Alteza, senhorita. - após reverenciar ela sai e vai falar com mais pessoas.
- Então, oque faremos? - pergunto ajeitando a saia e conferindo se o penteado está bom.
- Não tenho ideia. Como será que poderemos ser úteis? - ficamos os dois parados no meio do salão olhando ao redor.
- Acho que somos inúteis agora. - mordo o lábio inferior tentando bolar alguma coisa para ajudar. Passo os olhos pelo salão e encontro a Rainha Theodora acenando freneticamente para nós. - Olha lá sua mãe. Acho que ela quer algo.
- Vamos. - andamos até ela, desviando de vários empregados que correm de um lado para o outro. - Pois não, mãe?
- Filho teremos que voltar para casa hoje ainda. - ela diz rapidamente com o olhar preocupado. O rei se junta a ela, estranhamente partilhando da mesma preocupação.
- Tentaram invadir o Castelo. Alguns soldados se feriram mas ficarão bem. - ele diz checando as horas no relógio de pulso.
- Já sabem quem foram? - Jack pergunta.
- Os Lobos, novamente. - Charles diz com desdém.
- Supus que tentariam resgatar Zafira. - achei que essa história de Lobos teria chego ao fim à tempos. Mas parece que não irão me deixar esquecê-los tão cedo.
- Precisamos ir agora Theodora, vou avisar a eles. - Charles indica os Reis de Sunshine Bay com a cabeça e sai.
- Vamos com você mãe. - Jack diz.
- Não meu filho. Fique aqui, iremos mais cedo mas queremos que fiquem e ajudem eles até o tempo de vocês voltar. Seria desrespeitoso deixá-los numa situação como essa.
- Tem certeza mãe? - ele questiona.
- Sim. - o rei responde por sua mulher. - Vamos o avião nos espera.
- Se cuidem crianças. - ela beija nossas bochechas e sai junto ao seu marido. O rei nem se despediu do próprio filho. Cada dia que passa gosto menos desse homem.
- ATENÇÃO! - o mesmo guarda de antes com as várias medalhas aparece novamente. Ele está rodeado de outros guardas. - As buscas pelo Castelo estão encerradas. Mas a área Sul do Castelo está sob investigação. - é possível ouvir suspiros de alívio. - Devido a isso todos os convidados que estavam hospedados nessa parte do Castelo serão realocados para novos quartos. Por falta de quartos para todos alguns deverão dividir quartos, sendo assim os realocados receberão seus novos quartos em breve. Agradeço a atenção.
Assim que ele sai o falatório começa. São pessoas reclamando, pessoas questionado, pessoas indo tirar satisfações. Eu de início não me importo, até uma ideia aparecer a mente. Será que eu e Jackson teremos que dividir um quarto?
Tomara que não.
Digo, não seria nada ruim passar uma noite com ele. Mas o problema seria passar uma noite com ele.
Nós somos civilizados, nada vai acontecer. Espero que meu auto-controle seja forte.
Allice se concentre! Pare de pensar asneiras!
Essa não seria a primeira vez que dividiríamos um quarto, já fizemos isso antes logo após meu retorno ao Castelo. Mas essa seria a primeira vez que dividiríamos um quarto estando noivos. Se bem que não muda muita coisa, apenas o fato de que agora uso um anel e em breve seremos casados.
- Com licença. - um empregado com uma prancheta nos aborda. - Qual seus nomes?
- Jackson Miland.
- Allice Schaefer.
- Senhores seu quarto é o de número 10.
- Só um? Para os dois? - questiono quando ele está prestes a sair.
- Isso senhorita. - sem esperar nada ele sai e se perde na multidão. Engulo em seco. Eu sabia que isso iria acontecer, mas o ditado diz que a esperança é a última que morre.
- Então... - olho para Jack e os mesmo tem as bochechas coradas e está tentando afrouxar um pouco a gravata com uma mão. - Se quiser eu posso tentar falar com Tobias sobre isso.
- Na-não. - estou tão nervosa quanto ele, até minhas mãos estão a suar. - Não vamos dar mais transtorno ao Rei.
- Está bem. - inflo as bochechas enquanto mordo a língua. Um silêncio constrangedor se instala entre nós dois. - Eu posso ficar na poltrona.
- Não seria justo, você ficou nela da última vez! - digo tentando relaxar. - Eu fico nela dessa vez.
- Precisamos de uma maneira melhor de decidir isso.
- Uma forma adulta e civilizada.
- Pedra, Papel ou Tesoura! - ele diz animado.
- Isso! - viramos de frente um para o outro. Fechamos o punho e começamos a nossa forma adulta de decisão.
- Pedra, Papel, Tesoura! - eu escolho papel e ele pedra.
- Ganhei! Ganhei! Ganhei! - digo enquanto faço uma dancinha desengonçada e nada "adulta". - A poltrona é todinha minha!
- Melhor de três? - ele questiona fazendo beicinho.
- Melhor de três é só para quem perde e não quer admitir. - digo cruzando os braços. - Não sabe perder alteza?
- Sei. - ele cruza os braços também, mas com um ar revoltado em eu rosto.
- Não é o que parece. - só para provocar dou um sorrisinho de lado.
- Nem tudo é o que parece.
- Tem razão. Mas ainda sim eu ganhei. - ele revira os olhos verdes e sorri.
- Está bem. Mas não será por isso que deixarei você ficar com ela. Sabemos que você quer a cama.
- Quem disse? Eu quero a poltrona!
- E por que você quer tanto ela?
- Por que você não me deixa tê-la. - rio sozinha ao lembrar que já tivemos uma conversa parecida assim antes, e pelo sorriso bobo dele sei que não fui a única.
- Vamos decidir isso no particular então. - ele descruza os braços e pega minha mão. - Vamos ver quem vai querer a cama agora. - ele sussurra e mesmo sem entender o que ele quis dizer com isso, sinto um arrepio pelo corpo. - Com licença. Saberia me dizer se já podemos ir para os quartos?
- Já sim, senhor. Gostaria que eu lhe acompanha-se até seu dormitório? - o empregado de baixa estatura oferece.
- Sim, lhe seria grato. - ainda segurando minha mão começa a seguir o empregado. Minha mão está escorrendo da dele simplesmente pelo fato de que eu estou suando mais que pessoa no deserto.
Talvez eu esteja nervosa pelo que ele disse? Talvez. Ou pode ser pelo fato de que vamos ficar mais de oito horas sozinhos em um quarto? Pode ser também.
Depois de subirmos a mesma escadaria que a Rainha usou nas brincadeiras, viramos mais alguns corredores até chegarmos a um enorme e amplo corredor decorado com detalhes em ouro e inúmeras portas.
- Qual o número do quarto de vocês? - o rapaz pergunta sem levantar a cabeça.
- É o dez. - digo. Ele assente e nos guia até o mesmo. - Muito obrigada. - não sei se realmente estou agradecida por isso. Mas que eu quero descobrir o significado da frase de Jack, que por sinal não sai da minha cabeça nem por um segundo, eu quero muito.
O rapaz curva o corredor e desaparece rapidamente, deixando a mim e Jackson sozinhos. Quando eu vou para abrir a porta Jackson é mais rápido e a abre para mim. Passo por ela junto a ele que ainda não soltou minha mão.
- Vamos resolver nosso problema, querida noiva? - ele pergunta com um sorriso malicioso enquanto fecha a porta atrás de si com um leve chute.
Engulo em seco, mesmo com um sorriso rebelde nos lábios.
Oiiii Pessoalllll!!!!
Gente capítulo novinho para vocês aíí! Oque acharam?
Então galera quero avisar que talvez demore um "tiquito" para o próximo capítulo sair, essa semana começam minhas provas e eu estou muito nervosa com isso. Mas vou tentar escrever o máximo que eu puder no tempo livre (se eu tiver algum!! Brinks mas vou dar um jeitinho)
Passem lá no livro da SarahPestile e acompanhem de perto o sequestro da Rainha Nicolly!
Oque será que esse Jackson está planejando!??
Beijos!!Até o próximo capítulo!!!
Não esqueçam da estrelinha!!!
Sindy B.
❤️👑❤️