Collins

By ursinha_sky

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O barulho de saltos tocando o chão me fez empurrar a cabeça para trás, me libertando dos lábios venenosos de... More

Bônus 1
Bônus 2
Bônus 3
Bônus 4
Bônus 5
Bônus 6
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capitulo 62
Capitulo 63
Capítulo 64
Capitulo 65
Capítulo 66

Capítulo 31

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By ursinha_sky

Respiro fundo mais uma vez, cansado de ler e reler as anotações que Charlotte me mandou por e-mail sobre a pauta da próxima reunião.
Sério que até nos sábados ela não vai me dar uma folga ?
O lado bom de tudo isso é que o arquivo não passa de cinco páginas, compensando que eu já estou na penúltimo logo meu tormento terá fim.
- lavoro sabato marmocchio? ( Trabalhando aos sábados pirralho ?)
- infelizmente a secretária que vocês contrataram não entende que eu não trabalho nos finais de semana.  - me viro na cadeira, cruzando os braços em cima do peito para o encarar.
- ah, você não pode a culpar Andrew,  a garota é praticamente movida a trabalho.
- mas eu não sou, então, seria legal se ela me deixasse fora dos assuntos da empresa nesses dois únicos dias em que não preciso estar preso dentro daquele prédio. - Anthony faz um cara de tédio, os olhos azuis visivelmente sonolentos.
- a Dionysius está tirando o seu sono ?
- aquele lugar é o meu paraíso, deveria ir até lá mais vezes... Vai ver que nem sempre as coisas que repudiamos são ruins.
- isso soou com um duplo sentindo para mim. - penso alto, sabendo que Anthony pode estar citando a si mesmo na frase.
Estaria ele amolecendo e finalmente deixando de ser tão babaca ?
Provavelmente, não !
- entenda como quiser, eu vou dar o fora e aproveitar a noite. Deveria fazer o mesmo e parar de dar uma de dramático.
E assim ele me deixa ali, novamente sozinho com meus papéis.
Meus ?
Ainda é estranho para mim saber que as coisas são diferentes do que eu pensava, atingir objetivos que não estivam em meus planos nunca me pareceu tão instigante e cansativo ao mesmo tempo. Mas quando se consegue descansar sabendo que Mia está sofrendo com a proximidade tóxica dos pais ? Quando vou conseguir me livrar dessas dores de cabeça ocasionadas pelas informações daquele dossiê que mal consegui digerir ?
Hum, está aí algumas das questões que tiram o meu sono.
- Andy. - e pela primeira vez em dias ouço a voz da minha mãe.
Volto a me virar em direção a porta, encontrando minha mãe com uma caixa média nas mãos.
- isso chegou para você ontem a noite.
- eu não fiz nenhuma encomenda. - digo confuso, deixando a cadeira para ir até ela e pegar o embrulho.
- tinha um carimbo da escola no documento que tive que assinar.
Coloco a caixa em cima da cama, rompendo o lacre com a ponta dos dedos e abrindo a mesma. Em meio a bolas de isopor está uma pasta grossa preta, pequenas linhas douradas fazem os detalhes espalhados pelo tecido negro. Estico a mão para pegá-la, sentindo o toque da camurça e das linhas estranhas.
- acho que é o seu álbum do baile Andy. - não me viro para olhar em seu rosto, mantando os olhos focados no tal álbum que eu não tinha noção de que existia.
- eu não pedi álbum nenhum mãe. - o retiro da caixa, percebendo que meu nome está gravado na capa em letras finas.
- mas alguém pediu, caso contrário isso não teria chegado aqui.
Assim ela se vai, o barulho dos seus saltos entregando sua saída tão repentina quanto a entrada. Mordo a ponta da minha língua, os dedos se movendo para que eu finalmente veja o conteúdo desse álbum.
Eu realmente não esperava por essa ... 
São tantas fotos, tantos ângulos diferentes, algumas que nem eu mesmo pensei que poderiam ser fotografadas. Momentos nossos que foram flagrados pelo fotógrafo curioso e esperto.
- acho que eu já sei quem pediu.
Devolvo o álbum a caixa, suspirando pesado ao fechar a tampa e me sentar ao lado da mesma. Se eu pudesse saber o que está acontecendo naquela casa, só uma informação ...
O celular toca, me arrancando brutalmente de toda a minha linha de pensamento.
Saco !
Apanho o aparelho, fechando os olhos para atender.

- alô ?
- hey Andrew, sou eu, Sam. - não, é Madonna.
- o que você quer ?
- nossa, que mau humor em.
- Sam, só ... Fala de uma vez.
- ahn, okay. - ele faz uma pausa, parecendo repensar todas as palavras que precisa me dizer. - hoje de manhã eu fui ver como a minha morango estava e não gostei do que encontrei, parece que os pais dela estão se apossando da casa.
- como assim ?
- antes de entrar no quarto dela eu vi algumas malas no quarto de hóspedes, acho que estão se mudando.
- o senhor Collins não deixaria. - ele não permitiria que rolasse toda essa maldita falsidade.
- Andrew, a essa altura do campeonato o vovô não pode fazer muita coisa.

Não !
Definitivamente não !
Eles não vão entrar naquela casa e fingirem com toda a cara de pau que nunca deixaram a filha, que nunca a abandonaram para fazer merda pelo mundo.

- eles estão encurralando a encurralado. - passo uma das mãos pelo rosto, nervoso.
- por mais que Mia se esquive das investidas eu sei que uma hora ela vai acabar cedendo, Chloe é uma boa manipuladora.
- cuide dela aí dentro e eu cuido aqui fora.
- nao podemos falhar Grayson ou vamos todos acabar sem ela.

" "

Meu peito está queimando, a dor se alastrando por cada centímetro de músculo, cada centímetro de pele. O frio vem logo em seguida, meus olhos chegam a lacrimejar por conta da mistura de sensações.
Eu adoraria quebrar alguém agora.
Bato mais uma vez na água, os pulmões doloridos pela falta de ar, os braços cansados por todas as voltas que já dei.
Eu deveria nadar mais vezes, descarregar a raiva que sinto do mundo em longas e cansativas braçadas, sentir meu corpo ficar fadigado até que o mesmo me force a parar. Retiro os cabelos da testa, finalmente conseguindo enxergar algo nitidamente e não me assuntando ao encontrar meu pai parado na borda da piscina com as mãos enfiadas no bolso da calça.
- imagino que você está um pouco perdido, não está ?
- o que te faz pensar assim ? - desafio, sabendo que meu pai pode me ler facilmente.
- eu sei que você desconta boa parte da sua decepção no saco de pancada na academia, mas principalmente, quando tudo fica bem pior você entra nessa piscina e nada até quase se afogar aí dentro. - os olhos dele me fitam com sinceridade.
Os mesmos olhos que eu vejo todos os dias em frente ao espelho.
- não sei o que te fez chegar a esse nível de estresse, mas já te dou um concelho que uso a anos para não enlouquecer. Não queira fazer tudo de uma vez, estude as possibilidades e pense direito Andy, a vida gosta de nos testar a todo momento e a sua só está no começo.
Apoio os braços na borda de pedra, quase molhando seus sapatos ao me impulsionar para fora da piscina.
- se precisar de ajuda sabe aonde me encontrar, não me importo de me meter nas suas batalhas.
Claro que não se importa, assim como eles estão perto de conseguir o querem da ruiva você já conseguiu o que queria de mim.
Apenas inclino a cabeça para o lado direito, procurando algum resquício da mentira nos olhos dele.
- acha mesmo que eu vou te pedir ajuda ?
- uma hora a decepção vai te cegar Andrew, você vai cansar de tudo e vai precisar se alguém que te coloque no caminho certo. Pode não ser eu, mas com certeza vai ter alguém disposto a queimar a mão por você. Já está na hora de entender que a família não serve só para encher o saco, protegemos um ao outro não importa a situação.
Meu pai se vira, saindo tão silenciosamente que não escuto nenhum som emitido por seus sapatos. As gotas de água escorrem pelo meu corpo, minhas panturrilhas ainda estão imersas na água ...
Tão imersas quanto meus pensamentos na escuridão.
A sombra negra em minha mente atrapalha boa parte do que eu julgo ser a parte do meu cérebro responsável pelas decisões, deixando me um pouco receoso com o jeito que devo interpretar essa conversa.
Fecho os olhos, o vento gélido arrepiando cada centímetro do meu corpo.
Já fiquei tempo demais na água.
Me levanto de vez, andando até a porta e me enfiando dentro de casa. Corro pelo corredor, tentando chegar rapidamente até meu quarto.
- Andy ! Não corra molhado pela casa, você pode se machucar. - faço uma careta ao perceber o rastro de água pelo piso.
- foi mal mãe.
Apanho o corrimão da escada, pulando alguns degraus para subir mais rápido.
Por que eu estou correndo ?
Bufo intrigado, empurrando a porta do meu quarto e estranhando o fato da pilha de roupas em cima da minha cama estarem dobradas. Camisas, calças, blusas e a minha jaqueta do time. Sorrio de lado, percebendo que Susan aderiu ao meu pedido de não mexer mais no meu closet.
Odiaria que ela encontrasse as calcinhas que roubei da ruiva ...
Pego as peças, sentindo a maciez ao toque e indo colocá-las no lugar. Empurro a porta de vidro, notando meu maxilar se trincar ao ver uma sacola escura próxima as camisas penduradas. Abaixo o tronco, deixando as roupas no chão para finalmente ver do que se trata o papel branco preso no papelão fino.

Não veja isso como uma trégua, eu ainda não gosto de você, mas admito que nossa convivência está menos insuportável.
Se sinta a vontade para não agradecer, a use quando sentir o sangue correr quente nas veias.
Sei que isso acontece com frequência.
A. Grayson.

Releio o bilhete mais uma vez, a testa um pouco enrugada por conta do que acabei de ler. Largo o papel ao lado da sacola, abrindo a sacola com mais afobação do que deveria. Puxo a peça para fora, a jaqueta de couro enchendo meus olhos com um certo brilho de dúvida. Viro a jaqueta, mordendo meu lábio inferior ao encontrar meu sobrenome gravado nas costas. O estilo da letra não é o mesmo usado nas que Anthony mandou fazer para ele e Mia, nem o material é o mesmo. O bordado parece ter sido feito a mão, as linhas traçadas fio a fio para dar um acabamento melhor. As rosas e os caules permanecem ali, circulando o Grayson com precisão.

O que esperar daquele que é imprevisível ?

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