[AMOSTRA] O BEIJO DA FERA | D...

Par ValentinaKMichael

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Uma noiva em fuga somado a um recluso pervertido. Pode parecer enredo de um bom filme, mas era a realidade de... Plus

LIVRO 04 - THADEO
SINOPSE
PERSONAGENS
01 | GEMA
02 | THADEO
03 | THADEO
04 | GEMA
05 - THADEO
06 | GEMA
08 | GEMA
09 | THADEO
10 | THADEO
11 | GEMA
12 | THADEO

07 | THADEO

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Par ValentinaKMichael

Boa noite Capelletes. Estavam com saudades? Pois eu estava. 😍😍

Chegou mais um momento de dar uma espiadinha na Vinícola do Thadeo. Venham! 

🍇🍷👌💕

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Passou-se três dias desde que a noiva indesejada chegou às minhas terras. Contra todas as minhas vontades, Gema estava mudando a rotina na casa. Com suas tiradas espertas, passos vacilantes ainda mancando e as saias longas estranhas, Gema enraizava cada vez mais e isso me deixava inquieto.

Era a primeira que eu dividia a mesa das refeições e a primeira que ainda não tinha tentado chamar minha atenção; todavia, com suas imperfeições, ela me atraia de uma forma inexplicável. Não era mais apenas Gioconda e eu com papos monossilábicos. Eu acordava e incrivelmente gostava de ouvir as vozes vindo da cozinha que antes era tão silenciosa.

As provocações começavam e eu ia para a labuta estranhamente satisfeito, como se tivesse vencido um embate. E hoje, especialmente, ela me acompanhou após o café para conhecer a vindima*.

*Vindima: colheita de uvas

— Vamos a cavalo. — Indiquei o animal enorme nos esperando.

— Que? Não mesmo. — Gema fez questão de discordar. Como eu imaginei que ia acontecer.

— Você está mancando mais que um Saci com unha encravada. Vamos demorar uma eternidade para chegar lá a pé.

— Uau! Esse cavalo aqui parece ser mais civilizado que você.

— Com certeza. Ele é obediente e não dá coices como você. — Devolvi e adorei ver a raiva envermelhar as bochechas dela.

— Você é intragável. — Ela virou-se pronta para voltar para casa.

— Deixa de conversa fiada, mulher. Meu saco é grande, mas minha paciência bem pequena. — Interrompi seus passos, peguei-a no colo, não dando chance de protestar, e a coloquei sobre o cavalo.

— Me tira daqui seu maluco... — Gema estava assustada, todavia segurando firme no cavalo com medo de cair. Ele estava sem sela, e por isso, subi também acochado atrás do corpo de Gema. Ela enrijeceu.

— É melhor se segurar, donzela — sussurrei no seu ouvido. Bati as botas na barriga do cavalo e ele trotou em toda velocidade em direção a plantação.

— Meu Deus! Me ajuda, senhor! — ela berrava segurando com força a crina do cavalo. Atrás, eu gargalhava; talvez eu precisasse de tratamento por ter ficado feliz em ver alguém gritar de pânico; mas era bom dar a ela um pouco de adrenalina.

Fiz o cavalo correr mais. Gema segurou com força em minha coxa e continuou clamando aos céus até chegarmos. Desci do cavalo, rindo, e a tirei lá de cima. Estava igual gelatina, tremendo mais que casa velha; pálida que dava dó. Me encheu de tapas assim que se viu segura no chão.

— Você não tem permissão de fazer isso novamente. Ouviu bem?

Afastei-me de seus golpes irritados.

— E quais permissões eu tenho com você, donzela?

— Até o momento, nenhuma. Eu vou trabalhar para você e exijo respeito. E tem mais, eu fugi para tentar ser livre e não para...

Sem pensar em nada, ou cogitar merda alguma, eu joguei a sanidade pelas costas. Gema era muito bonita, e quando estava nervosa xingando, seu rosto ficava vermelhinho e os lábios irresistíveis. Minha mão segurou no maxilar dela quase tampando-o por completo e a puxei para um beijo obrigando-a se calar.

Os olhos verdes dela alcançaram um brilho intenso, e estavam arregalados. A cobri com meus braços intensificando o beijo que foi progredindo conforme ela relaxava e o permitia. Ah! Um gemido fraquinho escapou e foi o suficiente para minha língua rolar solta em sua boca. Era mais gostoso do que eu previa. Percebi que estava indo longe demais quando ela segurou com muita força em minha camisa e beijou-me de volta. Afastei deixando-a atordoada.

Gema virou-se de costas para mim, com uma mão na boca e outra no peito, muito ofegante.

— Por que fez isso?

— Para calar sua boca.

Ela girou nos calcanhares e apontou um dedo de alerta na minha cara.

— Não toque em uma mulher sem permissão. Regra básica.

— Ah, que coisa chata. Não pode mais nem dar um puxão e lascar o beijo? Eu não estou com maldade com você.

— Eu previa que seria mesmo difícil um cavalo chucro entender sobre civilidade.

Ela marchou na minha frente, indignada, mas muito mexida com o beijo. Eu não sei onde estava com a cabeça de ter feito isso. Merda! eu estava mesmo com tesão por ela. Mas Gema não era mulher de pegar e mandar embora no dia seguinte. Ela já estava com o coração partido pelo quase casamento e se eu desse vazão a meus desejos, só ia quebrar mais ainda. Porque eu não poderei dar mais que beijos roubados e fodas quentes.

Ela parou embaixo das parreiras e de repente sua raiva se dissipou. Gema sorria encantada olhando para as uvas acima.

— É lindo... — olhou para mim.

— Eu sei. Minhas uvas são meus tesouros. Quer experimentar?

— Posso? — Os olhos brilharam.

Encontrei a tesoura, escolhi um cacho e o retirei com cuidado. Gema o recebeu com intenso cuidado. Comeu uma uva e adorou aparentemente. Comeu outra e mais outra. Eu peguei uma e joguei na boca e ficamos como dois bestas comendo uva e encarando um ao outro.

— Dá vontade de comer todas, não é? — Me virei ao ouvir a voz de Rodrigo.

— Deliciosas. — Gema concordou. — Estou viciada.

— Gema, esse é Rodrigo, viticultor chefe. Ele vai te supervisionar e mostrar como proceder na colheita.

— Olá. — Ela estendeu a mão para ele, cumprimentando-o.

— É muito simples. Você vai usar uma luva fofa para não agredir o cacho no momento da colheita. E cortar o talo com essa tesoura.

— Sim. Estou lendo alguns livros que o Thadeo providenciou e já me familiarizei com o básico.

— Ótimo. Hoje vamos começar a colher essas aqui. A merlot. Você usará esse cesto acoplado ao seu corpo. Tem alças como mochila para se sustentar. — Ele pegou um cesto e se dispôs a ajudá-la a colocar. — Lembre-se, nunca encha demais. Para que as uvas de baixo não sofram com o peso das de cima.

— Tudo bem. Acho que consigo. — O cesto estava firme contra o peito dela. Gema amarrou um pano nos cabelos e me olhou.

— Obrigada pelo emprego.

Apenas assenti. Era incrível como ela conseguia mexer comigo, com um visual tão simplório. Saia longa, pano cobrindo os cabelos e cesto contra o peito. Ela parecia tão frágil e ao mesmo tempo tão poderosa. Sorrindo com seus furinhos na bochecha quando colheu o primeiro cacho de uva.

Mas que merda... eu sempre gostei de mulheres com visual provocativo. Roupas curtas, saltos, batons vermelhos. Me virei e saí dali para cuidar de outras coisas e me livrar desses pensamentos tolos.

O celular tocou e foi um bom subterfúgio para eu esquecer esse assunto. Era um celular velho, pequeno, que eu carregava no bolso apenas para necessidades.

— Diga, Carmem.

— Você não vai adivinhar. Meu Deus, estou surtando.

— O que, mulher?

— Você conseguiu uma vaga na feira de uvas e vinhos que acontecerá no fim de semana em Belém.

— Puta que pariu. Sério?

— Sim! — gritou eufórica — Pode escolher os melhores vinhos e uvas e tem que sair depressa para dar tempo chegar lá e preparar tudo.

— Caralho! Eu não estou acreditando. — Enfiei as mãos nos cabelos e andei desorientado.

— Pode acreditar. Comece a preparar tudo, daqui a pouco chego aí. Vou comprar as passagens. 

— Tudo bem. — Desliguei e saltei no ar, puto de felicidade. Essas feiras eram minha oportunidade de mostrar a marca. Eu nem achava que ia conseguir uma vaga. Fui direto para a adega. Ia escolher quais vinhos apresentar na exposição.

***

Às onze horas voltei para buscar Gema e irmos almoçar. As uvas têm horário para serem colhidas e deve fazer isso geralmente na parte da manhã. Ainda mais nessa região em que o clima é mais quente e por isso precisa de atenção redobrada.

Mais uma vez ela tentou evitar subir no cavalo, mas eu não concordei. A peguei e coloquei em cima do animal, segurei as rédeas e andei puxando-o.

— Eu estou me sentindo ridícula aqui em cima sentada enquanto você caminha puxando o cavalo. — Gema protestou. Eu só não queria acochá-la novamente e agitar minha libido. Manter distancia era minha prioridade.

— Você é a única pessoa que conheço que briga para andar. Ainda mais com esse pé praticamente quebrado.

Fez-se silêncio por alguns segundos e então ela falou:

— Sobre o beijo...

— Esqueça. — Interrompi. — Não significou nada para mim também. Foi só para te provocar. — Eu não ia esperar ela condenar novamente o beijo me colocando em uma situação vexatória. Nunca precisei mendigar atenção de mulher e não era agora que eu ia fazer. Gema assentiu e não tentou falar mais nada.

Chegamos em casa, ajudei-a a descer do cavalo e nesse instante Gioconda veio ao nosso encontro. Parecia assustada.

— Tem um homem lá no portão querendo entrar.

— Que homem? — Questionei.

— Ele está acompanhado de uns engravatados e disse que procura a noiva dele que desapareceu. — Gioconda e eu olhamos para Gema e ela estava apavorada. O rosto pálido e as mãos na boca. De repente, em um impulso, agarrou meu braço.

— Por favor... não diga que eu estou aqui. Eu te imploro... eu não quero ter que me casar... e eu não quero falar com ele.

— Ei, calma. — Mantive a expressão intrigada e a afastei, queria olhar em seus olhos — É sua chance de falar com ele que não vai voltar e que não quer se casar.

— Não, Thadeo... você não entende. Meus pais vão vir aqui... e eu vou acabar voltando e tendo que me casar — a voz dela afogada em desespero me tocou fundo ao mesmo tempo que acendeu um pingo de desconfiança — Diga que não estou aqui... diga que não viu ninguém vestida de noiva. É a única coisa que te peço.

— Gema, você não pode tratar esse assunto dessa maneira...

— Eu sei. Eu sei que tenho que tomar uma atitude. Mas não agora. Eu quero um tempo. Um tempo sozinha longe deles, me entenda por favor.

— Tudo bem. Vá para dentro, vou lá falar com ele.

Gioconda a amparou levando-a para dentro. Saltei sobre o cavalo e cavalguei em direção ao portão. Os homens estavam lá. Vestiam terno e pareciam proteger um deles que devia ser o noivo.

Desci do cavalo e caminhei até eles.

— Dia, senhores.

— Bom dia. Você é o proprietário?

— Sou eu sim — pela grade do portão enfiei minha mão. — Thadeo. Em que posso ajudar?

— Sou Luan Fernão. — Apertou minha mão. — Estou desolado, apavorado... — com um lenço, limpou os olhos que não tinham lágrima nenhuma. A desconfiança me invadiu. — Minha noiva desapareceu. Ela fugiu do nosso casamento e correu pela aquela mata ali atrás.

— Fugiu do casamento...? Por que isso?

— Ah... ela tem problemas e precisa de cuidados especiais. As vezes ela surta e precisa tomar remédio controlado.

Hum... havia algo muito errado nessa história. E após ouvir essas mentiras, acabei de me convencer que ele não ia levar Gema para lugar nenhum. Não antes de eu entender toda a história.

— Entendo. Que barra você estava enfrentando, hein? — Dissimulei.

— Nem me fale. Estou desesperado.

— Então ela estava vestida de noiva? Dentro da mata?

— Isso. E como essa é a propriedade mais próxima, tive a esperança de que ela pudesse ter vindo para cá.

— Não. Aqui não chegou ninguém. — Sustentei o olhar dele — Que dia foi isso?

— Sábado passado. Tem três dias hoje.

— Não vi nada, desculpe. Ela pode ter seguido a trilha e parado naquela estrada que leva a cidade.

— É. Eu pensei sobre isso — ele não parecia convencido e tentava ver dentro da propriedade acima do meu ombro — De qualquer forma, obrigado pela atenção.

— Tem um número para eu entrar em contato? Caso veja algo? — Falei.

— Claro. Aqui está. — Tirou um cartão do bolso e me entregou. Acenou um "até logo" e foi embora com os homens engravatados.

***

— Você vai me contar toda essa historia de fuga. — Entreguei a Gema o cartão que Luan me deu. Ela estava aflita, na verdade, aterrorizada sentada no sofá e Gioconda ao lado dela com um copo de água. Recebeu o cartão e engoliu seco ao ver o nome. Não parecia só um cara que queria se casar contra a vontade, tinha mais caroço nesse angu.

— Ele... tem negócios com meu pai. Ele sempre me quis. — Gema levantou os olhos para mim e surpreendi ao vê-los encharcados. — É uma obsessão, é algo comigo que eu não sei explicar. Quer que eu vá embora de sua casa?

— Arrume suas coisas...

— Thadeo... — pulou do sofá — só mais um dia...

— Calma. Não vou te colocar para fora. Você vai viajar comigo.

— Vou? Para onde?

— Uma feira de vinhos em Belém. Você pode vir comigo, caso ele volte...

Ela animou-se, mas entristeceu com a mesma rapidez.

— Eu não posso... não tenho documento nenhum comigo.

— Tudo bem. Enfrentaremos horas e mais horas de carro.

Antes de eu terminar, ela me cobriu com um abraço. Eu fiquei sem reação paralisado. Ela afastou rápido e o semblante já estava mudando. Agora era como uma criança que ganha um brinquedo novo.

— Eu vou adorar ir. Claro que quero ir. Eu vou preparar minhas coisas.

Mas que bela merda! Porque eu fui convidá-la? Até hoje cedo a gente não se bicava.

— Ah, Gioca, que merda eu fui fazer? — Joguei os cabelos para trás usando as duas mãos e sentei-me no sofá quando Gema saiu da sala.

— Em anos que moro aqui, essa é a primeira vez que vejo você ser impulsivo de uma forma positiva. Estou feliz que vá tirá-la daqui por esses dias, aquele cara não pareceu boa gente.

— É. Para mim também não. Só estou pensando como vou falar com Carmem que não iremos mais de avião.

***

E quando Carmem chegou, eu já tinha a notícia que ela odiou logo de cara.

— Você está louco? Como assim vai levar uma empregada? É a oportunidade de sua vida, Thadeo.

— Eu sei, mas Gema está com problemas e eu decidi que ela vai com a gente.

— Que problemas? — Carmem me analisava de olhos arregalados, completamente incrédula com minha decisão.

— Depois eu te conto. Só preciso que cancele nossas passagens aérea; vou de carro.

Ela gargalhou e me fitou desacreditada.

— Você está louco. Eu comprei nossas passagens de primeira classe. E agora quer gastar umas quinze horas de carro até outro estado?

Eu não ia contar a ela o motivo. Gema estava sem documentos e não passaria em um aeroporto.

— Isso mesmo. Já está decidido. Não estou a fim de ir de avião.

— Pois eu vou de primeira classe e você vai pagar. — Pegou a bolsa no sofá e saiu pisando duro. Eu bufei revoltado e subi as escadas para arrumar minha mala. Por que mulheres eram tão difíceis?

Essa viagem será um tormento na minha vida. 

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Por hoje é só pessoal! MAS... Vamos ao primeiro desafio do ano. kkkk Assim que bater 4k de leituras e 2k de estrelinhas, posto o próximo. 

Bjs e até o próximo. 

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