Nem Todos Os Príncipes Usam C...

By Silmarazafia

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OS CAPÍTULOS INICIAIS COMEÇARAM A SEREM RETIRADOS DIA 06/07 Este livro é um Spin Off independente da série "N... More

Música Tema
Elenco
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10

Capítulo 9

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By Silmarazafia

👑👑👑

Na quarta, após a escola, levei Lucy até a fazenda, fiz o retorno e voltei para Agaton. Fazia planos de treinar a noite inteira no estúdio que Christer e Filippa dividiam no centro da cidade.

Steven estava ocupado trabalhando, Mikaela tinha ido à Malmö, e tínhamos o estúdio só para nós.

Levei meu violão e toquei para eles a primeira versão da canção que eu estava compondo, inspirada em Lucy. Se chamava The Girl e tinha uma letra que poderia ser cantada como dueto.

Filippa bateu palmas quando terminei de cantar. Seus olhos brilhavam.

— Está incrível. Quando pretende lançar? — Christer quis saber.

— Quero esperar um pouco, ver como as coisas vão acontecer até o próximo verão.

— Foi inspirada em alguém? — Filippa perguntou curiosa, enrolando uma mecha do cabelo encaracolado na ponta do dedo indicador. Ela, assim como Christer, tinha um tom de pele negra muito bonito.

Christer era mais brincalhão, tirava sarro de tudo. Filippa era romântica e muito atenciosa.

Dei de ombros, torcendo para meu rosto não ficar vermelho.

— Ainda não está pronta. Tem muita coisa que ainda quero trabalhar — falei mudando de assunto.

— As garotas da cidade vão enlouquecer quando você cantá-la — Christer comentou.

— Não sou eu quem vai cantar. Serão vocês — expliquei dando risada. — Até parece que eu teria coragem. Escrevi já imaginando como ela ficaria nas vozes de vocês.

— Ah, obrigada por pensar na gente! — Filippa veio me abraçar. Ela passou os braços em torno dos meus ombros e me apertou, enlacei sua cintura, mas o violão ficou entre nós. — Essa pessoa, para quem você compôs, vai ficar muito apaixonada. Seja lá quem for.

Notei que ela falou pessoa em vez de garota. Mais uma que também devia apostar que eu era gay.

— Ax, você está vibrando — ela disse me soltando.

— É meu celular.

O tirei do bolso e vi que minha mãe estava ligando. Precisei respirar fundo e atender. Uma ligação dela geralmente não significava boas notícias.

Coloquei o violão no chão e saí para a sala ao lado.

— Oi, mãe.

— Onde está? Preparei um jantar especial e você não está em casa.

— Estou no centro de Agaton ensaiando. Pensei em pedir alguma coisa e comer por aqui.

— Ensaiando para quê? Vem para cá, filho. Preciso aproveitar. Só tenho mais alguns meses com você em casa.

— Mãe... — tentei argumentar, mas sabia que ela não levaria em consideração meu trabalho enquanto não tivéssemos uma conversa séria.

— Venha depressa! — ela exigiu antes de desligar.

Voltei a sala onde meus amigos estavam e, sem nenhuma animação, expliquei que tinha um assunto para resolver. Saí do prédio onde ficava o estúdio, peguei o carro no estacionamento e segui na direção sudoeste, onde peguei a estrada Nytt Fält, que recebera aquele nome graças às terras que foram desmatadas para o cultivo de cereais. Sete quilômetros depois, eu estava chegando em casa.

Minha mãe me viu entrar. Esperou que eu subisse para guardar meus instrumentos.

— Até esse cachorro sente sua falta — ela disse do sofá, passando o pé na barriga de Theodoro. — Vocês costumavam correr toda as tardes, depois da escola.

— Vou fazer isso após o jantar — me defendi. — Vem, Theodoro.

Ele pulou sobre meu colo e começou a me lamber. Brinquei com ele enquanto minha mãe se levantava e seguia na direção da sala de jantar. As luzes automáticas se acenderam quando ela entrou.

— Onde está meu pai? — perguntei me levantando e a seguindo.

— Leonora precisava de alguns medicamentos que não encontrou em Malmö, então ele foi até Lund tentar encontrar. Se conseguisse, ia levar para ela.

— Ah — murmurei. Minha irmã tinha uma clínica veterinária.

Minha mãe abriu o forno e tirou de lá uma travessa com um salmão assado fumegante, decorado com vários legumes.

— Quer ajuda? — perguntei sentindo o cheiro delicioso do peixe.

— Não, querido. Já arrumei a mesa.

Nos sentamos nos lugares habituais e começamos a nos servir da salada.

— Preciso conversar sobre um assunto sério — falei quando já estava terminando de comer o salmão, ciente de que se falasse sobre aquilo antes perderia o apetite.

Ela parou sua conversa sobre a barco novo que os Gustafsson haviam comprado, e me olhou com atenção.

— Sei que você não leva meu trabalho como DJ a sério, que não acredita que eu posso ir além... — Respirei fundo antes de dar a declaração. — Não vou fazer faculdade de medicina, como você sempre sonhou. Não vou fazer nenhuma faculdade. É com música que vou continuar trabalhando.

Ela me encarou como se eu tivesse lhe dado um tiro e ainda estivesse apontando a arma para sua cabeça. Seus olhos estavam vidrados. Demorou um tempo até as lágrimas começarem a rolar.

Os talheres ficaram suspensos no ar, suas mãos tremiam. Não queria magoar minha mãe assim, mas aquele não era meu sonho, era o dela. Eu não poderia continuar omitindo minha decisão, mesmo que doesse, dizer a verdade de uma vez era melhor.

— Você não pode e não vai fazer isso comigo! — ela falou furiosa. — Seu futuro está traçado, você será um excelente médico. Não estrague meu jantar com essa besteira de música!

— Mãe, não vou ser médico — falei mais sério dessa vez.

Ela largou o garfo e levou a mão ao rosto quando percebeu que eu não estava de brincadeira, me olhando como se eu fosse um assassino. A faca ainda permanecia na sua mão.

— Meu filho querido não vai realizar meu sonho? É isto que está me dizendo?

— Percebe o que está dizendo? É o seu sonho, não o meu — falei com gentileza.

— Não quero saber! — ela gritou, gesticulando com a faca na minha direção antes de se levantar.

Alcançou o celular no balcão e fez uma chamada.

— Elton, seu filho quer me matar — berrou para o telefone, ainda balançando a faca. Notei que ela disse seu filho em vez de nosso. Então colocou o celular no viva-voz.

— O que você fez a sua mãe, Axel? — ouvi meu pai perguntar paciente.

— Ele me disse que não quer ser médico! — ela não esperou que eu respondesse. — Que vai se aventurar com essa porcaria de música.

— Ei! — reclamei. — Não chame minha música de porcaria.

— Cecília, a vida é dele, não nossa — meu pai disse. — Não podemos controlar suas escolhas.

— Então você já sabia — minha mãe disse parecendo ainda mais ferida. — Isso é exclusivamente culpa sua. Me fez assinar aquela maldita emancipação, só para nosso filho tocar naquelas espeluncas!

— Não são espeluncas. Ele toca no melhor clube de Agaton — ele argumentou.

— Se deixam um garoto de dezessete anos se apresentar, é uma espelunca sim!

Magoava saber que ela pensava assim, que minha mãe não conseguia me ver como alguém que tinha vontade própria, que ela não me daria nenhum apoio se eu não seguisse de acordo com seus planos.

— Não precisa falar assim — comentei com o tom de voz baixo.

— Não menospreze assim o nosso filho, só porque ele não é um fantoche que você gostaria de manipular.

— Traidor!

— Ele vai correr atrás dos seus sonhos. Nem você nem eu podemos decidir isso por Axel. Nosso dever é apoiá-lo no que ele escolher.

— Me poupe dessa baboseira! — ela disse e desligou na cara do meu pai. Foi até a mesa e arremessou a travessa de salmão contra o balcão, fazendo com que vários utensílios voassem para o chão e se quebrassem.

Sabia que ela iria ficar chateada, mas não pensei que teria um surto daqueles.

Me levantei, fui até a área onde ficavam os produtos de limpeza, peguei uma pá e uma vassoura, voltei a copa e comecei a juntar os cacos de vidro. Ela estava com as mãos apoiadas na mesa, ainda me encarava com olhos vidrados, mas se retirou enquanto eu limpava.

Ao terminar, troquei de roupa e levei Theodoro para uma corrida. Quando retornamos, meu pai já tinha voltado e as coisas estavam mais calmas em casa.

👑👑👑

Boa noite, meus amores!

Próximo capítulo sai na terça, por volta das 20h.

Amo vocês! 👑

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