Irresistível - O Caso Portill...

By PricaWenzel

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Sinopse: Alfonso viu sua mãe ser assassinada diante dos seus olhos quando tinha 18 anos. 09 anos depois ele s... More

Prólogo
Capítulo 01
Capitulo 02
Capitulo 03
Capitulo 04
Capitulo 05
Capítulo 06
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Epílogo
Agradecimentos!

Capítulo 07

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By PricaWenzel

Pra não levantar suspeitas aceitei em ir no jatinho particular de Juan Von Uckermann deixando o meu pra Christian e Angelique irem pra Juarez. Quando chegamos ao local da decolagem Christopher e Dulce nos esperavam.

- Oi. - Anahí forçou um sorriso cumprimentando os dois.

- Como esta amiga... Prazer Alfonso, me chamo Dulce.

- Prazer! - respondi apertando a mão dela.

- Eu sou o Christopher filho do Juan. - apertou minha mão.

Entramos no jatinho e nos acomodamos, tinha que admitir que Juan tinha bom gosto.

- Any você não tem noção do que nossos pais querem com a gente? - Christopher indagou.

- Não, só sei que é uma surpresa. - suspirou com a cabeça encostada no meu ombro.

Fiquei mexendo nos cabelos de Anahí até perceber que ela tinha pegado no sono, assim como Dulce. Inclinei minha poltrona e a dela de modo que ficasse mais confortável.

- Mulheres não resistem a decolagens. - Christopher sorriu me encarando e encarou Dulce que com a cabeça deitada no colo dele dormia.

- Pois é, mas ela estava cansada. - sorri de lado lembrando do fim de tarde que tivemos e de quase termos perdido a hora pra vir pra cá.

- Muito bom saber que a minha “irmã” conheceu você, Any merece encontrar um cara legal. - sorriu.

- Obrigado pela parte do “cara legal”... Você já conhecia a família dela antes... Dela perder o pai.

- Ela te contou do pai?

- Sim... Algum problema?

- Não é que Anahí não fala disso com ninguém, mas se ela contou pra você é porque confia em você. - sorriu. - Quanto à sua pergunta, eu não as conhecia, só fui saber delas quando praticamente a cidade inteira soube do assassinato, acho que as pessoas comentam até hoje... Só uns 04 anos depois as conheci pessoalmente, quando meu pai se envolveu com a mãe dela.

- Entendo... E você lembra como as coisas estavam entre as duas?

- Acho que bem... Marichello não deixava Anahí sair de casa e mesmo infeliz por algum motivo ela aceitava e obedecia a mãe... Lembro de muitas vezes Anahí ser convidada pra festas de faculdade e recusar, isso a excluiu dos grupos e a deixou bem sozinha... Mas ainda bem que quando ela se formou no fim do ano passado ela chutou o balde e resolveu se mudar pra capital... Marichello estava sufocando a filha e ninguém consegue viver assim por muito tempo.

- Ela me contou que seu pai convenceu a mãe dela e você já estava aqui há um ano.

- Sim, meu pai quem convenceu a Marichello e foi muito bom pra eu e pra Any virmos pra cá... Tivemos muita sorte aqui, tanto profissional quanto pessoal. - sorriu encarando Dulce. - Olha a conversa ta boa, mas acho que vou fazer igual elas e dormir um pouco, viagens sempre me deixam com preguiça. - sorriu acomodando a poltrona.

Sorri e percebi que em poucos minutos Christopher havia pegado no sono.

Encarei minha linda garota dormindo nos meus braços e jurei pra mim mesmo que faria o impossível pra que nunca mais ela saísse da minha vida. Anahí além de linda, era honesta, determinada, de bom coração e muito boa com todo mundo, qualquer um que convivesse com ela a adoraria. E eu contava que as qualidades dela ficariam ao meu favor e a fizessem entender e me perdoar por ter omitido a verdade dela até agora.

Porém uma coisa ainda me preocupava: Marichello e a reação que ela poderia ter quando me visse. Eu não podia deixar ela contar tudo pra filha, ela havia nos colocado nessa situação e teria que guardar segredo até a hora em que eu achasse certa pra contar tudo.

Quando desembarcamos tanto Christopher quanto Anahí optaram por ficar em um hotel. A explicação é que não queriam incomodar os pais. Mas eu sabia que Marichello encheria Anahí de perguntas e ela queria adiar isso o quanto fosse possível.

Eu é que não iria ser idiota de reclamar, afinal não sei se seria capaz de fazer a linha de bom moço e dormir num quarto separado de Anahí só porque estava na casa da mãe dela.

Dei graças a Deus quando chegamos ao hotel. Eu estava exausta e nenhum pouco a fim de responder ao bombardeio de perguntas que a minha mãe faria sobre a cidade, meu emprego, amigos, Alfonso. Tenho certeza que Alfonso havia entendido minha escolha e do Ucker.

Entrei no banheiro pra lavar o rosto e aproveitei pra me trocar. Sorri ao imaginar a reação do Alfonso ao me ver com aquela camisola vermelha e totalmente transparente. Minha intenção era estreia-la no apartamento dele.

Quando sai do banheiro Alfonso estava de costas mexendo na mala e já tinha tirado a camisa. Quase perdi o fôlego com a visão dos músculos dele bem definidos e da tatuagem. Me aproximei descalça e não sei se ele não percebeu ou se fingiu não notar.

O abracei por trás e senti quando ele ficou tenso e começou a respirar pesadamente. Fechei os olhos me deliciando com o perfume dele e comecei a beijar suas costas.

As mãos dele se entrelaçaram com as minhas apertando-as com força. Sorri quando ele gemeu.

- Pensei que estivesse cansada e quisesse dormir.

- Já dormi no avião. - sussurrei adorando provocá-lo.

Alfonso grunhiu e se virou me fazendo soltá-lo. Sorri sentindo meu rosto pegar fogo quando ele viu a camisola que eu usava. Estreitando os olhos ele me fuzilou de cima a baixo.

- Essa camisola eu não conhecia.

- Comprei pra dormir com você. - acariciei os pêlos e o peito macio dele.

- Acho que gostei da idéia. - sorriu e me encarou outra vez de cima a baixo.

Seu braço envolveu minha cintura e seus lábios grudaram nos meus com vontade mordendo, sugando, lambendo. Sua língua invadiu minha boca exigindo e tomando tudo de mim. Senti meu sangue ferver e correr pelo meu corpo enquanto minhas pernas começavam a amolecer. Era isso que Alfonso fazia comigo, quando ele me tocava meu corpo o obedecia como que por reflexo entregando-se totalmente.

Gemendo dentro da minha boca, ele me pegou no colo e me deitou na cama. Seus lábios abocanharam um dos meus seios por cima da camisola e eu gemi jogando a cabeça pra trás.

- Da quase pra sentir seus seios na minha boca. - ele falou me largando. - Mas prefiro o sabor original.

Puxando a barra da camisola até acima dos meus seios, eles os sugou outra vez dessa vez sem nenhuma barreira pra atrapalhar. A sensação foi mais intensa e logo eu estava arfando, tremendamente excitada e impaciente pelo momento em que ele meteria em mim.

Sua mão acariciou minha cintura e afastei minhas pernas ansiando pelo momento em que ele chegaria a minha intimidade. Mordi o lábio sentindo minha boca seca.

- Tem alguém que esta ansiosa por alguma coisa, o que será hein?! - provocou e lambeu o vão entre meus seios.

- Você sabe Poncho. - ofeguei apertando o ombro dele.

- Acho que a viagem me deixou meio esquecido, será que você pode me dizer? - lambeu minha barriga.

Grunhi sabendo que ele estava fazendo de propósito. O filho da mãe sabia o que provocava em mim e estava gostando daquela brincadeira.

- Quero que você faça o que fez agora... No meio das minhas pernas. - ofeguei.

- Hum deixa eu ver se entendi. - grunhi e se afastou.

Me excitei ainda mais quando ele afastou minhas pernas e se posicionou entre elas.

- Você quer que eu faça isso... - lambeu minha coxa e eu gemi. - Mas aqui? - lambeu toda a extensão da minha intimidade, quase gritei jogando o quadril na direção dele.- Assim?

- Sim! - gemi e minha resposta não passou de um sussurro.

Alfonso grunhiu e investiu pra valer contra meu clitóris e toda a minha intimidade. Tudo ficou pior e mais intenso quando enfiou os dedos dele dentro de mim.

- Você me deixa de pau duro gemendo desse jeito e quando me diz o que fazer com você.

- Ah é? Então me faz gozar. - provoquei.

Alfonso me provocava a ponto de me enlouquecer, meu corpo respondia à ele de uma forma inexplicável e que ninguém nunca tinha conseguido antes. Era como se eu sempre tivesse sido dele.

Agarrei o lençol com força e estremeci enquanto Alfonso investia contra mim, eu podia jurar que estava no paraíso.

Alfonso se afastou e ouvi o barulho de uma embalagem se abrindo. Antes que eu tivesse tempo pra me recuperar seu pau duro estava dentro de mim, me preenchendo e me levando ao paraíso de novo.

- Adoro sentir você dentro de mim. - sussurrei e mordisquei a orelha dele.

Alfonso grunhiu aumentando o ritmo da penetração, o rosto enfiado no meio dos meus cabelos. Envolvi minhas pernas em torno do quadril dele. Uma de suas mãos segurou meu quadril e a outra desceu até o meio das minhas pernas.

Alfonso me beijou abafando nossos gemidos enquanto suas mãos me provocavam e ele entrava e saia de dentro de mim cada vez com mais força. Gozamos juntos do jeito que ele adorava fazer.

Fiquei alguns segundos acariciando os cabelos dele até Alfonso sair de cima de mim e me puxar pro seus braços. Puxando o lençol ele nos cobriu e me beijou na testa. Apaguei segundos depois sem me importar com o fato de estarmos sem roupa.

Na manhã seguinte tomamos café e fomos de táxi até a casa de Marichello e Juan. Anahí estava calada e respirou fundo quando desceu do táxi, ela parecia mais nervosa do que eu.

Ucker e Dulce entraram na frente e eu segui Anahí sem abrir a boca, só observando o lugar.

Uma emprega abriu a porta e entramos na sala. Quando ela saiu pra anunciar nossa chegada, um pastor alemão entrou na sala mancando. O rabo dele balançou freneticamente ao ver os visitantes.

- Lionel! - Anahí abaixou e o cachorro veio quase correndo pra cima dela. - Que saudade! - o abraçou e percebi que ela estava se contendo pra não chorar. Pelas minhas contas rápidas Any ganhou o cachorro e pouco tempo depois perdeu o pai.

- Oi amigão como você ta? - Ucker acariciou a cabeça dele com Dulce ao seu lado.

O cachorro se aproximou de mim e sorri acariciando a cabeça dele. Anahí riu quando lambeu minha mão.

- Acho que ele gostou de você. - me encarou enxugando o rosto e sorrindo ao mesmo tempo.

- Também gostei dele. - sorri.

Anahí voltou a se abaixar e Lionel deitou de barriga pra cima se deliciando com os carinhos da dona e de Dulce. Me dei conta que seria capaz de levar Lionel pra morar no meu apartamento, apenas pelo prazer de ver Anahí feliz daquele jeito. Pra alguém que adorava animais, era bonito ver a cumplicidade entre os dois.

- Ah vocês chegaram, eu vou matá-los por não terem vindo pra cá. - uma mulher entrou na sala, Marichello seguida de um homem, Juan.

- Oi tia. - Dulce se aproximou a cumprimentando.

- E ai pai? - Ucker o cumprimentou.

- Como estão? - Juan os cumprimentou, notei que era um senhor simpático e sorridente.

- Ótimo, ta tudo bem. - Ucker sorriu respondendo.

Marichello se aproximou de Anahí e a abraçou.

- Graças a Deus você voltou. - sussurrou, mas eu consegui ouvir.

- Mãe é só uma visita. - forçou um sorriso ao se afastar.

- Mesmo assim, é muito bom te ver em casa de novo. - acariciou o rosto de Anahí emocionada.

- É... Mãe, esse é o rapaz que falamos, Alfonso. - Anahí nos apresentou um tanto sem graça.

Marichello me encarou e soube que ia acontecer. O sorriso dela se desfez na hora e percebi que ela me reconheceu.

- Você! - sussurrou espantada.

- Prazer senhora. - estendi a mão sem tirar os olhos dela.

- Vocês se conhecem? - Anahí estranhou.

Pensei que Marichello ia revelar tudo e estragar meus planos.

- Da revista... Já ouvi falar do Alfonso Herrera né querido? - ela forçou um sorriso.

- Sim... Como esta querida? - Juan cumprimentou Anahí e depois me cumprimentou. - Prazer.

- Igualmente. - respondi.

- Venham, vamos sentar aqui na sala. - Juan sorriu e nos conduziu.

Segurei a mão de Anahí pra Marichello entender que estávamos juntos e eu não estava ali apenas pra fazer a segurança dela. Por alguma razão Marichello não me denunciou logo de cara e eu ia descobrir por que.

Estranhei a atitude da minha mãe quando viu Alfonso, parecia até que ela o conhecia. E durante todo o tempo em que ficamos conversando na sala, minha mãe estava séria e não parava de encarar Alfonso. Será que ela não tinha gostado dele? Acho meio impossível dado que todas as mulheres ficam babando por ele.

- Querido por que você não leva o pessoal pro jardim, o almoço ta quase pronto. - minha mãe se manifestou.

- Claro, me acompanhem, por favor. - Juan se levantou e fizemos o mesmo.

- Alfonso podemos conversar? - minha mãe perguntou me pegando de surpresa.

- Claro! - ele assentiu já de pé.

- O que você quer falar com ele? - perguntei encarando um e depois o outro.

- Nada demais querida, vai lá com o Juan e os outros. - ela sorriu.

Estreitei as sobrancelhas.

- Vai lá Any, depois eu falo com você. - Alfonso sorriu me encarando.

Suspirei desconfiada e dei as costas pros dois.

Assim que ficamos a sós Marichello me encarou.

- Vamos pro meu escritório, não quero que minha filha ouça o que vamos conversar.

Assenti e a segui. Entrei no escritório e Marichello fechou a porta.

- Espero que tenha uma boa explicação Alfonso pra que eu possa entender o que esta acontecendo.

- Eu e sua filha estamos juntos.

- Juntos! - ela repetiu assentindo. - Imagino que ela não saiba que contratei você pra cuidar da segurança dela, afinal pelo que conheço da minha filha ela não ficaria com você se soubesse.

- A senhora tem razão ela não sabe de nada... Mas juro pra senhora que nunca foi minha intenção enganar a Anahí, eu estava disposto a contar toda a verdade pra ela quando nos conhecemos, mas eu não consegui fazer isso... Alguma coisa nela chamou minha atenção desde o momento em que eu vi a foto dela que a senhora me mandou... Eu não consegui me afastar e levar as coisas pro lado profissional.

- E quando você pretende contar a verdade pra ela? - cruzou os braços.

- Eu estou conseguindo conquistar a confiança da sua filha e acho que ela gosta de mim.

- Ela gosta... Se Anahí não gostasse e não confiasse em você, não tinha te trazido pra cá... E é com isso que estou preocupada, com a reação dela quando souber de tudo.

- Você não precisa se preocupar com isso, eu me encarrego de contar a verdade pra ela, mas antes preciso saber de uma coisa. - respondi determinado a persuadir Marichello a não contar tudo.

- Que coisa?! - cruzou os braços.

- Descobrir o paradeiro de Felipee Carlos... Um dos motivos pra eu ter vindo foi esse, depois que eu descobrir o paradeiro deles e ter certeza que eles representam perigo ou não, vou esclarecer as coisas com a sua filha.

- Alfonso você realmente gosta da minha filha ou só a esta usando pra se divertir?

- Eu gosto dela... De verdade! - assenti. - E por isso eu não posso me afastar dela, por isso preciso descobrir se ela realmente corre risco de ser ameaçada ou não.

- Você acha que consegue encontra-los? - perguntou e vi pela primeira vez medo nos olhos dela.

- Juro pra senhora que encontra-los esta no topo das minhas prioridades... Eu não vim pra cá sozinho atrás de pistas, há outras pessoas envolvidas, mas sua filha não sabe disso e eu gostaria que por enquanto continuasse sem saber... Nós nos damos muito bem e a perda dos nossos pais nos aproximou muito.

- Eu acredito que você gosta dela... Não sei se é pela sua profissão, mas você olha pra minha filha como se estivesse disposto a tomar um tiro por ela... Eu me formei em psicologia e apesar de há anos não atuar eu reconheço os sinais que nossos comportamentos dão... Quando nos cumprimentamos eu vi que você estava determinado a não me deixar revelar nada pra ela.

- A senhora acertou em cheio... E foi muito bom à senhora ter me chamado pra conversar aqui a sós.

- Anahí já deve ter lhe contado que sou meio paranoica... Eu quis contratar seguranças pra ela no momento em que ela se mudou, mas o Juan me deteve... Mas depois de saber que o Felipe foi solto, eu procurei pela melhor agência de segurança do México e a sua é a número um da lista... Então não hesitei em mandar aquele e-mail. - Marichello torceu as mãos e percebi como estava nervosa.

- Eu juro Marichello que realmente gosto da sua filha e sou capaz de dar minha vida pra protegê-la... Eu não tenho culpa do que aconteceu, você pediu minha ajuda, me enviou aquela foto, você nos colocou nessa situação... Agora a única coisa que eu peço é que você guarde segredo pelo menos por enquanto.

- Ok Alfonso... Se depender de mim Anahí não vai ficar sabendo de nada... Você tem minha palavra - sorriu.

- Muito obrigado, em troca eu vou cuidar muito bem da sua filha e você não tem necessidade de me pagar por isso... É algo que irei fazer com prazer.

Marichello sorriu de acordo e fiquei aliviado com o resultado da nossa conversa. Pelo que pude reparar, ela era uma mulher extremamente forte e determinada, apesar da insegurança e da superproteção com a filha. Eu a admirei instantaneamente só em imaginar o que ela sofreu e tudo o que teve que passar pra criar uma filha adolescente e sustentar uma casa sozinha. Não era a toa que estava casada com um dos empresários mais importantes no ramo de exportação. Mais uma vez Juan provara que tinha bom gosto e inteligência.

Não consegui ficar quieta e tranquila sabendo que minha mãe estava conversando com Alfonso, tinha até medo de imaginar o que eles poderiam estar falando. Na pior das hipóteses minha mãe tentaria convencer Alfonso a me vigiar na capital. E se ele desse a entender o quanto era protetor eu estava ferrada.

Levantei da cadeira e voltei pra dentro da casa, minha intenção, por mais feia que fosse, era espiá-los e tentar ouvir o que conversavam, mas quando virei o corredor que dava à biblioteca dei de cara com os dois rindo.

O riso cessou quando me viram e os dois ficaram sérios.

- Oi filha.

- Ta tudo bem? - estranhei.

- Sim, estava conversando com o Alfonso sobre como você corria pela casa quando era pequena... Você lembra de quando quebrou o braço e chorou no hospital porque não tinha um gesso roxo pra você por no braço?

- Mãe você contou isso pra ele? - perguntei envergonhada.

- Eu gostei de saber. - Alfonso sorriu se aproximando de mim.

- E o que mais conversaram? - cruzei os braços desconfiada.

- Nada demais filha... Só queria saber se Alfonso cuidaria bem de você e ele me convenceu. - sorriu. - Agora vamos lá pra fora que eu tenho uma novidade pra contar. - saiu na frente animada.

- Esta tudo bem entre você e a minha mãe? Por favor, me diz que ela não surtou e te encheu de perguntas.

- A única coisa que ela me perguntou foi se eu gostava de você e se você estava se cuidando lá... Eu disse sim.

Ele sorriu relaxado, mas continuei desconfiada, eles tinham demora muito pra quem havia falado tão pouco. Alfonso segurou meu rosto entre as mãos e me beijou, em seguida me puxou pra fora.

Quando chegamos a mesa estava posta e duas taças de vinho esperavam eu e Alfonso.

- Antes de comermos temos uma coisa pra contar pra vocês. - Juan começou.

- Hum o que será? - Dulce sorriu curiosa.

- Gente antes quero que saibam que eu to muito feliz com vocês aqui. - sorriu derretida.

- Ok mãe e qual é a novidade?! - suspirei.

- Eu estou grávida. - sorriu radiante.

Engasguei com o vinho.

- Eu vou ter um irmão? - Christopher se manifestou.

- Estávamos fazendo tratamento há alguns meses e... Deu resultado. - Juan respondeu orgulhoso.

Quando consegui parar de tossir encarei os dois.

- Isso é sério?

- É sim, acha que estamos muito velhos pra isso? - Juan brincou comigo.

- Não é que... Mãe! - a encarei.

- Não se preocupa meu amor, vai dar tudo certo. - sorriu confiante.

- Ah meus parabéns, vou ter um cunhadinho. - Dulce sorriu abraçando os dois.

Abaixei a cabeça e larguei a taça de vinho na mesa.

- Tudo bem? - Alfonso sussurrou no meu ouvido acariciando meu cabelo.

Forcei um sorriso e assenti.

Abracei minha mãe e Juan dando parabéns pra eles e em seguida sentei na mesa, mas conversei muito pouco com todos nas horas seguintes. Era como se meu corpo estivesse lá, mas minha cabeça lá atrás, no passado.

Guiei Anahí pra dentro do quarto. Minhas mãos estavam sobre os ombros dela, os polegares fazendo movimentos circulares sobre a pele macia.
- Senta aqui. - a guiei até a cama e ela sentou sem abrir a boca.

Eu estava preocupado. Anahí havia ficado quieta e distante pelo resto do dia após receber a noticia da mãe. Após passarmos o dia na casa da mãe dela estávamos voltando pro hotel e estranhei ela estar tão calada. Foi ai que eu percebi que ela estava chorando em silêncio. Perguntei o que estava havendo, mas ela não falou nada.

- Por que você ficou assim do nada? - tornei a perguntar ajoelhado na sua frente.

- Tem uma parte do assassinato do meu pai que eu ainda não te contei. - ela enxugou o rosto. - A minha mãe tava grávida na época. - pisquei surpreso, por essa eu não esperava. - Só que ela perdeu o bebê e a culpa foi minha.

- Por que sua? - apertei as mãos dela com força.

- Foi logo depois do julgamento... Ela surtou com a ameaça que me fizeram e começou a vigiar todos os meus passos, isso me deixava furiosa... Então numa noite eu explodi com ela. - suspirou. - Eu queria ir pra uma festa, esquecer um pouco de todo aquele inferno, mas estava de noite e ela não queria que eu fosse... Começou a dizer que era perigoso, que alguém podia me pegar... Eu mandei ela pro inferno, falei que não agüentava mais, que ela tava me sufocando... Estávamos muito mal e eu não tinha noção do que eu estava falando, parecia que o mundo tinha desabado na minha cabeça...

- É normal vocês brigarem, você só tinha 14 anos e tava abalada. - acariciei seu rosto.

- Não justifica Poncho... Eu virei pra ela e disse exatamente isso: “tomara que quando o meu irmão nascer você se ocupe apenas dele e esqueça de mim!” ai bati a porta e sai... Quando estava chegando na festa me ligaram do hospital... Minha mãe tinha passado mal e perdido o bebê... Foi minha culpa!

- Não, não foi sua culpa. - tratei de tirar aquela idéia da cabeça dela enquanto a abraçava. - Sua mãe estava nervosa, estressada, traumatizada pela morte do seu pai, tudo isso contribuiu, não foi culpa sua.

- O médico disse a mesma coisa. - se afastou enxugando o rosto. - Disse que ela estava em depressão pós trauma, se alimentando mal e que tudo isso levou ao aborto, mas no fundo eu nunca me perdoei... Então eu nunca mais briguei com ela, agüentei todas as inseguranças, deixei de fazer inúmeras coisas por causa dos medos dela, tudo pra não aborrecê-la e pra ela me perdoar por aquela noite.

Lembrei da conversa com Ucker mais cedo e do que ele me contou, agora eu entendi porque Anahí obedeceu a mãe por tanto tempo sem reclamar.

-  Depois daquele dia só brigamos feio uma vez. - ela suspirou me trazendo de volta.

- Quando você quis se mudar pra capital.

- Sim... Ela estava casada, feliz com Juan, Ucker já morava aqui há um ano... Foi à oportunidade perfeita.

- Que bom que você se mudou, do contrário nunca teria conhecido você. - beijei as mãos dela.

- Você percebe que não posso deixar minha mãe se aborrecer comigo outra vez? Eu não vou me perdoar se ela perder esse bebê também por excesso de preocupação... Minha mãe precisa ter certeza de que eu to segura e vou ficar bem... Tenho que convencê-la disso antes de irmos embora.

A idéia que me passou pela cabeça me fez ver o quão filho da puta eu era. Só um filho da puta ia se aproveitar de uma situação dessas pra ter o que queria. Logo, eu era um filho da puta pelo que estava prestes a fazer.

- Eu posso te ajudar a tranqüilizar sua mãe a fazê-la ter certeza de que você estará totalmente segura no México.

- Me ajudar como?

- Aceita a proposta que eu te fiz  e vem morar comigo.

- O que? - ela piscou surpresa e me senti mal por usar tudo aquilo ao meu favor, mas era impossível me conter.

- Se você aceitar morar comigo, sua mãe vai ficar mais calma... Eu mexo com segurança, meu apartamento é o lugar mais seguro onde você pode ficar, tem câmeras, alarmes, seguranças... E de quebra você ainda teria meu motorista pra te levar ao trabalho, é mais que 100% seguro... Sua mãe veria isso e ficaria tranquila pra levar essa gravidez à diante sem problemas.

- Eu não sei... É muito cedo pra isso e você não precisa me enfiar na sua casa por causa da minha mãe.

- Sinceramente to fazendo isso mais por mim do que por vocês... É a solução perfeita Any... Você fica morando comigo e sua mãe fica tranquila, conseqüentemente você também fica mais calma... Todos saímos felizes.

- Eu não sei, preciso pensar nessa loucura que você ta propondo. - suspirou.

- Não é loucura, meu anjo é a melhor solução... Eu dou o tempo que você quiser pra preparar sua mudança e se despedir da Maite como colega de quarto, mas vem morar comigo, por mim você estaria lá faz tempo... Pensa como sua mãe vai ficar mais tranquila, talvez até pegue menos no seu pé. - apelei.

- Eu preciso dormir agora e pensar... Processar tudo que você me falou, a noticia da minha mãe... – suspirou e vi que ela estava realmente cansada.

- Tudo bem, eu não vou insisti, eu sei o quanto você é inteligente, vai ver que o melhor a fazer é se mudar pro meu apartamento. - sorri confiante e a beijei encerrando o assunto.

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