Capítulo 6

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Depois que meu pai voltou a cuidar dos seus afazeres na fazenda, fiquei na garagem esperando o sol se pôr

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Depois que meu pai voltou a cuidar dos seus afazeres na fazenda, fiquei na garagem esperando o sol se pôr. Pela fresta da porta, vi quando Lucy passou com sua tia na direção da estrada. O vestido florido balançava com o vento, mechas do cabelo castanho voavam em todas as direções.

Sua tia pareceu esquecer algo, porque voltou para a casa. Lucy ficou mexendo no celular enquanto esperava. Assim que as duas sumiram de vista, entrei e fui atrás da minha mãe.

— Preciso do seu celular — falei entrando no escritório.

Ela estava sentada à mesa, analisando as contas dos negócios da fazendo, com os óculos de grau na ponta do nariz. Meu pai trabalhava com o cultivo de batatas, cevada e trigo, mas a agricultura só era possível em seis meses do ano, os mais quentes. Durante o inverno, nossa economia girava apenas em torno da pecuária — com o gado e os cavalos de raça. O equilíbrio dos rendimentos, para que durassem nos meses mais frios, ficava por conta da minha mãe.

Concentrada nos números, ela só apontou com o dedo na direção do aparelho, sem se incomodar em perguntar por que eu queria.

Na agenda, encontrei o número de Lucy salvo e roubei a informação para mim.

— Vou passar o dia na cidade amanhã. Volto no domingo — informei.

Ela ergueu os olhos e me encarou.

— Você acabou de passar semanas com esses amigos. Não pode ficar em casa por um final de semana? Sentimos sua falta.

— Vou me apresentar em uma festa à noite — falei em tom de desculpas. — Preciso me preparar.

Ela respirou fundo e revirou os olhos.

— É o último ano do ensino médio. Você sempre foi o aluno mais aplicado da turma, mas não pode se descuidar. Essas festas são uma perda de tempo...

— Tudo bem, mãe — a interrompi antes que iniciasse um de seus sermões. Coloquei o aparelho sobre a mesa, dei a volta e passei os braços em volta do seu corpo. — Já disse o quanto você está linda hoje?

Ela ficou toda derretida, passou uma das mãos no meu cabelo e beijou minha bochecha.

— Vai ser difícil quando você for para a faculdade. Ficaremos só seu pai e eu nesta casa grande.

Beijei sua testa com força e disse que a deixaria trabalhar, não queria falar sobre faculdade.

No sábado, saí da fazenda bem cedo, antes que Lucy chegasse com sua tia. Não aguentaria olhar para ela. Em Agaton, fui direto para o apartamento de Steven, que estava preparando um vídeo com uma das músicas que eu havia composto nas semanas em Estocolmo.

Ele, assim como meus outros três amigos, tinham mais de vinte anos, mas não me tratavam como adolescente. Havia os conhecido através da minha irmã. Era quase fácil interagir com eles, principalmente porque sempre estávamos bebendo.

Nem Todos Os Príncipes Usam Coroa (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora