Lora Bertholdi
Chegando ao hospital não pude ver Fellipo de imediato, Lavínia resolvera fazer o papel de mãe preocupada com o filho e de bagagem trouxera Giordana. Eu estava com raiva, extremamente estressada e só desejava falar com Fellipo, Lorenzo me segurava e possuía uma expressão estranha no rosto.
Algo estava acontecendo e ninguém queria me contar.
Estou esperando ansiosa quando Lavínia saí de dentro do quarto com um sorriso presunçoso em minha direção. Tinha a sensação de que ela havia aprontado.
Passaram por mim com o nariz em pé e em um ato infantil mostrei a língua para aquela bruxa, odiava aquela mulher e o codinome sogra cobra servia pra ela.
Ouvi Lorenzo e Violetta rirem com o meu gesto, estava pior que Stella e Henrique disso eu sabia.
Afastei aquela presença horrível dela e entrei ansiosa no quarto onde Fellipo agora estava de olhos abertos. Aqueles belos olhos que me faziam delirar só dele me olhar intensamente, sorri com uma felicidade que não cabia em meu peito e o abracei forte sem pestanejar.
— Que susto você me deu Fellipo Barone.
O olhei sorrindo e acariciando seu rosto. Porém ele me parecia confuso, algo no olhar dele estava diferente, ele parecia não me reconhecer.
— Quem é você?
O meu mundo parou a partir daquela pergunta, a confusão me tomou e temi pelo o que poderia ter acontecido.
— Sou Lora, lembra?
— Desculpa, eu não lembro de você.
Droga, mil vezes droga.
Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, não queria nem pensar que era isso, não podia ser.
— Você não lembra de nada?
Perguntei com alguma esperança.
— De você não... lembro da minha mamma, de Giordanna, Lorenzo e até de meu papà.- Ele diz aquilo com inocência e confusão.
Não podia culpá-lo, mas aquilo doía como um inferno. Ele não lembrava de mim, até mesmo da sonsa da noiva ele lembrava, mas não de mim, o amor da sua vida.
Foi impossível não chorar, eu sentia aquilo na alma.
Senti dedos tocarem meu rosto e me permiti aproveitar o carinho que Fellipo me proporcionava por pena.
— Não chore, bella.- Ele secou minhas lágrimas.
Eu não pude me conter, não naquele momento. Beijei-o com todo o meu amor e mesmo que pego de surpresa senti sua língua desenrolar em reciprocidade.
Estava com saudade, muita saudade.
Beijar com amor era como ir ao céu, era uma sensação inexplicável, não era vazio.
Nos afastamos ofegantes, senti seu olhar quente em mim e o maldito sorriso de canto.
— Eu não sei quem é você, mas eu gostei, muito.- Sorri pra ele tímida.
Ele me fazia parecer uma menina na adolescência, descobrindo as primeiras sensações.
— Mas isso é errado, eu sou noivo.- Ele fala recobrando os sentidos.
Era isso que Lavínia queria e parecia ter conseguido.
[...]
... 5 MESES DEPOIS ...
Estava cada vez mais focada em procurar provas, Heitor continuava em casa como um rei e rodeando Fellipo. Porém Lorenzo sabia como deixar o velho quieto por um tempo, tudo parecia ter voltado ao normal. Menos a memória de Fellipo sobre mim. Ele não lembrava, não importava o que se mostrava ou falava.
Ele já havia voltado a sua rotina, vivia na máfia, noivo de Giordana e com uma louca obsessiva por ele no encalço, no caso eu.
Eu estava cansada psicologicamente, nada do que fazia ajudava ele a lembrar. Eu parecia uma louca correndo atrás dele e sendo mal tratada, por que era isso que ele estava fazendo comigo.
Não havia um encontro nosso que não mandava ele se foder e o mesmo apenas ria da minha cara.
Tinha cansado, mas eu manteria Heitor longe, era uma promessa.
Estava mais uma vez xeretando alguns arquivos em busca de uma pequena informação que seria muito valiosa.
Faltava apenas uma única ligação para colocar finalmente Heitor pra ver o sol nascer quadrado. E uma pasta me deu o que precisa, era como um dossiê recheado de crimes, todos cometidos por ele.
Torturas, chacinas e alguns comandos para a morte de pessoas importantes.
Bingo.
Eu havia encontrado o que precisava, porém o barulho da porta se abrindo me assustou como o inferno e fez eu cair pra trás.
Fellipo olhava em minha direção com sobrancelhas arqueadas e uma caranga totalmente séria.
— Merda.
Tratei de juntar as folhas em meio a pasta e sair como se nada estivesse acontecido, deveria ter sido mais cuidadosa.
Estava passando por ele quando meu braço foi segurado fortemente e eu fui coagida a me sentar.
— O que acha que tá fazendo, pirralha?
Aquele apelido...
Ele lembrava?
— Nada que te interesse.
Eu sei que pra quem está querendo conquistar o boy eu estava péssima, mas era para o bem de Fellipo.
Ele puxou a pasta de minhas mãos e a folheou, não tive tempo se quer para protestar.
— Acho que alguém tá querendo ferrar o papai por aqui.- Ele sorriu cínico em minha direção.
Revirei meus olhos puxando a pasta para mim.
— Não seja um mala e vá atrás da sua noiva.- Falei com desdenho prestes a sair fora.
Porém fui imprensada na parede, esse homem ainda acabaria comigo. Uma hora me ignora, não lembra de mim, não me quer e diz que tá noivo. Na outra, me enche a paciência, fica me olhando desse jeito e me acariciando mais do que necessário.
Eu não sou de ferro.
— Você fica tão linda brava...- Arrepiei com o toque maroto em meus lábios.
— Não vai me dizer que é noivo agora?- Debochei.
Ele acenou negativamente e atacou meus lábios logo em seguida. Fazendo minha barriga formigar de excitação, seus lábios desceram perigosamente em meu pescoço, enquanto que seus dedos trabalhavam de modo sensual em meu corpo. O mesmo me sentou em cima da mesa de mogno com força, não parando de beijar a minha pele, me permiti aproveitar aquele momento.
Que explodisse o mundo lá fora.
Ele desabotoou minha blusa com cuidado, me deixando totalmente exposta. Seus hábeis dedos deixaram meus seios livres e logo sua boca trabalhava nos mamilos ardilosa mente.
Não fazia ideia de como tínhamos parados naquela posição, mas eu queria terminar gozando.
Ele se afastou me olhando com um sorriso incrível, um sorriso que fazia o meu dia muito melhor.
— Deixe-me cuidar de você, baby.
Eu delirei ao ouvir aquilo e deixei ele fazer o que quisesse de mim.
Seus lábios desceram até a cicatriz que havia tirado o meu filho de mim e com cuidado acariciou com a boca.
Era como se ele soubesse, de alguma maneira o que aquela marca significava.
Eu o amava como nunca e não deixaria que nada e nem ninguém nos separasse.
— Faça amor comigo...- As palavras se soltaram de meus lábios.
— Com todo o prazer, amore.