Capítulo 7

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No primeiro dia de aula, a busquei em sua casa como combinado

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No primeiro dia de aula, a busquei em sua casa como combinado. Tinha passado o resto da noite ensaiando uma maneira de dizer o quanto a achava maravilhosa, até pesquisei cenas de declarações de amor em séries.

Pedir em namoro era antiquado, mas eu achava certo fazer desse jeito. Queria que Lucy soubesse que sempre gostei dela, e que podia contar comigo para o que fosse. Precisava desesperadamente saber como era sua vida dentro daquelas quatro paredes da casa pequena e simples. Como seu tio a tratava, por que ela ajudava Esther Peter nos trabalhos domésticos e o que havia acontecido com seus pais.

Virei a esquina da sua rua quarenta minutos antes do sinal bater na escola. A vi sentada na calçada. Usava botas curtas, exibindo as panturrilhas grossas. Lucy não era magra como Mikaela, Filippa ou a maioria das garotas que eu conhecia. Era uma graça, toda linda e curvilínea.

Parei o carro e me estiquei para abrir a porta do carona. Só quando ela entrou no carro me dei conta de que tinha colocado o caderno e o celular sobre o banco. Na pressa para tirar dali, deixei o aparelho cair próximo aos meus pés. Me estiquei para alcançá-lo, parecendo um idiota, e com isso perdi toda a coragem de falar as coisas que havia pensado.

Seu cabelo castanho estava preso em uma trança que caía sobre o ombro. Como uma garota podia ser tão adorável?

Ela colocou a mochila entre as pernas e puxou a barra do vestido até cobrir os joelhos, parecia quase tão tímida quanto eu. Quando descemos do carro no estacionamento da Agaton Gymnasieskola, imaginei como ela reagiria se entrelaçássemos nossos dedos, mas me contentei em apoiar a mão nas suas costas enquanto caminhávamos.

Foi quase o melhor dia que eu já tinha passado na escola. Mesmo que eu não tivesse dito tudo que planejei, mesmo que as pessoas me olhassem mais que de costume, tê-la comigo já era o suficiente.

Sentamos juntos durante as aulas. Dava para ver as cabeças se virando para nos olhar sempre que trocávamos algumas palavras. Me perguntei se era tão estranho assim eu estar com uma garota. Talvez não fosse só meu pai que pensasse que eu era gay. Mesmo que fosse isso, não era educado da parte deles estarem tão curiosos.

No almoço, escolhemos uma mesa afastada. Tudo parecia perfeito, até que duas garotas se aproximaram sem serem convidadas.

— Está saindo com Lucy, Axel? Desse jeito vai estar em um caixão antes da formatura — uma delas falou, fazendo Lucy ficar vermelha.

— Tal mãe, tal filha — a outra disse.

Lucy empurrou a cadeira e saiu correndo.

Sem pensar duas vezes, peguei nossas mochilas e fui atrás dela.

Demorei a encontrá-la porque não sabia bem onde procurar. Comecei pelo pátio, com medo que ela tivesse ido se esconder no banheiro feminino, onde eu não poderia entrar. Acabei lhe achando escondida atrás das arquibancadas do ginásio.

Nem Todos Os Príncipes Usam Coroa (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now