Thanks, Kal

By Alelubets

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*CONCLUÍDA* Amber, executiva do Vale do Silício, deixa o paraíso da tecnologia na Califórnia para abrir seu c... More

Capítulo 1 - Good vibes
Capítulo 3 - Amigos?
Capítulo 4 - Pleasure delayer
Capítulo 5 - Homem de aço
Capítulo 6 - Knights of Honor
Capítulo 7 - Bendito sorvete
Capítulo 8 - Such a tease (18+)
Capítulo 9 - Tantas perguntas...
Capítulo 10 - Diante do espelho (18+)
Capítulo 11 - Como uma rainha
Capítulo 12 - Feito com carinho
Capítulo 13 - Tiramisù (18+)
Capítulo 14 - Outro nível
Capítulo 15 - Damas primeiro (18+)
Capítulo 16 - The one
Capítulo 17 - Press tour
Capítulo 18 - Algo novo (18+)
Capítulo 19 - Nosso lugar
Capítulo 20 - Red carpet
Capítulo 21 - Ficção x realidade
Capítulo 22 - Precisamos conversar
Capítulo 23 - Coração Gelado
Capítulo 24 - Paris (+18)
Capítulo 25 - Compromissos
Capítulo 26 - Meu calcanhar de Aquiles
Capítulo 27 - Surpresa!
Capítulo 28 - Mykonos (parte 1)
Capítulo 29 - Mykonos (parte 2)
Capítulo 30 - Café, trabalho e Jimmy Kimmel
Capítulo 31 - #tbt
Capítulo 32 - Contra o tempo
Capítulo 33 - Seguindo em frente
Capítulo 34 - Café, pizza e rock'n'roll
Capítulo 35 - Quem é esse cara?
Capítulo 36 - Se beber, não beije
Capítulo 37 - Ele me beijou
Capítulo 38 - Assumindo riscos
Capítulo 39 - O que nós somos agora?
Capítulo 40 - This is us
Capítulo 41 - Perigosamente melhor
Capítulo 42 - Vinho, fogo e Al Green
Capítulo 43 - Fish and chips
Capítulo 44 - Segunda temporada
Depoimentos TK

Capítulo 2 - Brincando com fogo

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By Alelubets

Londres, Inglaterra

Julho de 2018

Amber

Pela semana seguinte, eu e minha sócia Diana saímos em busca da loja ideal para nossa cafeteria. Sem tempo durante o dia, passei a levar Jackie para passear à noite, desencontrando de Henry em seus passeios matinais com Kal.

Saindo com o carro da garagem depois de alguns dias, o avistei correndo pela rua. Dessa vez trocou os chinelos pelos tênis e estava sem o cachorro. Quando Henry me viu no volante, diminuiu o passo até parar e abaixei o vidro para cumprimentá-lo.

- Bom dia! - Que delícia de sotaque! - não tenho visto você ultimamente. - falou com sua respiração ainda ofegante.

O suor que marcava a camiseta mostrava que estava provavelmente se exercitando pela última hora.

- Sim, precisei mudar meus horários. O projeto da cafeteria está bem encaminhado. Já temos uma loja!

- Que boa notícia! Estava pensando se, de repente, poderíamos sair para conversar um pouco sem os nossos amigos de quatro patas.

Naquele dia, eu tinha tanta coisa para fazer. Reuniões, levantamento de orçamentos para obra, compra de maquinário e móveis. Diante do convite, calculei que chegaria em casa tarde. Não gostaria de ir para nosso primeiro encontro como figurante de The Walking Dead. Achei que seria uma boa ideia combinarmos para sábado à noite.

Passei lentamente cabide por cabide para acabar escolhendo um vestido preto com bordado floral e colorido desde o decote até a bainha. Uma peça que não mostrava muito, mas que poderia despertar interesse, valorizando o que mais gostava em mim: o colo e a cintura. Henry parecia despreocupado ao se vestir, então imaginei que, para aquela ocasião, não iria vestir nada formal. Antes que tocasse a campainha, eu dei a última conferida no espelho, borrifei perfume no pescoço e fiz uma bruma da fragrância sobre a cabeça também.

Minha mente não ousava imaginar uma forma de Henry aparecer mais bonito bem diante da minha porta, me esperando com um sorriso e uma das mãos no bolso. Era a primeira vez que via seu cabelo penteado para trás, já que sempre que o encontrava, estava usando boné. Sua camisa xadrez tinha os dois primeiros botões abertos e as mangas dobradas até o cotovelo. Não sei se ele percebeu, mas tenho quase certeza que deixei ligeiramente o queixo cair.

- Olá! Só preciso pegar a bolsa. Um minuto!

Quando voltei, ele tinha um elogio pronto na ponta da língua.

- Você está muito bonita. - Dando ênfase ao "muito", o que fez meu rosto inteiro queimar de vergonha.

- Obrigada. Peguei o primeiro vestido que encontrei. - Mentira, Amber!

- Está incrível. Vamos?

Henry nos conduziu em seu carro até um aconchegante e antigo restaurante de cozinha mediterrânea da cidade.

- É lindo aqui! - falei, olhando os lustres pendurados no teto. - Parece que estamos em outra época.

- Espero que goste de cozinha mediterrânea. Eu deveria ter perguntado antes, não? Desculpe. - disse ele, se escondendo atrás do cardápio.

- Você está brincando? É uma das minhas preferidas.

- Que bom. Nós temos ótimas opções aqui.

Demos uma olhada no menu e eu não parava de repetir para mim mesma: meu Deus!

- O que gostaria de beber? - antecipou-se ao ver que o atendente se aproximava.

- Um gin com bastante gelo para mim, por favor. - respondi direto ao garçom.

- Para mim, um vinho branco. Vocês teriam aquele sulafricano?

- Desculpe, Senhor. Ainda não repusemos este. - o atendente respondeu.

- Então me traga este aqui, por favor. - Henry indicou na carta de vinhos - Obrigado!

Observei encantada com seu sorriso e simpatia.

- Como andam os negócios? - Debruçou-se sobre a mesa com os dedos entrelaçados, demonstrando interesse.

- Bem, ainda estou acertando com fornecedores. Quero inaugurar quando tivermos tudo pronto.

- Claro. Meu trabalho é um pouco diferente do seu, mas de repente, eu tenho contatos que facilitem as coisas para você que veio de outra cidade. Não sei, estou aqui para ajudar. Não tenha vergonha de pedir.

- Obrigada, Henry. É muito gentil da sua parte. O que você faz, afinal? Não me falou sobre seu trabalho ainda.

- Eu sou ator.

- Ator? Nossa! Não fazia ideia. - Ele riu timidamente com as minhas palavras.

- Sim. Recentemente, fiz uma série de época produzida aqui mesmo no Reino Unido e fiz alguns filmes também. Ainda não pintou um grande papel. Nada a ponto de me impedir de andar anonimamente na rua. - brincou.

- Desculpe por não conhecer seu trabalho. Talvez eu já tenha assistido algo e não me lembre. Diga o nome de alguns filmes para eu assistir.

- Digo. Eu a convidaria para assistir em casa, mas seria muito narcisista e bem esquisito chamá-la para me ver atuando. Eu mesmo não assisto.

- Eu adoraria, mas se te deixa constrangido, eu posso assistir sozinha. - falei.

- Mantenho o convite, mas para assistir qualquer outra coisa. Pode ser?

- Ok, como preferir.

Henry contou situações engraçadas de audições que participou no início da carreira, sobre sua vida nos sets de filmagem e outras curiosidades sobre filmes. Foi uma delícia ouvi-lo falar de forma tão solta e relaxada, como se fôssemos velhos amigos. Não pareceu fazer esforços para me impressionar e contou tudo com simplicidade, como se trabalhasse em um escritório de segunda à sexta. A conversa fluiu tão bem que demoramos a perceber que os pratos já tinham sido retirados e nossas taças já estavam vazias.

- Gostaria de pedir mais alguma coisa, senhores? - o atendente perguntou.

Olhei para Henry e respondi por nós dois.

- Não, obrigada. Já podemos pedir a conta?

Ele notou que eu não lhe permitiria pagar a conta sozinho.

- Eu espero que você não esteja planejando pagar. - ele disse, em tom de brincadeira.

- Claro que estou. Podemos pelo menos dividir.

- De jeito nenhum, Amber. Por favor, você é minha convidada. Permita-me fazer isso como um presente de boas-vindas.

Seu pedido me fez fechar de novo o zíper da bolsa, mas seria só daquela vez.

- Só hoje, hein!

Ao sairmos da mesa, de repente senti um calor na parte baixa das minhas costas. Era sua mão me conduzindo à sua frente pelo caminho estreito entre as mesas. Aquele toque quente e suave fez com que me escapasse um sorriso que não foi visto por ele.

- Chegamos. - disse Henry, assim que encostou com o carro em frente à minha casa. - Vou com você até a porta.

- Não precisa. - Coloquei minha mão sobre a sua. - Bem, se me acompanhar até a porta, vou convidar para mais uma taça de vinho e você não vai poder negar.

Ele riu e eu me toquei que ainda estava com a mão sobre a sua.

- Não foi minha intenção, mas posso ficar por alguns minutos, ok?

- Ok.

Destranquei a porta e entrei, segurando-a com um gesto para que ele entrasse.

- Por favor. Este é o meu esconderijo.

- Um belo esconderijo. - Ele riu e me seguiu pelo corredor timidamente.

Procurei o melhor vinho na despensa, na intenção de impressioná-lo e a escolha não passou despercebida quando pus a garrafa sobre a mesa da sala.

- Ótimo vinho! Por algum motivo, pensei que você morava com sua amiga Diana. - ele disse.

- Não. Diana já é casada e tem filhos. Vim para cá sozinha mesmo.

- Entendo. Eu gosto de ficar sozinho, ter liberdade e silêncio. - disse, rodeando a borda da taça com o dedo e um olhar vago.

Foi quando notei que seus olhos não eram igualmente azuis. Henry tinha uma mancha castanha em um dos olhos. Fiquei bons minutos sem conseguir prestar atenção em outra coisa. Quanto mais observava, mais queria saber sobre ele. Queria ver mais do seu sorriso moderado, sentir seu cabelo entre os meus dedos, abrir mais alguns botões e sentir a pele coberta por aquela camisa. O vinho me provocou tanto calor que precisei prender o cabelo. Enquanto eu juntava as mechas no alto da cabeça, notei que ele me espiava e falhava ao disfarçar.

- Está bem quente aqui. - comentei.

- Está. - respondeu, instintivamente.

- Vou ajustar a temperatura. Já volto.

Sentei ao seu lado, um pouco mais perto, quando voltei.

- Prontinho. Mais vinho? - ofereci.

- Hmm... Não deveria, mas sim.

Completei sua taça até a metade e me senti mais à vontade para investigar.

- Então, é só você e Kal?

- Eu e Kal. Acho que ele tem mais paciência com minhas idas e vindas por causa do trabalho do que as namoradas que tive.

- Alguém cuida dele quando você está longe?

- Sim, tenho alguém de confiança para isso, mas o levo comigo sempre que posso.

- Só ele tem sua atenção no momento?

Perguntar isso me exigiu um tanto de ousadia e fez Henry respirar fundo antes de responder.

- Relacionamentos podem não ser tão simples, às vezes. Tenho curtido estar sozinho por um tempo, mas acredito que uma hora vou encontrar alguém. Sabe? Dizem que a gente sente quando encontra.

Seu olhar direto parecia uma lança me atravessando. Bebeu o vinho em paz como se não tivesse acabado de me atingir. Soltei um pigarro e me ajeitei no assento.

- Sei. - Minha voz soou mais fraca do que eu tinha planejado.

- E... Você tem alguém na Califórnia?

Ele bebeu o último gole de vinho, aguardando a resposta que serviria de sinal verde.

- O que tenho de mais importante trouxe comigo. - respondi, encolhendo os ombros.

Ele riu discretamente, disse que gostaria de ficar um pouco mais, mas precisava ir. Acompanhei Henry até a porta e ele se aproximou para um abraço, trazendo um perfume bom impregnado em sua camisa.

- Obrigada. - Foi o que dei conta de dizer com aquele muro de homem segurando meu corpo.

Sua mão deslizou do meu ombro à ponta dos dedos quando afrouxou o abraço. Um recorde de contato que tivemos naquela noite.

- Eu que agradeço. - Com a fala discretamente mais lenta, percebi os efeitos do álcool correndo em suas veias.

Mantive uma distância segura por uns segundos, sem conseguir mover os pés do lugar. Ele segurou minha mão e puxou-me com firmeza para mais perto. Não vi meios de voltar atrás com sua respiração misturada à minha e seus olhos coloridos procurando minha aprovação. Só me restava fechar os olhos e deixar acontecer.

Henry encostou os lábios em um beijo suave. Como não ofereci nenhuma resistência, ele envolveu meu rosto entre suas mãos. Fiquei tão anestesiada que não sabia o que fazer. Então, decidi me render e abraçá-lo em volta do pescoço, acariciando seus ombros tensos. O beijo evoluiu lentamente e quando minha língua procurou a sua, Henry recuou. Fiquei sem palavras, esperei apenas continuar.

- Desculpe. Realmente preciso ir. - disse, encostando a testa na minha. - Boa noite, Amber!

Saiu com o mesmo sorriso contido que tinha entrado.

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