Collins

By ursinha_sky

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O barulho de saltos tocando o chão me fez empurrar a cabeça para trás, me libertando dos lábios venenosos de... More

Bônus 1
Bônus 2
Bônus 3
Bônus 4
Bônus 5
Bônus 6
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capitulo 62
Capitulo 63
Capítulo 64
Capitulo 65
Capítulo 66

Capítulo 28

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By ursinha_sky

- sabe falar italiano ? - pergunto a Charlotte enquanto caminhamos até a sala de reuniões.
- Sono fluente in tre lingue, signor Grayson. ( Sou fluente em três línguas, senhor Grayson. ) - a olho de canto, quase deixando minha surpresa evidente.
Eu claramente não daria mais de vinte anos a ela, a aparência juvenil consegue me deixar ainda mais impressionado.
- sarà bene non dover tradurre ogni parola per te. ( Vai ser bom não ter que traduzir cada palavra para você.)
- grazie per la parte che mi tocca. ( Obrigada pela parte que me toca. )
Rio baixo, não acreditando que essa coisa tão pequena possa ser tão egocêntrica. Empurro as postas duplas de madeira pesada e entro logo na sala, dando de cara com todos os lugares da mesa ocupados pelos homens com que conversamos pela vídeo conferência e seus respectivos advogados.
Sejam bem vindos !

Deslizo a gravata escura pelo pescoço, desmanchando o nó e a arrancando de uma vez quando me sento na cama macia. O sorriso triunfante que aparece em meu rosto é realmente de se orgulhar, o contrato foi fechado e eu acabei de conseguir mais do que o dobro do que esperava.
- posso falar com você um pouco ? - viro para o lado, encontrando meu pai parado na porta do quarto enquanto mexe em suas abotoaduras.
- pode.
Ele entre devagar, dando passos largos até chegar em mim e se sentar ao seu lado. Richard Grayson nunca foi um homem de sentar ao meu lado para perguntar como foi o meu dia, muito menos para saber como eu me sentia. Nossas conversas se resumiram a ordens, perguntas sobre o que eu queria de aniversário ou aonde eu havia passado a noite.
- estou orgulhoso de você Andrew, sinto muito se essa foi a única forma que encontrei para fazer você ficar na empresa mas minhas expectativas foram superadas quando vi você e seu irmão trabalhando juntos. - ele para um pouco, retirando as jóias dos pulsos. - te peço desculpas por ter falado coisas inapropriadas quando você apresentou Mia a nós, sei que vocês estão passando por um momento difícil e ... Eu queria dizer o quanto gosto de ver você se tornar um homem responsável, sua dívida comigo foi quitada e eu gostaria de que você permanece na empresa por mais um tempo.
As palavras dele me pegam de surpresa, coisas estranhas surgindo em meu peito junto com redemoinho em minha mente.
- não precisa dizer nada agora, muita coisa pra pensar.
Continuo calado, não conseguindo digerir o que acabei de ouvir. Meu pai se levanta, batendo de leve a mão em minhas costas.
- vá tirar essa terno, sei que você odeia esse tipo de roupa.
Rio baixo, observando a rapidez o quão rápido ele deixa o quarto e fecha a porta. Abaixo a cabeça, estranhando o fato das abotoaduras dele terem ficado ao meu lado, a inicial do nosso sobrenome gravada em dourado nas gemas pretas. 
Ele nunca deixa de as usar desde que eu tinha dez anos...
Suspiro pesado, fechando os olhos e tentando entender que porra acabou de acontecer.
Respira Grayson !
Respira

" "

Olho mais uma vez ao redor, estressado por não saber o porquê da aula estar demorando tanto.
- Depois de ter dado toda a introdução sobre Oscar Wilde e sua obra, quero que vocês escreveram um pouco sobre O retrato de Dorian Grey. O livro é instigante e minha intenção é ver como cada um de vocês reagem ao enredo e as questões do personagem.
O sinal toca e eu não consigo me levantar, os olhos fixos no desenhos das minhas mãos esticadas sobre a mesa. O caderno ainda aberto matéria de literatura e meus lápis e canetas sobre ele.
- você nunca ficou mais de cinco segundos na minha sala após o sinal ter tocado, quer me dizer alguma coisa Andrew ? - levanto o olhar até ela, encarando seu rosto jovem e curioso.
Eu não sei !
Acho que quero...
- sobre o que você e Mia sempre conversavam depois da aula ?
Rubin sorri lindamente, expondo os dentes e mostrando que não, ela não se importa em responder uma pergunta tão pessoal.
- acho que sua pergunta, na verdade, é sobre o que Mia falava de você em nossas conversas. Não é ?
Sim !
Quer dizer, não ...
- eu estou confuso o suficiente para não saber mais o que eu quero perguntar, acho que conversar com alguém que seja próximo a ela de outra maneira pode me ajudar a entender um pouco o que se passa naquela cabeça bagunçada.
Helena Rubin se senta sobre a ponta de sua mesa, as pernas cruzadas por conta da saia até os joelhos.
- Mia sempre foi uma das minhas melhores alunas, tanto que começamos a conversar quando ela veio tirar dúvidas sobre alguns livros do currículo que a mesma já havia lido para adiantar a matéria. Ela sempre foi doce, diria que até é a adolescente mais gentil e responsável que conheci em todos os meus anos lecionando. Mas creio que você não está aqui para saber como ela é como aluna, então vou direto ao ponto. O problema principal que sempre assombrou Mia foi ter sido profundamente machucada por aqueles que a deviam proteger, sempre ouvi ela dizer em poucas palavras que os pais são sua maior decepção e frustração. Ela só teve o avô como família pela maior parte de sua vida e é inteiramente grata por isso, em todos os concelhos o senhor Collins fazia questão de ouvir tudo o que os outros professores tinham a falar da neta e ficava orgulhoso da pessoa que ela estava se tornando.
Eu percebi quando Mia é frágil em questões de amor quando sempre fugia do assuntos garotos em meio a nossas conversas, mas sempre desconfiei que ela nutria algo por você. Os olhares inquietantes durante as aulas, os rabiscos feitos no canto das folhas do caderno dela. Mia nunca demonstrou mas estava apaixonada por você a muito tempo, e nós dois sabemos que a questão do tempo é a que a assusta.
- por que ela teria medo do tempo ?
- na última vez que conversamos de verdade antes do relacionamento de vocês ter início, Mia deixou claro seu medo constante pela saúde do avô. Um ataque cardíaco pode acontecer mais de uma vez Andrew, e por o menor dos motivos. Se o senhor Collins entrasse em algum tipo de estado enfermo seria a ruína da vida dela, não só por quase perder a única pessoa que cuidou dela durante boa parte da vida mas também por ser a muralha entre ela e os pais. Mia tem medo do que possa acontecer com o avô e tem mais medo ainda do que os pais podem fazer para a ter de volta, o motivo do primeiro infarto foi só o começo.
- eu já tinha alguma noção de boa parte disso.
- e o que vai fazer com a parte que não tinha conhecimento ?
- vou pensar em alguma coisa. - me levanto, jogando todo o material de qualquer jeito dentro da mochila.
- seja o que ela sempre quis que você fosse Andrew... Você mesmo.
Agradeço com um aceno positivo e deixo a sala, com algumas dúvidas esclarecidas e outras duplicadas.
Hoje tem jogo Grayson !
Mantenha o foco !
Seu time precisa de você !

Mas a Mia também precisa...

Ao deixar a sala percebo finalmente que a escola está um caos, papéis verdes e pretos estão espalhados pelo chão. Bandeiras do time rival erguidas sobre as nossas, a raiva estampada em cada rosto visível aos meus olhos.
Que porra aconteceu aqui ?
Aperto a alça da mochila sobre o ombro, continuando a caminhar pelo corredor manchado pelas cores daquele maldito logo. Ergo o queixo ao me aproximar do meu time, enchendo o peito de ar antes de ser visto por eles.
- que merda é essa ? - digo rápido.
- aqueles malditos chegaram mais cedo e resolveram fazer essa porra na nossa escola. - a voz de Jason nunca me pareceu tão grossa até agora.
- eles encheram nosso ginásio com papel higiênico verde Andrew, o jogo é daqui a uma hora e não temos como limpar a escola da sujeira verde daqueles filhos da puta. - Kevin da um soco no armário, não parecendo sentir alguma dor com isso.
Ambos começam a discutir algum jeito de ferrar com aquel a caras durante o jogo, ideias que vão desde empurrões a quebrar ossos.
- parem com essas idéias idiotas. - digo já estressado.
- idiota é ver você aí parado apenas olhando tudo sem falar merda nenhuma. - opa !
- ao contrário de vocês que estão discutindo como foder qualquer chance de serem escolhidos pelos olheiros das faculdades eu pensei em uma coisa que pode nos ser bem mais viável.
- e seria ? - pela primeira vez Daniel abriu a boca, o que me desagrada.
- só parem de falar besteiras e deixem comigo, logo, logo esse lugar vai estar coberto pela nossa bandeira.

E aqueles filhos da puta vão pagar caro por isso, mas do jeito que eu mãos gosto de destruir alguém...

Dentro da quadra !

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