a heavenly way to die × jason...

By constantinw

14.9K 1.4K 352

𝐣𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐭𝐨𝐝𝐝 × 𝐟𝐞𝐦𝐚𝐥𝐞 𝐨𝐜; 𝐝𝐜 𝐮𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐞 𝐟𝐚𝐧𝐟𝐢𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧; 𝐩𝐭-𝐛𝐫. Maddi... More

- epigraph
- notes
- i.
- ii.
- iii.
- iv.
- v
- vi.
- vii.
- viii.
- x.
- xi.
- xii.
- xiii.
- xiv.
- xv.
- xvi.

- ix.

513 67 8
By constantinw

gotham city, 1:07pm
departamento de polícia
12° distrito

               MADDIE OCEANS nunca admitiria em voz alta, mas Louis Duquense realmente era um bom detetive. Eles saíram do terraço e se alojaram em uma sala de interrogatório que não era mais usada, porque, uma vez, um adolescente raivoso jogou uma cadeira de metal contra o vidro espelhado. Consertar aquilo estava fora de questão, foi preferível usar a outra sala disponível para os interrogatórios, aquela estava abandonada até então. E como Louis Duquense prezava pela privacidade, foi lá que ele ficaram confinados nas últimas seis horas.

               — Conte tudo de novo. — Ele disse.

               Maddie suspirou e se encolheu na cadeira. L estendeu um copo de café como incentivo, mas o café da delegacia tinha gosto de lavagem. Ela aceitou mesmo assim, e depois de alguns poucos goles — seguidos por uma careta de desgosto —, suspirou e contou a mesma história mais uma vez:

               — Mitch e eu fomos os primeiros a entrar no galpão, os tiros tinham parado.

               — Quando eles começaram?

               —  O quê?

               — Os tiros.

               — Acho que assim que o Capuz Vermelho chegou.

               L achou isso um detalhe digno de anotação, e fez um sinal com o dedo para que ela continuasse.

               — Já havia tido uma explosão. Eu não sei o que causou, acho que foram os homens do Langdon. Eu entrei e comecei a atirar.

               — E o Aubry?

               Maddie começava a ficar irritada com as interrupções. Ou aparentava. Sua verdadeira preocupação era falar algo que alertasse Louis Duquense sobre a real profundidade do que aconteceu naquela noite. 

               — O que tem ele?

               — O que ele estava fazendo?

               — Ele estava atrás de mim.

               — Ele atirou?

               — Por que isso importa?

               — Maddie, ele atirou?

               Ela recorreu ao café com gosto de lavagem, ganhando segundos para decidir se mentiria para preservar a memória de Mitch e talvez a própria vida, ou diria a verdade e talvez indicasse um comportamento fora do normal da parte de Mitch, que poderia evidenciar que os papéis de criminosos e mocinhos estavam muito mal definidos naquela noite. Por fim, bateu o copo na mesa, como pessoas fazem em bares depois de entornar uma dose de algo com álcool.

               — Sim.

               L pareceu digerir essa afirmação por alguns segundos. Murmurou um "ok" e virou as costas para ela, fixando a atenção no quadro com a linha temporal.

               — Isso não faz sentido.

               Ele usava óculos quando estava escrevendo ou lendo, e tinha uma espécie de tique nervoso quando Maddie "não conseguia" responder alguma pergunta ou quando havia muitos furos na história. Passava o dedo médio pela cana do nariz, mesmo que os óculos não estivessem caindo.

               — O que não faz sentido? — Maddie perguntou, se posicionando ao lado de L, com os braços cruzados e uma expressão concentrada.

               Mas eles estavam se concentrando em coisas diferentes. L tentava fazer as perguntas certas, e Maddie tentava contar as mentiras certas.

               — Você deveria estar morta.

               — Foi mais direto do que eu pensei que seria. — Ela falou, tentando não parecer em choque, mas sua voz falhou no final.

               — Por que o Capuz Vermelho mataria Mitch Aubry e não você?

               — Porque ele não teve tempo. — Uma terceira voz ecoou na sala. Pete Harmon. — Ele ia atirar na Maddie mas conseguimos entrar na sala.

               L olhou para Maddie como se fosse pedir uma confirmação, mas ao invés disso, voltou sua atenção para o policial recém chegado, e manteve um tom amigável, apesar de uma sombra de dúvida pairar sobre seus olhos castanhos.

               — O que está fazendo aqui?

               — O Capitão saiu mais cedo e nós estávamos pensando em ir juntos pro Big Joe.

               — Big Joe?

               — É um bar, fica a duas quadras daqui. — Maddie explicou, se pronunciando pela primeira vez desde a chegada de Pete.

               — Acho que... Pode ser bom fazer uma pausa. — Concluiu, não parecendo muito certo disso.

               — Ótimo. E você, Maddie?

               — Ah, não. Eu tenho que resolver uma coisa.

               A resposta vaga bastou para Pete, que se retirou em seguida, mas L parecia querer perguntar algo com os olhos.

               — O que-

               — Se me dá licença, eu estou olhando para a sua cara há seis horas initerruptas. — Ela recolheu seu casaco e o jogou sobre os ombros, marchando para a saída.

               Oceans só percebeu que estava segurando a respiração quando soltou um longo suspiro ao pisar fora da delegacia.  Como sempre, estava relativamente frio em Gotham. Nessa época do ano, as pessoas se obrigam a sair de suas respectivas casas e locais de trabalho com casacos, sem saber o que esperar do tempo. Talvez choveria até o fim do dia.

               Maddie entrou no seu carro e encarou a caixa sobre o banco do passageiro. Tinha deixado de pensar sobre o dinheiro durante as horas de conversa com L, mas agora ele estava ali, como o Fantasma do Natal Passado em uma caixa de sapato.

               Esperou alguns minutos até ver os seus colegas de trabalho saindo em um grupo de seis e andando na direção contrária ao carro de Maddie, descendo a rua em direção ao Big Joe. Notou que Louis Duquense olhava por cima do próprio ombro. Imaginou se ele se sentiria desconfortável ou estaria na companhia dos seus iguais. Mas decidiu que trabalharia em um dilema por vez.

               Ligou o carro e deu partida. Estava em Gotham há poucos meses, mas já conhecia uns bons pontos de referência. Não muito distante da delegacia — cerca de seis minutos de carro — ficava um dos vários orfanatos da cidade. Ela não precisou pesquisar muito para saber que aquele lugar definitivamente sofria com a escassez de investimentos e doações. A estrutura antiga do Orfanato Independente da Senhora Fouler podia facilmente ser confundida com algo tirado de um filme de terror. Devia ser ainda pior por dentro, mas ela não ficaria por muito tempo para descobrir.

               A policial saiu do carro, com a caixa junto ao peito. Bateu a porta atrás de si e subiu os degraus de uma curta escadaria que terminava em uma porta de madeira de qualidade extremamente duvidosa. Cerrou o punho e bateu três vezes com os nós dos dedos. A porta se abriu e Maddie teve que olhar para baixo, um pequena senhora parecia muito irritada por ter que andar até ali.

               — Você é a Senhora Fouler?

               — Sou. E quem é você?

               — Ninguém importante. 

               Maddie estendeu a caixa de sapato para a Senhora Fouler, ansiosa para deixar de ter contato com aquilo. Fouler ainda parecia desconfiada.

               — O que é isso?

               — Uma doação.

               Só então a velha pareceu interessada em ver o conteúdo da caixa, e quando suas mãos trêmulas finalmente conseguiram retirar a tampa, os olhos emoldurados por rugas profundas brilharam.

               — Oh, meu Deus! Quanto tem aqui?

               — O suficiente, eu espero.

               A Senhora Fouler tentou convencer Maddie a entrar, mas a policial dispensou dizendo que estava com pressa. Enfatizou o desejo de manter a doação anônima, que Fouler não hesitou em garantir. Voltou para dentro e a euforia tomou conta das crianças.

               Oceans respirou fundo, se sentindo melhor por ter um problema a menos. Caminhou calmamente de volta para o carro e se permitiu perder a postura no banco do motorista após fechar a porta. Mas a calmaria que antecede a tempestade durou poucos segundos quando ela percebeu um detalhe pequeno, mas importante: tinha deixado sua arma sobre o painel do carro, e agora não estava lá.

               — Nós temos muito o que conversar. — A voz de Louis Duquense fez um calafrio percorrer sua espinha. 

Continue Reading

You'll Also Like

7.2K 483 42
Versão 1 "Me mate me destrua, faça o que quiser mas eu não me ajoelho para ninguém." Kaylee Roy filha de um criminoso, irmã do chefe da gangue Las Se...
39.1K 1.4K 41
Uma garota chamada renata está a anos num leilão de garotas pois todas são vendidas como mercadorias para pessoas ricas e importantes... Num desses l...
1.3M 88.9K 108
Any Gabrielly atualmente uma advogada de sucesso. Vive em perigo por conta do emprego do seu pai, que é delegado. Para garantir a segurança da filha...
123K 13.1K 25
《[CONCLUÍDA] - MINSUNG》 《Bangchan; Chefe dos profissionais - os mesmos que estão dispostos a procurar tals criminosos - Chamou um grupo que estava or...